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Leitão & Irmão
editarLeitão & Irmão é uma empresa Portuguesa de criação e manufatura de Joalharia, fundada em 1822, no Porto. A Leitão & Irmão tem atualmente quatro lojas, mantendo desde 1890 o fabrico na sua oficina em Lisboa.
História
editarDataria do final do século XVIII o nascimento de José Pinto Leitão, o fundador da marca que, nos dias de hoje, leva o seu apelido. Trata-se do filho único de Tomás Pinto Leitão e de Maria Rosa.
Por volta de 1810, José Pinto Leitão aprendia a arte da cidade do Porto, nomeadamente, na Rua das Flores, onde se encontravam arruadas as oficinas. Em 1822, ao ainda jovem seria conferido o grau de Mestre de ourives do ouro, pela Confraria de Santo Eloy, autorizando-o a montar oficina e a ter aprendizes. Em 1837 casou-se com Maria Delfina da Trindade, filha de um abastado comerciante do Porto de então. Dos sete filhos, o mais velho e o mais novo, notabilizaram-se na profissão do pai, ajudando-o na sua loja/oficina na Rua das Flores. Em 1866, os dois filhos sucederam-lhe no negócio, tendo a loja/oficina do Porto sido transformada na Casa “Leitão & Irmão”, cujas peças continuavam a atrair a atenção dos apreciadores. Em Dezembro de 1873, D. Pedro II, Imperador do Brasil concedeu-lhes o título de Ourives da Casa Imperial, confirmando a destreza e reputação dos mestres portugueses.
A ligação entre a casa joalheira e a Coroa Imperial remonta ao cerco do Porto, quando D. Pedro, IV de Portugal e o I do Brasil, ali travou conhecimento com o sogro de José Pinto Leitão. Entretanto, a fama adquirida e consolidada levaria os dois irmãos à abertura de uma loja em Lisboa. Beneficiando assim, da proximidade da corte e de um número maior de potenciais compradores, o estabelecimento ficou alojado em sítio privilegiado no Largo das Duas Igrejas, atualmente o Chiado. Em 1877, D. Luís Rei de Portugal concedeu-lhes o título de Joalheiros da Coroa.
Em 1887, a casa regista o punção (marca oficial de fabricante) que se mantém até aos dias de hoje, atualmente como a mais antiga em atividade no País e uma das mais antigas no mundo[1].
A abertura da Casa Leitão em Lisboa, coincidiu com emergência de uma nova corrente intelectual, que veio redefinir o entendimento sobre a arte portuguesa. (2)
Efetivamente, até aí predominava o internacionalismo romântico, promovendo-se um revivalismo marcado por exotismo e extravagância. No entanto, doravante, nomes como Ramalho Ortigão, Joaquim de Vasconcelos, Leite de Vasconcelos ou António Augusto Gonçalves, entre outros, empreenderam a defesa das formas artísticas nacionais, onde as formas populares deveriam assumir um papel orientador. Este foi o rumo de Leitão & Irmão.
Em 1900, a Casa Leitão fez aquela que foi considerada uma obra-maior da ourivesaria portuguesa, a Baixela Barahona. O desenho e a modelação foram confiados a Columbano Bordalo Pinheiro. [2]
Nas palavras de José Trindade Coelho são expressivas quanto ao valor e importância do estabelecimento do Chiado: “Que Portuguez, d’aquella porta para dentro, é tudo; e certa vitrine, por exemplo, onde estão expostos permanentemente bijous d’ourivesaria copiando objectos caseiros das nossas províncias, o que de mais encantador meus olhos contemplam todos os dias, À porta d’essa linda e fina ourivesaria, que é, para minha devoção, o pequenino Vaticano da nossa Arte…”.
Frequentemente, o design das obras cabia a artistas convidados, incluindo nomes como Columbano Bordalo Pinheiro, René Lalique ou João da Silva. Mais recentemente, destacam-se José Aurélio, Graça Costa Cabral, João Pires Cutileiro e Salvador Dali.[3]
- ↑ Lisnave - Estaleiros Navais (2010). “Lisnave: Uma Jóia da Indústria Naval Portuguesa = A Jewel of Portuguese Naval Industry”. [S.l.]: Centro de Estudos de História Empresarial da Universidade Autónoma de Lisboa.
- ↑ «Leitão & Irmão Website oficial»
- ↑ Lisnave - Estaleiros Navais (2010). “Lisnave: Uma Jóia da Indústria Naval Portuguesa = A Jewel of Portuguese Naval Industry”. [S.l.]: Centro de Estudos de História Empresarial da Universidade Autónoma de Lisboa. Verifique data em:
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