Usuário(a):Tjhoari/Povo ǃKung

Os ǃKung, também escrito ǃXun, são um povo San que vivem no Deserto do Kalahari, na Namíbia, Botswana e em Angola.[1] Eles falam a língua !Kung, conhecida por sua ampla utilização de cliques. O "!K" no nome "ǃKung" é um clique.[2]

Eles viviam da caça e coleta com os homens responsáveis pelo fornecimento de carne, fabricação de ferramentas, e a manutenção de um suprimento de flechas e lanças com pontas envenenadas. As mulheres produziam a maior a maior parte da comida, passando de dois a três dias por semana em busca de raízes, nozes e bagas no Deserto de Kalahari.[3] Como uma sociedade de caçadores-coletores, eles eram altamente dependentes uns dos outros para a sobrevivência, os ǃKung davam importância à riqueza coletiva da tribo, ao invés da riqueza individual.[4]

Crenças

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O povo ǃKung do sul da África são ambos animistas e animatistas. Eles acreditam em um deus chamado Prishiboro casado com uma elefante. O irmão mais velho de Prishiboro o enganou à matar sua própria esposa e, mais tarde, comer sua carne. A manada dela tentou matar Prishiboro em vingança, mas seu irmão os derrotou.[5]

Papéis de gênero

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Tradicionalmente, especialmente entre os ǃKung Ju'hoansi, as mulheres geralmente coletavam plantas, alimentos, e água, fornecendo de 60-80% de sustento para o grupo, enquanto os homens caçavam. No entanto, estas práticas não eram rigorosas e as pessoas podiam fazer qualquer trabalho, conforme necessário, com pouca ou nenhuma vergonha. Mulheres podiam caçar e os homens podiam fazer a coleta.[6]

As crianças eram criadas em grupos junto à outras crianças de uma ampla faixa etária. Atividades sexuais entre crianças eram vistas como brincadeiras naturais para ambos os sexos.[6]

Casamento

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O casamento era geralmente entre um homem em seus vinte e poucos anos e uma menina na adolescência (14 a 18 anos de idade). Recém-casados viviam na mesma aldeia da família da esposa, de modo que ela tivesse apoio da família durante sua nova vida. Muitas vezes, as jovens esposas retornavam à casa de seus pais para dormir até que ficassem confortáveis com seus maridos. Durante esse tempo, o marido caçava para a família de sua esposa. Se o casal nunca se sentisse confortável, a separação era aceitável, solicitado por qualquer um dos parceiros. Se eles se tornassem um casal estável, poderiam residir com qualquer uma de suas famílias, fixando-se com quaisquer que seja benéfica no momento. O divórcio era possível durante todo o casamento. O sexo fora do casamento não era promovido, mas era igualmente aceitável para cada cônjuge. A violência doméstica não acontecia porque as aldeias eram pequenas com casas próximas e sem portas, de modo que os vizinhos e parentes podiam intervir, sempre que necessário.[6]

Referências

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  1. «Profiles: !Kung». OrvileJenkinscom 
  2. Nurse, Derek; Philippson, Gérard (2003). The Bantu languages. [S.l.: s.n.] pp. 31–32 
  3. Fielder, Christine; King, Chris (2004). «Culture Out of Africa». Sexual Paradox: Complementarity, Reproductive Conflict, and Human Emergence. [S.l.: s.n.] pp. 102–146. ISBN 1-4116-5532-X. Consultado em 17 de fevereiro de 2006 
  4. Shostak, Marjorie "Nisa: The Life and Words of a ǃKung woman, ISBN 0-674-00432-9, pp. 87–89, 2nd edition 2006, Harvard University Press, Marjorie Shostack
  5. Exploring Worldviews (ed.). «!Kung of the Kalahari ». Consultado em 4 de janeiro de 2018 
  6. a b c Bonvillain, Nancy (2001). Women and Men: Cultural Constructs of Gender. [S.l.: s.n.]