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Revelando São Paulo

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Revelando São Paulo é um projeto de Cultura e Arte, que consiste em um dos maiores festivais neste sentido. Reúne-se em 4 edições anuais, geralmente no mês de Setembro, sendo uma delas obrigatoriamente na cidade de São Paulo. Traz amostras de uma verdadeira explosão da Cultura e da Arte Paulista no que diz respeito às tradições imateriais (saber e fazer) e hereditárias (costumes familiares que passam de pais para filhos por gerações) das regiões do Estado de São Paulo. Tem como objetivo expandir e manter essas tradições, que são variadas: culinária, artesanato, danças, folias, romarias, bonecos gigantes, carros de bois, violas, ponteios, folguedos, cavalgadas, cavalhadas, religiosidade, grupos de amizade (grupos étnicos, como os Quilombolas, Índios e Caiçaras), entre outras. É notória a importância deste projeto que promove a sociabilidade, interação e convivência social.

História

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O Revelando São Paulo é um projeto idealizado pelo Doutor em ciências da Comunicação e Professor de Dança, Doutor Toninho Macedo, que é o diretor cultural da empresa Abaçai¹; criada por ele há 42 anos como um grupo de teatro e danças populares e inicialmente uma ONG (Organização Não Governamental) mas atualmente, graças ao reconhecimento de seu trabalho, como organização Social.

O Dr Toninho Macedo, com a parceria do governo do Estado de São Paulo, criaram o Revelando São Paulo, um festival que além de aproximar o público desse rico e diversificado patrimônio imaterial da Cultura, também objetiva o acolhimento, o apoio, o incentivo e a divulgação dessas manifestações de tradições familiares visando não deixar que ocorra a extinção dessas culturas. Pois as mesmas fazem parte da História “Viva” do Estado e em alguns casos até são responsáveis pelo desenvolvimento urbano de cidades. Fato é que até os dias de hoje são responsáveis pela economia de muitas famílias e seu sustento.

Segundo a tese de SANTOS, Moisés dos, 2010, sobre a cobertura da imprensa sobre o festival Revelando São Paulo segue um relato do trabalho desenvolvido pela Abaçai: ¬ “De acordo com a ONG Abaçaí Cultura e Arte, entidade organizadora que trabalha em parceria com a Secretaria Estadual de Cultura, "a missão é revelar ao homem da 'era da informação' não só a sobrevivência de resquícios de um modo antigo de viver e ritualizar a vida, mas a existência pujante de uma cultura bucólica, interiorana, próxima do sagrado, vivendo um simbiose com a modernidade de um país emergente". Para isso, uma equipe trabalha durante todo o ano recebendo inscrições dos municípios interessados em participar do festival. No final, os produtores culturais fazem uma triagem para verificar se os inscritos se encaixam no perfil do evento.

O projeto Revelando São Paulo, é como uma porta, que integra tradições centenárias, que ainda são praticadas ativamente em muitas regiões interioranas do nosso estado, com uma São Paulo totalmente digitalizada. É o compromisso com a cultura e sua difusão que motiva o programa. Resgatando, preservando e propagando a história de um povo, nas mais diversas esferas. É o encontro do “passado” com o futuro, proporcionando ao cidadão um presente de Cultura e sabedoria.[1]

Edições

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O fruto do projeto Revelando São Paulo é o Festival da Cultura Paulista Tradicional, que já está em seu 18º ano, contabilizando 50 edições e mais de 300 grupos de cultura tradicional. Os grupos vão de [|batuque], folias, [|congo], rança fitas à comunidades indígenas, violeiros, irmandades religiosas, culinárias paulista, entre outras. A primeira edição do Festival, aconteceu em 1997, no [|Parque do Ibirapuera], na cidade de São Paulo e a partir da segunda edição passou a ser realizado no Parque Doutor Fernando Costa, mais conhecido como Parque da Água Branca, e atualmente a edição na capital ocorre no [|Parque Vila Guilherme (Trote)]. No ano de 2002 teve início também a edição do Vale do Paraíba, na cidade de São José dos Campos e em 2004 foi iniciada uma nova edição, na Região do Vale do Ribeira, na cidade de Registro. No ano seguinte, na cidade de Iguape e no ano de 2008 surgiram 4 novas edições do Festival: em Entre Serras e Águas, na cidade de Atibaia, Entre Rios e Trilhos, em Bauru, em Grandes Lagos em Ilha Solteira e em Alta Mogiana na cidade de Franca. Mas em 2010, os Festivais de Entre Rios e Trilhos e Alta Mogiana deixam de acontecer e consolidam-se as edições dos Festivais atuais em: Entre Serras e Águas, em Atibaia Vale do Ribeira, em Iguape Vale do Paraíba, em São José dos Campos Capital, em São Paulo Na última edição de 2014, foram instalados: 90 espaços de culinária, entre comidas típicas doces e salgados. Participaram mais de 10 municípios, divulgando delícias como a tradicional Tainha assada e molho de camarão com farinha de mandioca, feita pelas famílias dos pescadores do Vale do Ribeira, o requeijão de prato, frango caipira com polenta e farinha de milho de monjolo do município de Lagoinha;

Caminhada pela Paz

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Caminhada pela Paz

A Cultura de paz tem como objetivo propagar a paz e harmonia, envolvendo valores éticos, trazendo sempre a noção de respeito e do poder transformador da paz, sempre buscando a união entre as diversas religiões. A transreligiosidade está apoiada no manifesto 2000, distribuído pela UNESCO por todo o mundo. Ainda segundo relato detalhado no site da Abaçai:

“É o cultivo e construção de pensamentos e atitudes que estejam cada vez mais alinhados com um ideal de respeito e valorização da vida e da diversidade, integração dos povos, preservação do planeta, prática da solidariedade, autocontrole, humildade, boa vontade, gratidão.” (Abaçaí, 2014)

Festival da Amizade

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Trata-se de um encontro que celebra a diversidade, com a reunião de grupos de danças folclóricas, representantes das mais diversas comunidades e etnias, que apresentam músicas, sotaques e seus instrumentos característicos, entre outros. Este festival tem muitos objetivos, mas o maior deles é a busca por uma identidade que una toda nossas diversidades culturais.

Danças

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Jongo , Caxambu ou Corimá
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O Jongo, Caxambu ou Corimá é uma dança de roda, com toques de tambores, onde é cantado e narrado fatos das comunidades. Inserida no Brasil, por escravos Africanos, de etnia Bantu, vindos dos Antigos Reinos de Ndongo e do Kongo, hoje conhecido como república de Angola, que no Brasil foram destinados a trabalhos pesados, em diversas regiões do país. Sua concentração no sudeste do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo), pode ser explicada pela necessidade de mão de obra barata no setor cafeeiro, após a abolição. E em São Paulo, em específico no Vale do Rio Paraíba, devido à grande quantidade de Fazendas produtoras de café na Região, naquela época. O Jongo teve grande influência na formação do Samba carioca, e da cultura popular brasileira. Atualmente ainda encontramos comunidades de Jongueiros em Taubaté, São Luiz do Piraitinga, Cunha, Guaratinguetá onde existem duas comunidades Tamandaré e Quilombolas, São José dos Campos, Piquete, Campinas, a comunidade de Dito Ribeiro. Para passarem o tempo, os escravos praticavam danças, músicas e tocavam instrumentos (tambor, tarol, caixa de guerra, surdo e antigamente até frigideira, conforme relato do Mestre Joaquim, á Abaçai no vídeo “Guapuruvu Soberano e Jongo Levanta Povo). Seus versos musicais, que se tornavam as vezes desafios, eram cantados, e se chamam PONTO, que eram feitos para outras pessoas não compreenderem o que eles falavam, transmitiam assim como se no dia algum escravo tinha sido surrado, fugido, entre outras coisas. Segundo, a Tese de CONCEIÇÃO, Osvanilton de Jesus, da UNICAMP, a música é um dos pontos (versos poéticos que define o jongo com a dança e instrumentos) principais do Jongo, que na antiguidade eram sete e atualmente são somente quatro: louvação/chamada, saudação, visaria e despedida. Os vocalistas de Jongo sempre utilizam as palavras "cachoeira" (nas comunidades do Estado de São Paulo) ou "machado" (nas comunidades do Rio de Janeiro), para entrar ou dar entrada a outra pessoa na roda. O Jongo foi introduzido na indústria da música brasileira, por cantores como Clara Nunes, Clementina de Jesus e Almir Guineto. Considerado o pai do samba e avô do pagode, atualmente é praticado por pessoas de todas as idades. Um exemplo de Ponto é a chamada de Dona Tó (falecida, em 2013), que aprendeu com seus antepassados, que foram passando a cantiga de geração a geração. “BATE, BATE CORAÇÃO, PODE BATER, NÃO TREME NÃO, AI CORAÇÃO PARA DE TREMER, BATE, BATE CORAÇÃO... QUE A NOSSA VIDA AINDA TEM SOLUÇÃO, GRAÇAS A DEUS, EI...”, encontrado no Vídeo cedido, com título: “Guapuruvu Soberano e Jongo Levanta Povo, pelo Abaçaí, in memoriam.” CONCEIÇÃO, descreve também a importância dos tambores no Jongo, que são denominados como tambu ou caxambu, candongueiro e angoma-puíta: "Os tambores são tratados com apreço e respeito por representarem os ancestrais negros que os jongueiros definem como “pretos velhos” e também são conhecidos pela denominação genérica “angoma” ou, como alguns jongueiros chamam, “ingoma” e “ningoma”. Em comum todos eles têm como materiais básicos a madeira e o couro; a madeira constitui o corpo, enquanto o couro forra-lhe a parte superior, localizada no lado contrário ao fundo do tambor." CONCEIÇÃO, Osvanilton de Jesus, 2011, UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas - Instituto de Artes, Conforme SILVA, Renata de Lima - UNICAMP, 2010 “O jongo é uma prática que se encontra entre o lazer e a crença, estando diretamente relacionada ao culto da Umbanda. Nesse processo de ressignificação do jongo na cidade de São Paulo muitos de seus elementos mito-poéticos se perderam podendo ser visto em sua totalidade em suas cidades de origem e parcialmente, quando comunidades jongueiras realizam o jongo na cidade em virtude de eventos, como é o caso do “Revelando São Paulo” e de encontros organizados pelo Cachuera e outros núcleos. No geral, o jongo que aqui se faz, ou melhor, se refaz, mais do que o caráter ritualístico está presente o caráter lúdico.”

“Eu vou abrir meu cango ê
Eu vou abri meu cango a
Primeiro peço minha licença
Pra rainha lá do mar
Pra saudar a povaria
Eu vou abri cango ê”

Catira ou Cateretê, Ximba , Bate pé ou Fandango
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Dança de origem indígena, africana e europeia, pois tem influência do Flamenco, do Fado, do Vira e da cultura indígena. Nesta dança a música segue o compasso das batidas das mãos e pés (sapateado) dos dançarinos. Atualmente ainda é praticada no interior de São Paulo, Mato Grosso, Norte do Paraná, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul. Conforme a Região, a Catira é rica em estilos e movimentos coreográficos, é uma dança passada de pai para filho e pode ser dançada por homens, mulheres e crianças, sempre tem presença garantida em Folia dos Reis e Festas do Divino. Os temas cantados na Catira, são vários, amor, trabalho, dia a dia, etc. No texto A catira como instrumento de sociabilidade e bem estar, MACHADO, Juliana Alves, 2012, diz: "Pode-se ter certeza, que onde tem catira tem muita comida, musica, bebida e gente feliz. Pois quem dança fica feliz e quem vê também fica feliz." No estado de São Paulo ainda encontramos grupos de catira em Bofete, Guarani d'Oeste, Guarulhos, Hortolândia, Itapira, Monteiro Lobato, Ourinhos, Araçatuba, São José dos Campos, Serra Negra, Tatuí e Piracicaba.

Caiapó
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Dança do interior de São Paulo, onde o tema gira em torno do roubo e morte de um curumim, por inimigos brancos e sua ressureição por interferência de um pajé. Os instrumentos utilizados são todos de percussão. Nesta dança os integrantes usam roupas de palha e o rosto pintado de azul, e são guiados pelo cacique e o curumim.

Cavalhadas
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Os cavaleiros e os cavalos usam vestimentas cor azul ou vermelho, Na Região de SP e MG a cavalhada representa a luta entre mouros e cristãos, onde dramatizam a queima do castelo, o roubo da princesa, a submissão e batismo dos mouros. Cada parte da cavalhada é denominada de manobra. Esta dança sempre está presente nas festas do Espirito Santo.

Moçambique
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Dança formada por um grupo de devotos que se reúnem para homenagear a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. Seus integrantes representam reis, capitão, general, meirinho e dançadores. No momento da dança, cada integrante batem os guizos que trazem preso nos tornozelos e fazem coreografia.

Batuque
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Dança de terreiro, de origem africana, onde se faz presente o requebrado, palmas e sapateados. As Coreografias possuem nomes específicos: visagens, peão parado, garranchê, vênia, leva-e-traz ou cã-cã e os instrumentos musicais utilizados são de percussão como o chocalho, Tambu, Matraca entre outros. Na tese de SILVA, Renata de Lima, relata-se que o batuque é entoado especifica e especialmente numa dança sensual e atraente, e caracterizada pela UMBIGADA, diferente de outras danças, essa transmite-se nos cantos, a vida cotidiana com humor e também sobre o amor. Ainda na mesma tese, a autora fez menção de uma das músicas do batuque:

“Batuqueira pode descer pro baixo,
No compasso do guaia,
Olha o tambu repicando
Faz o coração chorar”
SILVA, Renata de Lima, pág. 111.

Nesta dança os homens se enfileiram de um lado e as mulheres do outro se posicionando em frente aos tambu¹ e quando o cantador começa a cantar e tocar o guaiá², os integrantes começam a “imbigar”, ou seja batem seus umbigos uns nos outros, com objetivo de transmitir boas vibrações, para si e seus familiares.[2] Segundo SILVA, Renata Alves: “O importante é não perder o tempo da umbigada. Se um novato, ainda não sabe bem o momento de “imbigar”, não há motivo para grande preocupação, pois no meio das fileiras, não é difícil seguir o fluxo e poder se entregar ao prazer da dança.” pág. 112

Isso nos leva a crer que essa dança é puramente o encontro dos umbigos e não precisa fazer roda e sim uma fileira para se adequar a dança, através de cantos e instrumentos. Se torna uma dança gostosa de se aplicar.

Cururu
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Dança originada em São Paulo, na região de Sorocaba e Piracicaba (próximo do rio Tietê), porém há controvérsias sobre sua influência, se dos Tupi-Guarani ou dos negros.

Festas

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Folia de Reis
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A Folia de Reis introduzida no Brasil, pelos portugueses na época da colonização, século XVI, por volta do ano de 1534, trata de uma festa que homenageia as figuras sacras e no início era utilizada pelos Jesuítas, a fim de colonizar os índios e posteriormente os escravos.

Nesta festa um grupo de foliões saem em visita as residências, que os acolhem, oferecem comida, doações e presentes e estes foliões agradecem, dançando (geralmente cateretê e catira), cantando e tocando (com viola caipira, acordeom ou sanfona, gaita, reco-reco e flauta) sempre com muita alegria, músicas em homenagem a Jesus e aos Santos Reis (Reis Magos).

Os foliões são liderados por um capitão, e seguem fazendo reverências a bandeira, que carrega o símbolo da folia. A bandeira é decorada com figuras do menino Jesus, e os enfeites a ela incluídos nunca são amarrados, pois conforme a crença, isto pode segurar/atrapalhar a caminhada de seus foliões. Quem carrega a bandeira é considerado bandeireiro, tem também o palhaço ou Bastião, que abre a passagem para a folia, recitando poesia e passagens da bíblia, ele sempre carrega uma espada e se veste com roupas coloridas e máscara. Algumas cidades de São Paulo, que cultivam esta tradição são: Araraquara, Barretos, Bebedouro, Bom Jesus dos Perdões, Campinas, Franca, Biritiba Mirim, Caçapava, Cruzeiro, Caraguatatuba, Hortolândia, Indaiatuba, Sorocaba, Olímpia, entre outras.

Festa Cigana
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Tem-se indícios que os ciganos originaram-se na Índia e chegaram ao Brasil em meados da segunda metade do século XVI, aproximadamente em 1560, por terem sido deportados por Portugal. Relatos contam que se dedicavam ao comércio de burros, cavalos, ao artesanato de cobre, atividades circenses. Viviam em barracas e praticavam o nomadismo, apesar que atualmente são muito pouco os ciganos nômades no Brasil. Atualmente as mulheres ciganas sobrevivem fazendo leitura das mãos. A Santa padroeira dos Ciganos é Santa Sara Kali. E suas festas são sempre muito alegres e não pode faltar as apresentações de danças cigana, show circense. Nos dias de hoje, temos informações de acampamentos ciganos na capital, Sorocaba, Piracicaba, São Vicente, Peruíbe e Campinas entre outras regiões. Cada coreografia na dança cigana tem um significado especial, como a dança do leque, que representa o amor e a sensualidade; A dança das fitas coloridas, que representam as lágrimas (alegrias e tristezas) do povo cigano, entre muitas outras.

Bonecos Gigantes
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Bonecos Gigantes

Os bonecões gigantes surgiram na Europa, na época da idade média e no Brasil, o primeiro boneco gigante "Zé Pereira", desfilou no carnaval de 1919, nas ruas da cidade de Belém de São Francisco, no sertão de Pernambuco e somente uma década depois, ganhou uma companheira a "Vitalina".

No início os bonecos, como o Zé Pereira, eram confeccionados em madeira (corpo) e papel machê (cabeça). Atualmente os bonecos são fabricados com materiais mais leves e duradouros (argila, vibra de vidros e isopor) e possuem até 3,90 metros.

Atualmente na cidade de São Paulo, temos algumas regiões que também são redutos destes bonecos. Como em Monteiro Lobato, onde são carinhosamente chamados de Pereirões. Estrearam na cidade, em 1935, no bloco carnavalesco "Caminhão do Neco" e tinha o corpo feito de Jacá¹.

Os bonecões são até tema de tese universitária, como a de GONÇALVES, Edson Antônio, de 2011, UNICAMP, com o tema Os Bonecões no Carnaval de Atibaia: Uma experiência em Arte-Educação, onde em um determinado momento da tese, ele descreve o seguinte sobre a elaboração dos bonecos: "Atualmente, depois de estudar as técnicas de empapelamento, sei que os bonecões daquela época não tinham papel machê. Eram só empapietados² (com jornal e cola de polvilho azedo até endurecer) e depois pintados. Também não eram mamulengos (braços molengas), mas rígidos, todo o corpo empapelado. Sem partes com tecido, o acabamento desenhado e pintado. Duros, como esculturas em fibra de vidro. No entanto, eram ocos para que os foliões pudessem entrar dentro deles e conduzi-los."

É importante citar que, na região do estado de São Paulo não encontramos os bonecos gigantes, somente em Monteiro Lobato, mas também em Caraguatatuba, em Caçapava com a Quadrilha dos bonecões, tem também os bonecões de Redenção da Serra e Atibaia. [3]

Culinária

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A culinária do estado de São Paulo é muito diversificada e rica, e se levarmos em conta o parágrafo do texto "A alimentação e seu lugar na história: Os tempos da memória gustativa" SANTOS, Carlos Roberto Antunes, que diz:

"O alimento constitui uma categoria histórica, pois os padrões de permanência e mudança dos hábitos e práticas alimentares tem referências na própria dinâmica social. Os alimentos não são somente alimentos. Alimentar-se é um ato nutricional, comer é um ato social, pois constitui atitudes ligadas aos usos, costumes, protocolos, condutas e situações. Nenhum alimento que entra em nossas bocas é neutro. A historicidade da sensibilidade gastronômica explica e é explicada pelas manifestações culturais e sociais como espelho de uma época e que marcaram uma época. Neste sentido, o que se come é tão importante quanto quando se come, onde se come, como se come e com quem se come. Enfim este é o lugar da alimentação na História.”

Poderemos entender a grande importância do Festival Revelando São Paulo, que além de divulgar mostras maravilhosas de nossa culinária, também viabiliza a sociabilidade entre as pessoas através do ato de comer. Nas tradicionais delícias feitas em algumas cidades de São Paulo, encontramos vários exemplos que podem ser observados nas imagens.

Encontros

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Carreiros e Carros de Boi
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Carros de Boi

Carreiros são homens que conduzem os carros de bois, transportando os mais diversos tipos de carga. Os carros de bois foram introduzidos no Brasil, na época da colonização, por cerca do século XVI, a princípio para construção dos engenhos de cana de açúcar e depois para sua manutenção e posteriormente para o transporte dos mais variados tipos de carga. Conforme SOUZA, Bernardino José de, em Ciclo do carro de bois no Brasil "desde que o Brasil é Brasil o carro de bois foi e ainda é o veículo mais generalizado, mais útil, mais seguro e mais adaptado as condições do meio físico e às possibilidades econômicas da nossa lavoura. Como meio de transporte de cargas não podemos deixar de citar que o carro de bois, faz parte da história econômica do Brasil, ligando regiões, quando por exemplo transportavam materiais de construção para o interior e voltavam carregados de pau-brasil. Somente por volta do século XVIII, o carro de boi passa a não mais ser soberano como meio de transporte principalmente de carga, pois passa a dividir esta função com as tropas de burro.

Guapuvuru
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Trata-se de um trabalho artesanal, que exige grande habilidade, para fazer canoas, no Vale da Ribeira/SP. Essa cultura é passada de pai para filhos, netos e à comunidade. No passado, eram usados apenas o machado e enxó[4]

[|Guapuruvú] (SCHIZOLOBIUM PARAHYBAE) é uma árvore que vive até 50 anos, em São Paulo e tem em seu o nome o significado de tronco branco de fácil visão. É considerada uma árvore frondosa, que cresce rápido, chegando a 30 metros de altura e é a melhor madeira para fazer canoas, lembrando que outros tipos também podem ser utilizadas. A árvore é demarcada e depois é derrubada com a ajuda de muitos homens; essa prática, atualmente, é realizada com equipamentos mais eficazes e velozes, mas ainda com o machado e enxó, para preservar a cultura e a tradição.

Artesanato

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O Festival reúne um mostra variada de artes entre elas, talhação em madeira do interior e litoral São Paulo, como, esculturas cavalos, carrancas, canoas , mesa e balanços feitos de troncos de árvores, de artesões de Guararema, instrumentos musicais em madeira, feitos em Cananéia, tecelãs de Américo Brasiliense, tecendo tapetes de lã de carneiros; artes barrocas religiosas, brinquedos em madeiras de Ibirá, miniaturas de bronze; panos de pratos pintados e bordados diversos feitos a mão de Ibitinga, crochês e bonecas de pano de São José dos Campos, tapeçarias diversas, cocares e instrumentos musicais feitos por diversas tribos indígenas, etc. Além da possibilidade de divulgar seus trabalhos, nos dias em que ocorrem este festival os artesãos conseguem o mesmo conseguem garantir um lucro referente a um ano de trabalho.

  1. ¹ Segundo a mitologia tupi, Abaçai é um espírito que habita as florestas e possui indígena que se afasta de seu grupo, deixando-o em transe e o convidando a dançar, cantar e fazer festa.
  2. ¹tambor grande feito de tronco oco de árvore e ao Quijingue, tambor em forma de cálice. ² chocalho de metal
  3. ¹Cesto feito de Bambu e cipó. ² Revestidos ,Forrados.
  4. instrumento para fazer o derrame e tornar os contornos exatos da canoa, trabalho árduo, mas de resultado admirável