Usuário:DAR7/Testes/Geografia do Brasil/Mato Grosso

 Nota: Não confundir com Mato Grosso do Sul.
 Nota: Este artigo é sobre o estado. Para outros significados, veja Mato Grosso (desambiguação).
Estado de Mato Grosso
[[Ficheiro:|140px|Bandeira de Mato Grosso]] [[Ficheiro:|95px|center|Brasão de Mato Grosso]]
Bandeira Brasão
Lema: Virtute Plusquam Auro

(traduzido do latim, significa: "Pela virtude mais do que pelo ouro")

Hino: Hino de Mato Grosso
Gentílico: Mato-grossense

Localização de Mato Grosso no Brasil
Localização de Mato Grosso no Brasil

Localização
 - Região Centro-Oeste
 - Estados limítrofes Amazonas, Pará, (N); Tocantins, Goiás (L); Mato Grosso do Sul (S); Rondônia e Bolívia (O).
 - Regiões geográficas
   intermediárias
5
 - Regiões geográficas
   imediatas
18
 - Municípios 141
Capital Cuiabá
Município mais populoso Cuiabá
Governo
 - Governador(a) Mauro Mendes (UNIÃO)
 - Vice-governador(a) Otaviano Pivetta (Republicanos)
 - Deputados federais 8
 - Deputados estaduais 24
 - Senadores Jayme Campos (UNIÃO)
Margareth Busetti (PSD)
Wellington Fagundes (PL)
Área
 - Total 903 207,050 km² () [1]
População 2022
 - Estimativa 3 658 813 hab. (16º)[2]
 - Densidade 4,05 hab./km² (25º)
Economia 2021[3]
 - PIB R$ 233.390 bilhões (11º)
 - PIB per capita R$ 65.426,10 ()
Indicadores 2010/2015[4][5]
 - Esperança de vida (2015) 74,0 anos (12º)
 - Mortalidade infantil (2015) 17,3‰ nasc. (10º)
 - Alfabetização (2010) 92,2% (11º)
 - IDH (2021) 0,736 (11º) – alto [6]
Fuso horário
Clima Equatorial e tropical Am, Aw
Cód. ISO 3166-2 [[ISO 3166-2:BR|]]
Site governamental [ ]

Mapa de Mato Grosso
Mapa de Mato Grosso

Mato Grosso é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado a oeste da região Centro-Oeste do país. Abriga a parte setentrional de seu território compreendida pela Amazônia Legal, estando o sul do estado subordinado ao Centro-Sul do Brasil. Possui como limites: ao norte com o Amazonas e o Pará. A leste com o Tocantins e Goiás. Ao sul com o Mato Grosso do Sul. E a oeste com Rondônia e com o departamento boliviano de Santa Cruz. Abriga uma área de 903 207,050 km², com uma população de 3 567 234 residentes. A capital do estado é o município de Cuiabá.[7]

As cidades mais populosas constituem: Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Cáceres e Barra do Garça. Grandes planícies e enormes planaltos ocupam a área, boa parte (74%) está aquém dos 600 metros de altitude. Juruena, Teles Pires, Xingu, Araguaia, Paraguai, Piquiri, São Lourenço, das Mortes e Cuiabá constituem os rios mais importantes.[7]

Sua economia está alicerçada em cinco setores. São eles: extrativista (madeira, borracha), agrícola (cana-de-açúcar, soja, arroz, milho), pecuário, mineral (calcário e ouro); e industrial (metalúrgica e alimentícia).[7]

Através do Tratado de Tordesilhas (7 de junho de 1494), a região estava subordinada à Espanha, mormente aos governos de Nova Castela e Nova Toledo. Os jesuítas, a serviço dos espanhóis, fundaram os primeiros núcleos, de onde foram desalojados pelos bandeirantes paulistas em 1680. Em 1718, o descobrimento do ouro impulsionou a colonização. Em 1748, para proteger a nova fronteira, Portugal fundou a capitania de Mato Grosso e lá ergueu um eficaz método de defesa. Com os Tratados de Madri (1750) e Santo Ildefonso (1777), Espanha e Portugal fixaram as novas fronteiras. A produção de ouro começou a despencar no começo do século XIX. Em 1901, surgiu um movimento separatista provisoriamente reprimido. Em 1917, a condição recrudesceu, acarretando intervenção federal. Com a vinda dos seringueiros, pecuaristas e extratores de erva-mate na primeira metade do século XIX, o estado restabeleceu o crescimento. Em 1977, uma porção do estado foi emancipada e convertida em Mato Grosso do Sul.[7]

Etimologia editar

Certamente, o nome nasceu em meados da década de 1730, dado por desbravadores que vieram para uma região da atual unidade federativa onde as florestas eram densas. Apesar de nem toda a vegetação ter características de cerrado e ser espessa, a designação acabou se fixando, sendo oficializada desde a carta régia de 9 de maio de 1748.[8][9]

História editar

 Ver artigo principal: História de Mato Grosso

Povos indígenas e período colonial editar

 
Mapa do século XVIII da região.
 
Divisão administrativa do Brasil após a Guerra dos Emboabas.
 
Mapa português para colonização de Vila Bela da Santíssima Trindade, primeira capital da Capitania de Mato Grosso.
 
Ruínas da Igreja Matriz de Vila Bela da Santíssima Trindade.

No começo do povoamento, diversos povos indígenas povoavam o território do atual estado de Mato Grosso. Entre eles incluem os guaranis, paiaguás, caiapós. Guaicurus, bororos, cabixis. Parecis, caiabis, xavantes. Nambiquaras, calapalos, camaiurás e trumaís. Várias delas foram pouco a pouco incorporadas ou exterminadas pelos povoadores.[10]

O atual estado de Mato Grosso estava subordinado à Espanha, mais precisamente aos governos de Nova Castela e Nova Toledo, por intermédio do Tratado de Tordesilhas (1494). Apesar disso, o primeiro a explorar a região era um português, Aleixo Garcia, em 1525. No começo do século XVII, diversas aldeias foram criadas por jesuítas espanhóis entre os rios Paraná e Paraguai. A notícia de que havia indígenas amistosos movimentou para essa região, vários bandeirantes. Em 1718, os indígenas expulsaram o bandeirante paulista Pascoal Moreira Cabral Leme perto da atual cidade de Cuiabá. Após o fracasso, Moreira Cabral e seus colaboradores encontraram, às margens dos rios Coxipó e Cuiabá, minas de ouro. Esse descobrimento fez com que, na região, o bandeirantismo minerador sucedesse o bandeirantismo de caça ao indígena. Em 1719, o paulista Fernando Dias Falcão se dirigiu em proteção dos mineradores do rio Cuiabá, assaltados pelos indígenas. Em 8 de abril daquele ano, foi instituído o governo local e criado o arraial de Cuiabá. O descobrimento do ouro trouxe para o oeste da colônia enorme quantidade de aventureiros. O ouro começou a ser descoberto em enormes quantidades e o novo arraial foi se transferindo de lugar conforme os novos descobrimentos. Por fim, se instalou na encosta do morro do Rosário, próximo às “lavras do Sutil”, avistadas em 1722 por dois escravos indígenas do minerador Miguel Sutil. Progrediu nessa época a localidade que deu origem à atual cidade de Cuiabá.[11]

Politicamente as minas de Cuiabá pertenciam ao governo da capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Em 1727, o capitão-general Rodrigo César de Menezes, fundou a Vila de Cuiabá, onde promoveu os serviços de fisco. A colonização do território foi ligeira e expandiu as terras sob dominação portuguesa. Para defender a fronteira, sob ameaça constante de indígenas e de espanhóis, foi fundada a capitania de Mato Grosso em 9 de maio de 1748. Era designado seu primeiro governador, o capitão-general Antônio Rolim de Moura. Cumprindo ordens da metrópole, o governador fundou Vila Bela, atual Mato Grosso, para sede do governo. Tomou uma série de providências para a defesa do território: instauração de um sistema defensivo, criação de povoações, fundação de unidades militares e construção de fortificações. A capitania se expandiu e as fronteiras foram fixadas nos tratados assinados entre Espanha e Portugal em 1750 e 1777.[11]

No começo do século XIX, a capitania entrou em declínio. A produção do ouro foi se tornando bem menor, as rendas públicas despencaram e a população diminuiu. A ampliação da colonização restringiu-se ao sul da capitania e às fronteiras com os países adjacentes. O planalto Mato-Grossense, os campos de pastagem no sul e a porção leste foram sendo vagarosamente ocupados a partir de meados daquele século. O norte só começou a ser colonizado nos últimos anos do século XIX.[11]

Período imperial e republicano editar

 
Coronel Frederico Carneiro de Campos prisioneiro no Paraguai.
 
Mapa do estado de Mato Grosso por Teodoro Sampaio, 1908.
 
Generoso Ponce
 
Vista de Cuiabá, capital e maior cidade do estado.

Apenas em janeiro de 1823 é que a notícia da declaração da Independência do Brasil veio a Mato Grosso. O presidente designado pela província, José Saturnino da Costa Pereira, que se deparou com problemas políticos e econômicos, elegeu Cuiabá para capital. A abdicação de Dom Pedro I (1831) colaborou para agravar a situação. Logo em seguida irrompeu em Vila Bela, antiga capital, um movimento que objetivava a separação da capitania em duas. O movimento, entretanto, não foi para frente. Em 30 de maio de 1834, deflagrou o movimento chamado Rusga, marcado por extrema violência contra os portugueses, que foram bastante perseguidos. A ordem foi restituída pela vinda do novo presidente, Antônio Pedro de Alencastro. A província caíra em depressão e miséria, e a queda da economia foi piorada com a ocupação paraguaia, no decorrer da guerra do Paraguai. À repulsão dos dominadores seguiu-se uma invencível pandemia de varíola, que causou a morte de mais da metade da população de Cuiabá. Como resultado, houve diminuição da população ativa e da produção. A crise populacional e a depressão econômica marcaram todo o período imperial.[11]

A notícia da declaração da república só veio a Cuiabá no dia 9 de dezembro de 1889. O general Antônio Maria Coelho era o primeiro presidente republicano do estado. Em 1892, em Corumbá, civis e militares rebelaram-se contra a administração do presidente Floriano Peixoto. No entanto, a fundação do Estado Livre de Mato Grosso não teve sucesso e a revolta foi reprimida. Nessa época, a colonização do estado voltou a ser aumentada.[11]

A área formada pela Amazônia acolheu grande número de imigrantes após a expansão da exploração da borracha, no desfecho do século XIX e princípio do século XX. Devido à distribuição das seringueiras pela floresta, não foram fundados aglomerados urbanos principais. Para o sul do estado acorreram produtores de gado e extratores de erva-mate. Foram criadas novas cidades como Aquidauana e Porto Murtinho.[11]

Em 1943, um movimento de colonização do interior do Brasil, denominado “Marcha para o Oeste”, foi instaurado pelo governo de Getúlio Vargas. Foram fundadas em Mato Grosso as colônias agrícolas de Dourados e Terenos. No mesmo ano, foram emancipadas de Mato Grosso as terras que constituíram os territórios federais de Ponta Porã, de efêmera duração, e de Guaporé, hoje estado de Rondônia. A fundação de Brasília possibilitou a construção de rodovias, favorecendo os transportes e comunicações do estado, que possuía na precariedade desse campo um dos grandes obstáculos ao progresso.[11]

Nos anos 1970, retomou-se a ideia de separar o estado em dois. Em 11 de outubro de 1977, o estado de Mato Grosso do Sul foi fundado por uma lei complementar. A separação se deu no decorrer do governo de José Garcia Neto e Cuiabá permaneceu como capital do estado. Em 1979, foi empossado do governo do estado Frederico Soares Campos. Em 1983, Júlio José dos Campos, o primeiro governador escolhido pela população a partir de 1966 (sucedido pelo vice, Wilmar Peres, em 1986). Seguiram-se os governadores Carlos Bezerra (1987–1991) e Jaime Campos, em 1990; candidato do Partido da Frente Liberal (PFL) foi eleito governador, até então no primeiro turno. Foi substituído por Dante de Oliveira (PDT) em janeiro de 1995.[11]

Geografia editar

Demografia editar

Governo e política editar

Subdivisões editar

Economia editar

Infraestrutura editar

Cultura editar

Ver também editar

Notas

Referências

  1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Área Territorial Oficial - Consulta por Unidade da Federação». Consultado em 29 de agosto de 2021 
  2. IBGE, IBGE (27 de agosto de 2021). «Estimativa Populacional 2021». ibge.gov.br. Consultado em 28 de agosto de 2021 
  3. «Sistema de Contas Regionais: Brasil 2021» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 17 de novembro de 2023 
  4. «Tábua completa de mortalidade para o Brasil – 2015» (PDF). IBGE. Consultado em 2 de dezembro de 2016 
  5. «Sinopse do Censo Demográfico 2010». IBGE. Consultado em 2 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 20 de junho de 2022 
  6. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Pnud Brasil, Ipea e FJP. «Atlas Brasil: Ranking». Consultado em 27 de março de 2023 
  7. a b c d «MATO GROSSO». www.brasil.gov.br. Consultado em 13 de março de 2023. Cópia arquivada em 31 de janeiro de 1998 
  8. Girardi, Giovana (fevereiro de 2007). «Índios, santos e geografia». Revista Galileu. Consultado em 28 de setembro de 2013. Cópia arquivada em 29 de outubro de 2013 
  9. Houaiss, Correia Filho & Barbosa 1993, p. 7334.
  10. Arruda 1988, p. 5150.
  11. a b c d e f g h Mascarenhas et al. 1998, p. 3867.

Bibliografia editar

  • Arruda, Ana (1988). «Mato Grosso». Enciclopédia Delta Universal. 9. Rio de Janeiro: Delta 
  • Houaiss, Antônio; Correia Filho, Virgílio; Barbosa, Francisco de Assis (1993). «Mato Grosso». Enciclopédia Mirador Internacional. 14. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda 
  • Mascarenhas, Maria Amélia; Biasi, Mauro De; Coltrinari, Lylian; Moraes, Antônio Carlos de Robert de (1998). «Mato Grosso do Sul». Grande Enciclopédia Larousse Cultural. 16. São Paulo: Nova Cultural 

Ligações externas editar