O vírus da raiva é do gênero Lyssavirus e que é o causador da raiva, uma das doenças historicamente mais temidas da humanidade. Pode infectar todos os animais de sangue quente, dentre estes preferindo os mamíferos e, nestes, dos quirópteros e carnívoros.[1]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaVírus da raiva
Microscopia do vírus da raiva
Microscopia do vírus da raiva
Classificação científica
Grupo: Grupo V ((-)ssRNA)
Ordem: Mononegavirales
Família: Rhabdoviridae
Género: Lyssavirus
Espécie: Rabies virus

Histórico da vida de animais

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O agente etiológico da raiva foi inicialmente identificado por Adelchi Negri , em 1903 que, por visualizar os corpúsculos virais presentes nas amostras, tomou-os por parasitas protozoários. Alguns meses mais tarde é que Paul Remlinger (1871–1964), do Instituto Bacteriológico Imperial de Constantinopla, demonstrou a filtrabilidade do agente, identificando-o como um vírus.[1][2]

Inicialmente era apontada apenas uma espécie virótica do lissavírus como agente da raiva. Mais tarde, com o uso de métodos sorológicos, detectou-se a existência de quatro sorotipos diferentes. Modernamente, com a análise da genética molecular, sete tipos distintos foram detectados.[1]

Variedades

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Os sete tipos reconhecidos do vírus da raiva são:[1]

Genotipo Amostra - nome (em inglês) Amostra - sigla
1
Rabies virus (arquétipo, clássico)
RABV
2
Lagos Bat Lyssavirus
LBV
3
Mokola
MOKV
4
Duvenhage
DUVV
5
European Bat Lyssavirus (tipo 1)
EBLV-1
6
European Bat Lyssavirus (tipo 2)
EBLV-2
7
Australian Bat Lyssavirus
ABLV

Quatro novos tipos foram detectados em quirópteros na Europa e Ásia e ainda estão sendo apreciados. São eles:[1]

  1. Khujand, no norte do Tadjiquistão, 2001;
  2. Irkut, do leste da Sibéria, em 2002;
  3. West Caucasian Bat - WCBV, no Cáucaso próximo à Turquia, também em 2002; e
  4. Aravan, do sudeste do Quirguistão, 2003.

Descrição

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Representação esquemática do vírus da raiva:
A - Corpúsculos de Negri livres;
B - Corpúsculos de Negri em célula nervosa
O vírus:
1 - RNA polimerase (proteínas L e P)
2 - Glicoproteína
3 - Cadeia do RNA
4 - camada de lipídio
5 - Nucleocapsídeo proteico
6 - Matriz proteica.

O virião tem em geral a forma de um projétil (arredondada numa extremidade e reta na outra), podendo também ter formato de bacilo (as duas pontas arredondadas), medindo cerca de 170 nm de comprimento por 70 nm de largura.[3]

O revestimento lipídico (4, na imagem) é cercado por uma camada de espículos de glicoproteína, com cerca de 5 a 10 nm de comprimento[1] (2, na imagem). O nucleocapsídeo tem formato helicoidal simétrico (3) e é envolvido por uma camada lipídica (5).[1]

Referências

  1. a b c d e f g Sheila de Matos Xavier. «Comparação nos métodos de inoculação...» (PDF (download, apenas)). Fiocruz. Consultado em 10 de setembro de 2010 
  2. Keila Iamamoto. «Pesquisa do vírus rábico em mamíferos silvestres...» (PDF (download, somente)). Consultado em 10 de setembro de 2010 
  3. Leila Duarte; Maria do Carmo Drago. «A Raiva» (PDF). Évora. Consultado em 24 de maio de 2010