Vera Lúcia Romariz Correia Araújo (Maceió, 1950), mais conhecida como Vera Romariz, é uma poetista, escritora, cronista e crítica literária brasileira, é considerada um dos principais nomes da literatura alagoana contemporânea.

Início da vida editar

Nascida em Maceió no estado de Alagoas localizado no Brasil, em 17 de setembro de 1950, filha de João Romariz e Salvelina Lopes Romariz. É neta de um dos maiores expoentes do romantismo parnasiano brasileiro, o poeta Sabino Romariz (1873-1913). Possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Alagoas (1977), mestrado em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Alagoas (1989) e doutorado em Letras pela Universidade Federal da Paraíba (1999).

Em entrevista ao programa autoria da Tve Alagoas, Vera conta que gosta de poetizar as relações humanas, pois são assustadoras, fascinantes e complicadas. Prova disso é o seu livro de estreia Cacos (1977), um livro de crônicas, crônicas que na verdade são perfis psicológicos de pessoas (por exemplo: a tia rabugenta, o irmão poeta, a amiga que foi embora uma vez etc), e que resultam num painel de como as pessoas são variadas e instigantes. Seus temas são amplos, pois é o universo que a encanta, seja o universo humano, o universo dos objetos representados, ou a reflexão sobre o que é poesia, o que é poeta e o que fazem no mundo etc.

A escrita de Vera Romariz é dedicada a diversos gêneros e formas, desde poema à crítica literária. É uma escrita que enaltece e marca o seu lugar de fala, enquanto mulher, alagoana e professora. O seu eu-lírico representa a voz do mundo, choca as sensações humanas, que recorrem no texto a calmaria e leveza das palavras. Segundo Silva (2007, p.163), Romariz é “dona de uma linguagem limpa, que o exagero barroco não contaminou, se descobre diante da palavra, e sua criação poética polida e sistêmica não apresenta encoberta de compromissos formais”. Resumidamente, suas obras são um mistura de prazer e dor, produzidas a partir da carga psicológica imposta, e que através da estética livre da arte contemporânea dar às narrativas um empoderamento singular. “A poesia romariana é marcada pelo lirismo, que envolve espaços e relações cotidianas, que emerge de reconfiguração do espaço sob a ótica de real da poeta em imagens simbólicas a partir de uma linguagem plurissignificativa, marcada pela subjetividade lírica”. Freire (2019, p.23)

Obras editar

  • Cacos (1977);
  • Camões: O Poliedro da Poética Portuguesa (1980);
  • Quase Pássaro (1986);
  • Quem é Você, Manuel Bandeira? (1986)
  • Campo Minado (1986); (ensaio literário para o público infantil em co-autoria com Edilma Acioli Bomfim -1986);
  • Amor aos Cinquenta (2004)
  • Película (2008).

Prêmios editar

Prêmio Nacional de Ensaio Literário Adonias Filho pelo trabalho ‘Identidade e Alteridade Cultural no Romance Luanda Beira Bahia’ (1990)

Referências

[1][2]

  1. FREIRE, Jéssica Emanuele Moreno Rafael. Um voo poético em alinhavo: o espaço literário em película, de Vera Romariz. Monografia (licenciatura em Letras) – Universidade Federal de Alagoas, Delmiro Gouveia, 2019.
  2. SILVA, Marcio Ferreira da. Dois poemas, uma poeta: a poesia especializada de Vera Romariz. In: MORAES, Maria Heloisa Melo de (Org). Poesia Alagoana hoje: ensaios. Maceió: EDUFAL, 2007.