Villa Mix

casa noturna
 Nota: Se procura o festival de música sertaneja, veja VillaMix Festival.

Villa Mix é uma casa noturna brasileira sediada em São Paulo, capital do estado homônimo. Inaugurada em 25 de novembro de 2011, foi lançada numa iniciativa da dupla sertaneja Jorge & Mateus com o grupo de empresários que controlam a Enter Eventos. A inspiração para o lançamento da casa noturna partiu da gravação do show Noite e Dia: Ao Vivo em Goiânia no mesmo ano — este que também originou o VillaMix Festival. A Villa Mix também possui presença em outras regiões do país, através de licenciamento de marca pertencente a produtora AudioMix, do empresário Marcos Araújo.

Villa Mix
Localização São Paulo, SP (sede)
Tipo Casa noturna
Gênero Sertanejo
Inauguração 25 de novembro de 2011 (12 anos)
Proprietário Marcos Araújo[1]
Capacidade 1600 pessoas

História editar

O projeto da Villa Mix surgiu em julho de 2011 após o êxito da gravação do show Noite e Dia: Ao Vivo em Goiânia, em 13 de fevereiro de 2011, da dupla sertaneja Jorge & Mateus e outros artistas de sucesso do mesmo gênero. Para o lançamento da casa de shows, a dupla firmou parceria com o grupo de empresários da Enter Eventos.[2][3] O local escolhido foi o espaço do antigo Armazém da Vila, na Vila Olímpica, ocupando uma área de 2 mil metros quadrados e com capacidade para 1600 pessoas e é voltada para um público elitizado.[2][3]

A casa noturna foi lançada entre os dias 22 e 23 de novembro de 2011, com presença da dupla Jorge & Matheus e atrações convidadas como Gusttavo Lima e Humberto & Ronaldo.[2][4] A abertura ao público ocorreu no dia 25 de novembro de 2011. A abertura em São Paulo foi o embrião para a expansão do conceito em outras cidades do país.[2] A segunda inauguração ocorreu em Goiânia, em janeiro de 2012.[5][6] A primeira Villa Mix no Nordeste foi inaugurada em setembro de 2017, na cidade de Juazeiro do Norte.[7]

Controvérsias editar

Racismo e discriminação editar

Em agosto de 2015, o Ministério Público de São Paulo abriu investigação contra a Villa Mix a partir de denúncias formais de racismo e discriminação. Apesar da abertura do processo, haviam queixas contra o espaço desde 2012 onde relatos afirmavam que pessoas eram barradas na porta do local por não se enquadrarem ao perfil do espaço (impedimento de pessoas negras, acima do peso e até ‘mal arrumadas’).[8][9] Algumas das queixas foram compiladas numa página do Facebook que, além de relatos de frequentadores, também começaram a receber relatos de ex-funcionários do local que afirmavam ser obrigados a barrar "negro, humilde e gente gorda".[10][11] O advogado que representou a casa negou as acusações e afirmou que as denúncias foram feitas por pessoas que ficaram chateadas por não terem entrado no local e que não há privilégios ou distinção para entrar na Villa Mix, mas somente exigências quanto à vestimenta.[12]

Em 29 de julho de 2016, a Villa Mix assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público se comprometendo a não realizar nenhum tipo de seleção com base em aparência, raça ou posição social para definir quem pode ou não frequentá-la.[13] Em 25 de setembro de 2017, a Justiça Federal condenou a Villa Mix a indenizar uma ex-funcionária em 60 mil reais. A autora da ação, que é negra, trabalhou como hostess por dois anos na casa noturna e responsável por selecionar os frequentadores do estabelecimento. Na ação ela afirma que recebeu ordens da diretoria e dos proprietários para impedir a entrada de pessoas de perfil "como pessoas malvestidas, negras e que aparentavam ter baixo poder aquisitivo". Também afirmou ficar constrangida por ter que impedir a entrada de pessoas negras no local e que já chegou a liberar essas pessoas sem autorização e foi cobrada, anexando ao processo uma troca de mensagens com o gerente que se incomodou ao ver um homem negro no local, o que causou sua demissão. A defesa da Villa Mix afirmou que iria recorrer da sentença, negou as acusações e que repudia atos de discriminação.[14][15][16][17][18]

Referências

  1. Gabriel Elias (23 de outubro de 2021). «DNA confirma que Marcos Araújo é pai do filho caçula de Pétala Barreiros». Correio Braziliense. Consultado em 17 de dezembro de 2021 
  2. a b c d «Jorge & Mateus inauguram o Villa Mix em São Paulo, a casa conceito da música sertaneja.». Agitos.com.br. 14 de novembro de 2011. Consultado em 8 de maio de 2019 
  3. a b Paola Correa (17 de novembro de 2011). «Jorge e Mateus inauguram casa noturna sertaneja em SP». R7. Consultado em 8 de maio de 2019 
  4. André Piunti (23 de novembro de 2011). «Jorge e Mateus inauguram boate em São Paulo». UOL. Consultado em 8 de maio de 2019 
  5. Carolina Pessoni (12 de janeiro de 2012). «Nova boate surge na cena sertaneja da capital». aredação. Consultado em 8 de maio de 2019 
  6. Marcelo Albuquerque (18 de novembro de 2018). «Boate Villa Mix se despede do tradicional endereço em Goiânia após quase 7 anos». Curta Mais. Consultado em 8 de maio de 2019 
  7. Walber Freitas (20 de setembro de 2017). «Juazeiro do Norte recebe primeira Boate VillaMix do Nordeste». O Povo. Consultado em 8 de maio de 2019 
  8. Marcos Candido (27 de agosto de 2015). «4 relatos acusam a balada sertaneja Villa Mix de racismo e discriminação». Geledés. Consultado em 8 de maio de 2019 
  9. «Casa noturna Villa Mix é investigada pelo MP por discriminação». G1. 5 de agosto de 2015. Consultado em 8 de maio de 2019 
  10. Larissa Baltazar (5 de agosto de 2015). «'Boicote ao Villa Mix': Ministério Público de São Paulo investiga balada paulista acusada de discriminação». HuffPost Brasil. Consultado em 8 de maio de 2019 
  11. «Funcionários do Villa Mix eram forçados a barrar "negro, humilde e gente gorda"». iG. 7 de agosto de 2015. Consultado em 8 de maio de 2019 
  12. «Villa Mix nega discriminação e justifica: depois que lotou, ninguém entra». R7. 6 de agosto de 2015. Consultado em 8 de maio de 2019 
  13. «Villa Mix se compromete a não selecionar clientes por beleza, diz MP». G1. 30 de julho de 2016. Consultado em 8 de maio de 2019 
  14. Tatiana Santiago (25 de setembro de 2017). «Justiça condena Villa Mix a pagar indenização a ex-funcionária por ter de restringir entrada de negros». G1. Consultado em 8 de maio de 2019 
  15. «Gerente da Villa Mix questiona em mensagem entrada de negros: 'Quem liberou?'». G1. 27 de setembro de 2017. Consultado em 8 de maio de 2019 
  16. Gabriel Grunewald (26 de setembro de 2017). «Villa Mix é condenada pela Justiça Federal por racismo». ADNEWS. Exame. Consultado em 8 de maio de 2019 
  17. Luiz Vassallo; Julia Affonso (25 de setembro de 2017). «Justiça condena Villa Mix por 'restringir entrada de negros'». Estadão. Consultado em 8 de maio de 2019 
  18. Damy Coelho (28 de setembro de 2017). «Boate Villa Mix nega denúncias de racismo». CifraClubNews. Consultado em 8 de maio de 2019