Wickham Skinner
Em meio a uma crise na indústria automobilística americana na década de 1960 causada pela rápida evolução da industria japonesa, devido a inserção do Sistema Toyota de Produção, um acadêmico americano procurando justificar alguns motivos que estariam levando a indústria automobilística (e em geral) americana a perder competitividade, acaba revolucionando o modo de tomada de estratégias.
Wickham Skinner, graduado na Yale e professor da Universidade de Harvard, é considerado o principal precursor do conceito hoje conhecido como Estratégia de Manufatura, que ele mesmo define como: “um plano de longa duração para o desenvolvimento de diretrizes e estruturas operacionais consistentes que provêm instalações focalizadas para que se possa atingir objetivos limitados, porém absolutamente estratégicos. Estratégia de Manufatura é endereçada às decisões estruturais. Estas decisões estruturais correspondem à decisões que limitam sua operação por anos - são coisas que são difíceis de mudar, como o número, o tamanho, a localização das plantas, os maiores sistemas de controle, organização e gerenciamento de recursos humanos, a seleção de equipamentos e do processo tecnológico.”
Suas principais obras foram “Manufacturing – missing link in corporate strategy (1969)” e “The focused factory (1974)”. Nos quais escreve que “a manufatura é geralmente percebida da forma errada pela alta administração, gerenciada da forma errada ao nível de planta, e ensinada da forma errada nas escolas de administração". As empresas atribuíam pouca importância à manufatura no contexto da estratégia empresarial, segundo Skinner, o que é um erro muito grave pois “… o que parecem ser decisões rotineiras concernentes à manufatura freqüentemente acabam por limitar as opções estratégicas da corporação, atrelando-a, através de instalações, equipamentos, pessoal e controles básicos e políticas a uma postura não competitiva que pode levar anos para ser contornada”.
Skinner fala em seus artigos que há várias maneiras de ser competitivo além de produzir a um baixo custo. Onde critica a atitude competitiva baseada no preço.
Defende também que uma indústria não pode ter uma boa performance em tudo o que faz. Baseado nisto, a indústria deve estabelecer o que é mais vantajoso ser feito por ela mesma e o que é mais vantajoso ser terceirizado, tornando-se deste modo, mais competitiva.
Skinner criou ainda o conceito de Mini-fábricas Semi-Autônomas (Fábricas Focalizadas), em que linhas de produtos diferentes são alocadas a locais diferentes dentro da fábrica.
Principais idéias de Skinner
editar- A manufatura pode ser um forte recurso competitivo se devidamente projetada e operada;
- Custos, eficiência e produtividade embora comumente aceitos como os mais importantes objetivos de desempenho, são limitados e impróprios para suportar uma vantagem competitiva;
- Sete objetivos de desempenho devem ser considerados:
- custos, eficiência, produtividade;
- tempo de entrega;
- qualidade;
- serviço, confiabilidade;
- flexibilidade para alteração de produtos;
- flexibilidade para alteração de volume;
- os investimentos necessários no sistema de produção;
- Um objetivo estratégico focalizado ou tarefa de manufatura, é baseado em um ou dois dos sete objetivos e é derivada da estratégia competitiva da empresa e de oportunidades econômicas e tecnológicas;
- Para realizar esta tarefa, o sistema de operações deve ser projetado e operado para focalizar em uma tarefa, com uma faixa limitada de produtos, mercados e tecnologia;
- Uma fábrica que se focaliza em uma faixa de produtos para um dado nicho de mercado, irá ter melhor desempenho que uma fábrica convencional;
- Uma estrutura projetada estrategicamente é a chave para que a função manufatura se torne uma arma competitiva;
A estrutura de um sistema de produção é derivada de decisões concernentes a fazer versus comprar, capacidade, equipamentos e processos, número, tamanho e localização das instalações, que produtos devem ser feitos em cada planta, o sistema gerencial para o planejamento da produção, programação e controle, sistemas de informação, controle de qualidade, estrutura organizacional e gerenciamento da mão-de-obra.
Referências
editar- Saisse, M. C. P., (2003),“Planejamento fino da produção - um elo esquecido na estratégia de manufatura.”, ENEGEP 2003.
- Skinner, W.,(1969), “Manufacturing - the Missing Link in Corporate Strategy.”, Harvard Business Review, 1969.
- Skinner, W.,(1974), “The Focused Factory.”, Harvard Business Review, 1974.
- https://web.archive.org/web/20080530210551/http://www.plus.org/+business/mm/prop/pcp/pcp.htm
- http://www.klippel.com.br/SEGET%202004%20-%20Estrategia%20Producao%20x%20Padronizacao.pdf[ligação inativa]
- http://balancedscorecard.blogspot.com/2007/01/concentrar-uma-organizao-no-que.html
- http://ensino.univates.br/~cyrne/admprod/Identifica%E7%E3o%20e%20an%E1lise%20da%20estrategia%20de%20manufatura%20-%20estudo%20de%20caso-E0103.pdf[ligação inativa]
- http://www.pg.cefetpr.br/ppgep/revista/revista2007/vol4/artigo/V3N4B3.pdf[ligação inativa]
- http://volpi.ea.ufrgs.br/teses_e_dissertacoes/td/000097.pdf[ligação inativa]
- http://www.eaesp.fgvsp.br/AppData/GVPesquisa/P00259_1.pdf
- http://www.strategosinc.com/focused_factory.htm