Shofar
O shofar (do hebraico שופר)[1][2] ou, em sua forma aportuguesada, xofar[3] é considerado um dos instrumentos de sopro mais antigos. Somente a flauta do pastor — chamada ugav, na Bíblia — tem registro da mesma época, mas não tem função em serviços religiosos nos dias de hoje.
O shofar não produz sons delicados, como o clarim moderno, a trombeta ou outro instrumento de sopro e, para os judeus, não é apenas um instrumento "musical", mas sim um instrumento tradicionalmente sagrado.
Na tradição judaica, lembra o carneiro sacrificado por Avraham (Abraão) no lugar de Yitschac (Isaac) através da história da Akedá, lida no segundo dia de Rosh Hashaná.
Ocasiões em que era tocado editar
Nos tempos antigos, o shofar era usado em ocasiões solenes. A palavra shofar é mencionada pela primeira vez em conexão à Revelação Divina no Monte Sinai, quando "a voz do shofar era por demais forte e todo o povo do acampamento tremeu".
O shofar no Midrash editar
O shofar é feito de um chifre de animal casher (considerado limpo). Qualquer chifre pode ser usado para o shofar, exceto vaca ou touro, pois estes chifres são chamados em hebraico de "keren" e não shofar, e também porque seu chifre poderia remeter ao Bezerro de Ouro que os filhos de Israel fizeram no deserto, ao deixarem o Egito.
Geralmente, e de preferência, o shofar é feito de um chifre de carneiro, em memória do carneiro que foi oferecido em lugar de Yitzhak (Isaac), que permitiu-se ser atado e colocado sobre o altar como um sacrifício a Deus.
O shofar é tocado em Rosh Hashaná após a leitura da Torá, antes e durante a oração de mussaf. Embora uma mitzvá não deva ser adiada, havia uma boa razão para adiar o toque do shofar para depois da leitura da Torá. Isso aconteceu numa comunidade judaica cercada por inimigos, em que o shofar foi tocado de manhã bem cedo. Os inimigos pensaram que os judeus estivessem convocando para uma rebelião contra eles, então os cercaram e os mataram. A partir daí decidiu-se por tocar o shofar após a leitura da Torá, pois quando os inimigos viam que os judeus já haviam feito parte de suas preces pacificamente, percebiam que era uma reunião pacífica para a oração, e não uma rebelião contra eles.
Rashi explica que houve um tempo quando os judeus foram proibidos de tocar o shofar. Guardas eram postados para vigiá-los até que o serviço da prece de Shacharit estivesse concluído. Os judeus por isso tocavam o shofar mais tarde, durante o serviço Mussaf, e assim permaneceu esta regra, de tocar o shofar após o serviço de Shacharit. Existe ainda outra razão: naquela época, os judeus já eram coroados com os mitsvot, os preceitos entre os quais tzitzit, Shemá ("ouve, Israel"), e a leitura da Torá. Então vem o shofar e lhes traz o perdão.
As bênçãos editar
O toque do shofar em Rosh Hashaná é um mandamento da Torá.[carece de fontes]
Esta é a bênção: "Bendito és Tu, Eterno, nosso Elohim, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos e nos ordenou ouvir a voz do shofar."[carece de fontes]
Referências
- ↑ «O toque do Shofar e seus simbolismos». Instituto Morashá de Cultura. Revista Morashá
- ↑ «שופר no Wikcionário hebraico»
- ↑ Dicionário Aurélio
Ligações externas editar
- Javé é um Leão devorador: denuncia e ameaça contra a guerra entre Efraim e Judá em Oseias 5.8-15 – Jovanir Lage