Zé Bigode
José Jorge Saldanha, também conhecido como Zé Bigode (? - Rio de Janeiro, 4 de abril de 1981) foi um dos fundadores do grupo criminoso conhecido como Comando Vermelho. Em 3 de abril de 1981[1], envolve-se num grande tiroteio com policiais, que formaram um efetivo de 400 homens contra si, dois mil tiros disparados, um intenso tiroteio que só acabou com a morte de Zé Bigode (que dispunha de grande arsenal), já na manhã do dia seguinte.[2]
Zé Bigode | |
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Em 1973. | |
Nome | José Jorge Saldanha |
Data de morte | 4 de abril de 1981 |
Local de morte | Rio de Janeiro |
Crime(s) | Roubo a banco, homicídio |
Pena | 12 anos |
Situação | fugiu em 1980 |
Afiliação(ões) | Comando Vermelho |
Assassinatos | |
Período em atividade | 1972 – 1981 |
Preso em | janeiro de 1973 |
História editar
Após ter sido guarda patrimonial bancário da empresa Vigban[3], Saldanha foi demitido em 16 de outubro de 1972[4] e ingressou no crime pouco tempo depois. Em janeiro de 1973, aos vinte e cinco anos, foi preso pela primeira vez como membro da quadrilha "Bando da Metralha", também chamada de Quadrilha da Bailarina (por ter entre seus integrantes a ex-chacrete Edileuza Chaves), conhecida por assaltar quatro agências bancárias no Rio de Janeiro entre agosto e dezembro de 1972.[5]Ainda em janeiro, seu caso vai para o Superior Tribunal Militar (STM).[6]
Em março, quando encontrava-se detido no presídio Hélio Gomes, Saldanha assassinou a facadas o ex-policial Jorge Carlos dos Santos (Jorge Tarzan), membro da quadrilha de Liéce de Paula (da qual o criminoso Lúcio Flávio Vilar Lírio era um de seus integrantes). Saldanha alegou que Tarzan o ameaçava de tortura.[7] Enquadrado no artigo 27 da Lei de Segurança Nacional de 1969 em julho de 1975, Saldanha foi condenado a doze anos de prisão pelo Conselho Permanente de Justiça da 2ª Auditoria da Marinha do Brasil, sendo transferido para o Presídio de Ilha Grande.[8] Apesar da promulgação da Lei da Anistia em 1979, Saldanha foi um dos trezentos e vinte presos considerados sem direito de libertação pelo STM.[9] Ali, em 1979, integrou-se ao recém criado Comando Vermelho.[2]
Em 1980 Saldanha foi um dos fugitivos de Ilha Grande e retomou ao roubo de bancos.[10] Segundo as autoridades, em 1980 ele participou de doze roubos a banco no Rio de Janeiro, integrando a "quadrilha do paletó".[2] Em 3 de abril a polícia do Rio de Janeiro descobriu que Saldanha encontrava-se escondido em um apartamento do Conjunto dos Bancários, na Praia da Bandeira. Após um cerco de onze horas, envolvendo mais de quatrocentos policiais, Saldanha foi morto no dia 4.[2]
Referências
- ↑ Isabel Boechat (29 de março de 2009). «400 contra 1: O início da organização criminosa no Rio». Extra. Consultado em 28 de abril de 2011
- ↑ a b c d «Polícia incendeia prédio e mata 2 após 11 h de tiroteio». Jornal do Brasil, ano XC, edição 358, página 18/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 5 de abril de 1981. Consultado em 20 de novembro de 2021
- ↑ «Delegacia prende médico da quadrilha da Bailarina». Jornal do Brasil, ano LXXXII, edição 258, página 13/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 5 de janeiro de 1973. Consultado em 20 de novembro de 2021
- ↑ Cartados Leitores (23 de janeiro de 1973). «Segurança». Jornal do Brasil, ano LXXXII, edição 276, página 9/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. Consultado em 20 de novembro de 2021
- ↑ «Polícia desbaratou bando da metralha». Luta Democrática, ano XIX, edição 5834, página 2/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 3 de janeiro de 1973. Consultado em 20 de novembro de 2021
- ↑ «Assaltantes vão ao STM». Luta Democrática, ano XIX, edição 5857, página 2/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 31 de janeiro de 1973. Consultado em 20 de novembro de 2021
- ↑ «Companheiro de cela mata "Jorge Tarzã" a estocadas para não levar uma surra». Jornal do Brasil, ano LXXXII, edição 329, página 20/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 7 de março de 1973. Consultado em 20 de novembro de 2021
- ↑ «Auditoria da Marinha dá pena de 12 anos para enquadrados em segurança». Jornal do Brasil, ano LXXXV, edição 114, página 32/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 31 de julho de 1975. Consultado em 20 de novembro de 2021
- ↑ «STM calcula que 320 pessoas estão fora da anistia». Jornal do Brasil, ano LXXXIX, edição 121, página 13/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 7 de agosto de 1979. Consultado em 20 de novembro de 2021
- ↑ «Chefe preso revela o nome dos membros do bando de paletó e colete». Jornal do Brasil, ano XC, edição 193, página 22/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 10 de outubro de 1980. Consultado em 20 de novembro de 2021