Zangasso
Zangasso ou Sangasso é uma cidade e comuna rural da circunscrição de Cutiala, na região de Sicasso ao sul do Mali. Segundo censo de 1998, havia 13 463 residentes, enquanto segundo o de 2009, havia 19 925.[1] A comuna inclui 10 vilas.[2]
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Comuna | ||
Comuna de Zangasso | ||
Localização | ||
Localização de Zangasso | ||
Coordenadas | 12° 09′ 25″ N, 5° 37′ 10″ O | |
País | Mali | |
Região | Sicasso | |
Circunscrição | Cutiala | |
Características geográficas | ||
População total (2009) [1] | 19 925 hab. | |
Fuso horário | EET (UTC+0) |
História
editarO explorador francês René Caillié parou em Zangasso em 12 de fevereiro de 1828 em sua jornada para Tombuctu. Ele estava viajando com uma caravana que transportava nozes de cola para Jené. Em seu livro Viagens através da Ásia Central para Tombuctu publicado em 1830, escreveu o nome da vila omo Sanasso.[3] Segundo ele:
“ | Conforme avançamos o terreno ficou arenoso e bel cultivado. O país era geralmente aberto, mas ainda havia cés e nédés rhamnus lotus e nauclea. Nós encontramos uma numerosa caravana de Jené, carregada com sal. Essa caravana era composta de aproximados 200 homens, 60 mulheres e 25 burros. Por volta das 9 horas da manha nós paramos em Sanasso. De Tumaré para Jené, a madeira é tão escassa que a maior parte dos habitantes queimam restolho de milheto. Sanasso é sombreada por algodões e baobás. Como todas as vilas bambaras nessa região, é construída de tijolos cozidos no sol. As casas têm apenas térreo; há muita sujeita e [é] cercada por muralhas.[4] | ” |
Caillié registra detalhes de muitas plantas.[5] O cés são árvores de erva Carité das quais é feito o ori. Nédé é Parkia biglobosa. [6] Rhamnus lotus é um sinônimo de Ziziphus lotus, e sua nauclea eram provavelmente Mitragyna inermis.[7] Em 1889, o fama Tiebá Traoré (r. 1866–1893) do Reino de Quenedugu envia sofás para atacá-la e trazer cativos.[8] Em 1895-1896, Sagaba, no cantão de Zangasso, rebelou-se contra Babemba (r. 1893–1898).[9] Em 1898, Tiesingam de Zangasso participou na expedição contra os insurgentes. Babemba, ao tomar ciência da presença de uma força na região, retirou-se para Zangasso.[10]
Referências
- ↑ a b Estatística 2009.
- ↑ Estatística 2009a.
- ↑ Viguier 2008, p. 54-55.
- ↑ Caillié 1830, p. 420.
- ↑ Jacques-Félix 1963.
- ↑ Viguier 2008, p. 31.
- ↑ Toute 2005, p. 29.
- ↑ Colheaux 1924, p. 146.
- ↑ Colheaux 1924, p. 153.
- ↑ Colheaux 1924, p. 158.
Bibliografia
editar- Caillié, René (1830). «Travels through Central Africa to Timbuctoo; and across the Great Desert, to Morocco, performed in the years 1824-1828 (Volume 1)». Londres: Colburn & Bentley
- Colheaux, Par A. (1924). «Contribution a L'Étude de L'Histoire de L'Ancien Royaum de Kénédougou (1825-1898)». Comitê de Estudos históricos e científicos da África Ocidental Francesa. Boletim do Comitê de Estudos históricos e científicos da África Ocidental Francesa. 1–4
- «Region de Sikasso» (PDF). Centro de Estatística do Mali. 2009
- «Communes de la region de Sikasso» (PDF). Centro de Estatística do Mali. 2009a
- Jacques-Félix, Henri (1963). «Contribution de René Caillié à l'ethnobotanique africaine au cours de ses voyages en Mauritanie et à Tombouctou: 1819-1828». Journal d'Agriculture Tropicale et de Botanique Appliquée. 10 (8-9, 10-11): 287–334, 449–520
- Toute, René (2005). Histoire de la Recherche Agricole en Afrique Tropicale Francophone. Volume III: Explorateurs et marchands à la recherche de l’Eldorado africain 1800–1885/1890. Rome: Organisation des Nations unies pour l'alimentation et l'agriculture (FAO). pp. 18–33. ISBN 92-5-205407-3
- Viguier, Pierre (2008). «Sur les Traces de René Caillié: Le Mali de 1828 Revisité». Versalhes, França: Quae. ISBN 978-2-7592-0271-3