Estação Ferroviária de Algés

estação ferroviária em Portugal

A Estação Ferroviária de Algés é uma interface da Linha de Cascais, que serve a freguesia de Algés, no concelho de Oeiras, em Portugal. A estação conta com três linhas e uma passagem inferior pedonal, efectuando paragem aqui todos os comboios da Linha de Cascais.

Algés
Estação Ferroviária de Algés
plataformas e abrigos da estação de Algés, em 2018
Identificação: 69088 ALG (Algés)[1]
Denominação: Estação de Algés
Administração: Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3]
Classificação: E (estação)[1]
Tipologia: B [3]
Linha(s): Linha de Cascais (PK 7+805).
Altitude: 8 m (a.n.m)
Coordenadas: 38°41′54.31″N × 9°13′46.19″W

(=+38.69842;−9.2295)

Mapa

(mais mapas: 38° 41′ 54,31″ N, 9° 13′ 46,19″ O; IGeoE)
Município: border link=Oeiras (Portugal)Oeiras
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Crz.Quebrada
Oeiras
Cascais
  C   Belém
Cais Sodré
Oeiras
Cascais
    Alcânt-Mar
Cais Sodré

1980s:
Cascais todas Cascais rápido São Pedro rápido Oeiras todas Oeiras semi-rápido Algés todas
Coroa: Coroa 1 Navegante
Conexões:
Ligação a elétricos
Ligação a elétricos
15E
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
79B 201 723 729 750 751 776 1101 1103 1105 1106 1107 1502 1503 1504 1520 1521 1522 1712 1713 1715 1722 1722 1731 1999 3701
Serviço de táxis
Serviço de táxis
OER LSB
Equipamentos: Bilheteiras e/ou máquinas de venda de bilhetes Caixas Multibanco Acesso para pessoas de mobilidade reduzida Parque de estacionamento
Inauguração:
Website:
Aspetos da estação de Algés: Plataformas, em 2020, e gare subterrânea, em 2018.

Descrição editar

 
Acesso às plataformas a partir do átrio subterrâneo (foto da década de 1980).

Localização e acessos editar

Esta interface tem acesso pelo epónimo Largo da Estação, na localidade de Algés.[4] Apesar da estação estar localizada integralmente dentro dos limites do município de Oeiras, a C.P. considera-a uma estação intermunicipal para fins tarifários, sendo utilizável por passageiros portadores de títulos válidos apenas para o concelho de Lisboa.[5]

Infraestrutura editar

Esta interface apresenta três vias de circulação, identificadas como LA, LD, e LC, com comprimentos de 261, 239, e 233 m, respetivamente; as plataformas têm todas 110 cm de altura, e 200 m de extensão;[3][6] existe ainda uma via secundária, identificada como "Resguardo", com comprimento de 160 m; todas estas vias estão eletrificadas em toda a sua extensão.[3]

Serviços editar

Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo urbano no serviço “Linha de Cascaistipicamente com um total de 102 circulações diárias em cada sentido ligando ao Cais do Sodré, das quais 32 têm término em Oeiras e as restantes em Cascais.[7]

 
Elétrico da Carris com destino a Algés, em inícios do século XX.

História editar

 Ver artigo principal: História da Linha de Cascais

Século XIX editar

Esta interface insere-se no lanço entre Cascais e Pedrouços da Linha de Cascais, que foi inaugurado em 30 de Setembro de 1889, desde logo com via dupla, pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.[8] O edifício da estação foi instalado junto ao entroncamento da antiga estrada de Carnaxide com a Estrada Real.[9] A chegada do caminho de ferro trouxe um grande desenvolvimento a Algés, que deixou de ser uma simples aldeia, tendo-se tornado um arrabalde elegante da capital.[10]

Em 1896, a Companhia Real previa a instalação de iluminação a gás em várias estações da Linha de Cascais, incluindo a de Algés.[11]

Século XX editar

Em 1901, foi eletrificada a linha da Carris que ligava Algés (=“Ribamar”) ao centro de Lisboa (atual 15E), até então a tração animal.[12] Em 16 de Março de 1902, a Gazeta dos Caminhos de Ferro noticiou que tinha sido instalada na estação de Algés, a título experimental, uma sineta que avisava com antecedência da partida dos comboios para o Cais do Sodré.[13] Em 1913, existiam carreiras de diligências entre a estação de Algés e as localidades de Algés de Cima, Carnaxide, Linda-a-Pastora e Linda-a-Velha.[14]

 
O novo edifício de passageiros da estação de Algés, construído em 1940 (já em desuso nesta foto de 2010).

Em 7 de Agosto de 1918, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses arrendou a gestão da Linha de Cascais à Sociedade Estoril, que devia proceder à sua modernização e electrificação,[15] além da remodelação das estações, incluindo a de Algés.[15] O processo de modernização permitiu um aumento tanto no número e na velocidade dos comboios, levando a profundas modificações nos horários, incluindo a introdução dos serviços semi-rápidos, que iam sem parar até aqui, e depois tinham paragens alternadas durante o resto do percurso.[16] Em 1933, o edifício da estação foi alvo de trabalhos de conservação.[17]

Em 1940, a Sociedade Estoril alterou o traçado da Linha de Cascais entre a Cruz Quebrada e Alcântara-Mar, devido à prepração da Exposição do Mundo Português e a instalação das avenidas do Porto e da Índia, tendo sido construída uma nova estação em Algés.[18] O novo traçado entre o Bom Sucesso e o Dafundo foi inaugurado em 18 de Junho de 1940, embora a Gazeta dos Caminhos de Ferro de 1 de Julho de 1940 informado que ainda estava em obras a nova estação.[19]

 
Comboio da série 3150 na estação de Algés, em 2007.

Século XXI editar

Em Junho de 2010, uma mulher foi colhida por um comboio no interior da estação de Algés, tendo sofrido apenas ferimentos ligeiros.[20] Em 29 de Abril de 2011, as catenárias em Paço de Arcos foram danificadas por uma forte queda de granizo, obrigando ao encerramento provisório do troço entre esta estação e Oeiras.[21] No dia 8 de Fevereiro de 2013, uma composição descarrilou quando estava prestes a entrar nesta estação, vinda de Cascais, sem fazer quaisquer feridos.[22]

As chuvadas de início de Dezembro de 2022[23] levaram à inundação da gare da estação de Algés, situada sob a via e plataformas: Apesar de a circulação ferroviária se manter imperturbada, foi determinado[quando?] o encerramento da gare «por tempo indeterminado»,[24] tendo as instalações subterrâneas sido reabertas ao público na manhã de 11 de dezembro — permanecendo porém indisponíveis as «bilheteiras, máquinas de venda automática e validadores».[25]

CP-USGL + CP-Reg + Soflusa + Fertagus
 
             
 
(n) Azambuja 
               
 Praias do Sado-A (u)
(n) Espadanal da Azambuja 
               
 Praça do Quebedo (u)
(n) Vila Nova da Rainha 
             
 Setúbal (u)
**(n) Carregado 
     
 
 
     
 Palmela (u)
(n) Castanheira do Ribatejo 
             
 Venda do Alcaide (u)
(n) Vila Franca de Xira 
       
 
 
 Pinhal Novo (u)(a)
(n) Alhandra 
             
 Penteado (a)
(n) Alverca   Moita (a)
(n) Póvoa   Alhos Vedros (a)
(n) Santa Iria   Baixa da Banheira (a)
(n) Bobadela   Lavradio (a)
(n) Sacavém   Barreiro-A (a)
(n) Moscavide   Barreiro (a)
(n) Oriente   (Soflusa)
(n)(z) Braço de Prata 
         
 
 
 Terreiro do Paço (a)
 
 
 
 
 
 
 
 
 Penalva (u)
(n)(ẍ) Santa Apolónia 
 
 
 
 
 
       
 Coina (u)
(z) Marvila 
 
         
 Fogueteiro (u)
(z) Roma-Areeiro 
           
 Foros de Amora (u)
(z) Entrecampos 
           
 Corroios (u)
(z)(7) Sete Rios 
           
 Pragal (u)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Campolide (z)(s)(u)*
(s) Benfica   Rossio (s)
(s) Santa Cruz-Damaia   Cais do Sodré (c)
(s) Reboleira   Santos (c)
(z) Alcântara-Terra 
 
 
 
 
   
 Alcântara-Mar (c)
(s) Amadora   Belém (c)
(s) Queluz-Belas   Algés (c)
(s) Monte Abraão   Cruz Quebrada (c)
(s) Massamá-Barcarena   Caxias (c)
(s)(o) Agualva-Cacém   Paço de Arcos (c)
 
 
 
         
 Santo Amaro (c)
(o) Mira Sintra-Meleças   Rio de Mouro (s)
(s) Mercês   Oeiras (c)
(s) Algueirão - Mem Martins   Carcavelos (c)
(s) Portela de Sintra   Parede (c)
(s) Sintra   São Pedro Estoril (c)
(o) Sabugo 
           
 São João Estoril (c)
(o) Pedra Furada 
           
 Estoril (c)
(o) Mafra 
           
 Monte Estoril (c)
(o) Malveira 
           
 Cascais (c)
**(o) Jerumelo 
 
 
     
 

2019-2021 []

Linhas: a L.ª Alentejoc L.ª Cascaiss L.ª Sintra C.ª X.
n L.ª Norteo L.ª Oestez L.ª Cinturau L.ª Sul7 C.ª 7 R.
(*) vd. Campolide-A   (**)   continua além z. tarif. Lisboa

(***) Na Linha do Norte (n): há diariamente dois comboios regionais nocturnos que param excepcionalmente em todas as estações e apeadeiros.
Fonte: Página oficial, 2020.06

Ver também editar

Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
  3. a b c Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  4. «Algés». Comboios de Portugal. Consultado em 12 de Novembro de 2014 
  5. Comboios Urbanos de Lisboa Lisboa: C.P., 2020.01
  6. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85 
  7. Comboios Urbanos : Lisboa : Cais do Sodré ⇄ Cascais («horário em vigor desde 02 maio 2023»). Esta informação refere-se aos dias úteis.
  8. TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1682). p. 61-64. Consultado em 27 de Fevereiro de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  9. COLAÇO e ARCHER, 1999:33
  10. COLAÇO e ARCHER, 1999:78
  11. «Há Quarenta Anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 48 (1161). 16 de Maio de 1936. p. 259. Consultado em 27 de Fevereiro de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  12. CALADO, 2010:10
  13. «Linhas Portuguezas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 16 (342). 16 de Março de 1902. p. 92. Consultado em 27 de Fevereiro de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  14. «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 12 de Fevereiro de 2018 
  15. a b «Sociedade "Estoril"» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 62 (1476). 16 de Junho de 1949. p. 423-425. Consultado em 21 de Outubro de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  16. SOUSA, José Fernando de (1 de Julho de 1941). «A Sociedade Estoril» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 53 (1285). p. 325. Consultado em 21 de Outubro de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  17. «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1933» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1106). 16 de Janeiro de 1934. p. 49-52. Consultado em 14 de Março de 2015 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  18. «O que se fez em Caminhos de Ferro no ano de 1940» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 53 (1274). 16 de Janeiro de 1941. p. 83-88. Consultado em 1 de Janeiro de 2019 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  19. «Linhas Portuguesas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 52 (1261). 1 de Julho de 1940. p. 500. Consultado em 1 de Janeiro de 2019 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  20. «Mulher colhida por comboio em Algés». TVI 24. 13 de Junho de 2010. Consultado em 14 de Março de 2015 [ligação inativa] 
  21. «Linha de Cascais só normaliza na madrugada». Jornal i. 29 de Abril de 2011. Consultado em 14 de Março de 2015 [ligação inativa] 
  22. «Comboios descarrilam em Caxias e Algés». Correio da Manhã. 8 de Fevereiro de 2013. Consultado em 14 de Março de 2015 
  23. «Precipitação Forte em Lisboa». 9 de dezembro de 2022. Consultado em 13 de dezembro de 2022 
  24. Rui Cid; Carolina Rico: “Estação de comboios de Algés encerrada por tempo indeterminadoTSF (2022.12.09). Consultado a 2022.12.11.
  25. Depois da tempestade, estação ferroviária de Algés já está em funcionamentoTSF (2022.12.11); transc. Lusa. Consultado a 2022.12.11.

Bibliografia editar

  • CALADO, Maria (2010). Lisboa: Roteiros Republicanos. Col: Roteiros republicanos. Matosinhos: Quidnovi, Edição e Conteúdos, S. A. e Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República. 128 páginas. ISBN 978-989-554-730-2 
  • COLAÇO, Branca; ARCHER, Maria (1999). Memórias da Linha de Cascais. Cascais: Câmaras Municipais de Cascais e Oeiras. 370 páginas. ISBN 972-637-066-3 
 
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Ligações externas editar

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