Estação Ferroviária de Cascais

estação ferroviária em Portugal

A Estação Ferroviária de Cascais (nome anteriormente grafado como "Cascaes"),[4] é a estação terminal da Linha de Cascais, que serve a vila de Cascais, no distrito de Lisboa, em Portugal. Foi inaugurada em 30 de Setembro de 1889.[5]

Cascais
Estação Ferroviária de Cascais
placa identificativa
Identificação: 69260 CIS (Cascais)[1]
Denominação: Estação de Cascais
Administração: Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3]
Classificação: E (estação)[1]
Linha(s): Linha de Cascais (PK 25+450)
Altitude: 10 m (a.n.m)
Coordenadas: 38°42′2.78″N × 9°25′6.39″W

(=+38.70077;−9.41844)

Mapa

(mais mapas: 38° 42′ 02,78″ N, 9° 25′ 06,39″ O; IGeoE)
Município: border link=CascaisCascais
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Terminal   C   Mont.Estoril
Cais Sodré

1980s:
Cascais todas Cascais semi-rápido Cascais rápido
Coroa: Coroa 3 Navegante
Conexões:
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
M02 M04 M05 M06 M07 M08 M09 M11 M12 M13 M14 M15 M17 M18 M22 M27 M34 M39 M43 M44 1623 1624 1625
Serviço de táxis
Serviço de táxis
CSC
Equipamentos: Bilheteiras e/ou máquinas de venda de bilhetes Lavabos Caixas Multibanco Parque de estacionamento Acesso para pessoas de mobilidade reduzida Restaurante Sala de espera Telefones públicos
Inauguração: 30 de setembro de 1889 (há 134 anos)
Website:
Enquadramento da estação de Cascais.
Estação de Cascais, em Agosto de 2016.

Descrição editar

 
Estação de Cascais, em 2016.
 
Aspeto da plataforma terminal.

Localização e acessos editar

Esta interface situa-se junto ao Largo da Estação, na localidade de Cascais.[6]

Infraestrutura editar

Esta interface apresenta quatro vias de circulação, numeradas de L2 a L5 (sic), a primeira com 150 m de extensão e as restantes com 142 m, todas acessíveis por plataformas, a primeira com 119 m de extensão e as restantes com 142 m, e todas com 100 cm de altura; existe ainda uma via secundária, identificada como MI, com comprimento de 182 m e que não está eletrificada, estando as restantes vias eletrificadas em toda a sua extensão.[3] O edifício de passageiros situa-se ao topo da via,[7][8] já que esta foi concebida como estação terminal.[carece de fontes?]

Serviços editar

Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo urbano no serviço “Linha de Cascaistipicamente com 69 circulações diárias em cada sentido entre Cais do Sodré e Cascais.[9]

História editar

Antecedentes editar

A primeira iniciativa para trazer o caminho de ferro a Cascais foi lançada em 1870 pelo engenheiro M. A. Thomé de Gamond, que propôs a construção de uma linha de Lisboa a Colares, passando por Cascais, Alcabideche e Sintra.[10] Embora este projecto tivesse falhado, fundou as bases para a futura linha de Lisboa a Cascais, que deveria acompanhar a orla costeira.[10]

 
Anúncio de 1902, onde esta estação surge com a denominação primitiva, "Cascaes".

Em 23 de Fevereiro de 1871, um decreto autorizou a construção de uma linha no sistema americano entre Lisboa e Cascais, concessão que foi passada para a Companhia Carris de Ferro de Lisboa por um decreto de 21 de Novembro de 1872.[11] No entanto, a linha apenas foi construída até Algés, tendo a concessão sido anulada em 10 de Março de 1884 por não ter sido totalmente construída até Cascais no período determinado.[11] Entretanto, em 29 de Agosto de 1871, o Duque de Saldanha foi autorizado a prolongar a sua rede ferroviária, no sistema Larmanjat, até Belém e Cascais,[12] projecto que não chegou sequer a ser iniciado.[13]

Construção da Linha de Cascais editar

 Ver artigo principal: História da Linha de Cascais

Pouco depois, a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses começou a manifestar a intenção de construir várias linhas de carácter suburbano em Lisboa, incluindo uma linha desde esta vila à estação de Santa Apolónia,[11] tendo a empresa sido autorizada a construir esta linha por um alvará de 9 de Abril de 1887.[14] Em Junho de 1888 já estava em construção a linha de Alcântara a Cascais,[10] e o primeiro lanço do Ramal de Cascais, desde a vila até Pedrouços, entrou ao serviço em 30 de Setembro de 1889.[5][14]

A linha foi concluída com a chegada ao Cais do Sodré em 4 de Setembro de 1895,[15] não tendo chegado a ser completada até Santa Apolónia, devido a vários problemas técnicos, e aos receios que a passagem do caminho de ferro danificasse a estética da Praça do Comércio.[10]

 
Posto de comando da sinalização, na década de 1930.

Século XX editar

Em 7 de Agosto de 1908, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses subarrendou a exploração da Linha de Cascais à Sociedade Estoril,[16] que em 15 de Agosto de 1926 inaugurou a tracção eléctrica na totalidade da linha.[17]

Em 1934, a Sociedade Estoril realizou obras de reparação geral nesta estação.[18]

Em 1944, a locomotiva 070 da CP foi montada nas Oficinas Gerais de Santa Apolónia, tendo sido depois reparada e conservada nas oficinas da estação.[19]

Em 13 de Dezembro de 1976, terminou o contrato de arrendamento com a Sociedade Estoril,[20] voltando a Linha de Cascais a ser explorada directamente pela C.P. a partir de Janeiro de 1977.[21][22]

Nas décadas de 1980 e 1990, o Gabinete do Nó Ferroviário de Lisboa, em conjunto com a operadora Caminhos de Ferro Portugueses, iniciou um grande programa de desenvolvimento da rede ferroviária suburbana da capital, que incluiu a instalação de via férrea na Ponte 25 de Abril, e modernização das linhas, incluindo a de Cascais.[23] Neste caso, planeou-se a introdução de novo material circulante, a instalação de novos sistemas de sinalização, e a renovação de várias estações, como a de Cascais.[23]

Século XXI editar

Em Janeiro de 2011, contava com cinco vias de circulação, que apresentavam 87 a 124 m de comprimento; as plataformas tinham todas 110 cm de altura, e tinham 106 a 142 m de extensão[24] — valores mais tarde[quando?] alterados para os atuais.[3]

CP-USGL + CP-Reg + Soflusa + Fertagus
 
             
 
(n) Azambuja 
               
 Praias do Sado-A (u)
(n) Espadanal da Azambuja 
               
 Praça do Quebedo (u)
(n) Vila Nova da Rainha 
             
 Setúbal (u)
**(n) Carregado 
     
 
 
     
 Palmela (u)
(n) Castanheira do Ribatejo 
             
 Venda do Alcaide (u)
(n) Vila Franca de Xira 
       
 
 
 Pinhal Novo (u)(a)
(n) Alhandra 
             
 Penteado (a)
(n) Alverca   Moita (a)
(n) Póvoa   Alhos Vedros (a)
(n) Santa Iria   Baixa da Banheira (a)
(n) Bobadela   Lavradio (a)
(n) Sacavém   Barreiro-A (a)
(n) Moscavide   Barreiro (a)
(n) Oriente   (Soflusa)
(n)(z) Braço de Prata 
         
 
 
 Terreiro do Paço (a)
 
 
 
 
 
 
 
 
 Penalva (u)
(n)(ẍ) Santa Apolónia 
 
 
 
 
 
       
 Coina (u)
(z) Marvila 
 
         
 Fogueteiro (u)
(z) Roma-Areeiro 
           
 Foros de Amora (u)
(z) Entrecampos 
           
 Corroios (u)
(z)(7) Sete Rios 
           
 Pragal (u)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Campolide (z)(s)(u)*
(s) Benfica   Rossio (s)
(s) Santa Cruz-Damaia   Cais do Sodré (c)
(s) Reboleira   Santos (c)
(z) Alcântara-Terra 
 
 
 
 
   
 Alcântara-Mar (c)
(s) Amadora   Belém (c)
(s) Queluz-Belas   Algés (c)
(s) Monte Abraão   Cruz Quebrada (c)
(s) Massamá-Barcarena   Caxias (c)
(s)(o) Agualva-Cacém   Paço de Arcos (c)
 
 
 
         
 Santo Amaro (c)
(o) Mira Sintra-Meleças   Rio de Mouro (s)
(s) Mercês   Oeiras (c)
(s) Algueirão - Mem Martins   Carcavelos (c)
(s) Portela de Sintra   Parede (c)
(s) Sintra   São Pedro Estoril (c)
(o) Sabugo 
           
 São João Estoril (c)
(o) Pedra Furada 
           
 Estoril (c)
(o) Mafra 
           
 Monte Estoril (c)
(o) Malveira 
           
 Cascais (c)
**(o) Jerumelo 
 
 
     
 

2019-2021 []

Linhas: a L.ª Alentejoc L.ª Cascaiss L.ª Sintra C.ª X.
n L.ª Norteo L.ª Oestez L.ª Cinturau L.ª Sul7 C.ª 7 R.
(*) vd. Campolide-A   (**)   continua além z. tarif. Lisboa

(***) Na Linha do Norte (n): há diariamente dois comboios regionais nocturnos que param excepcionalmente em todas as estações e apeadeiros.
Fonte: Página oficial, 2020.06

Ver também editar

Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
  3. a b c Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  4. Chapuy: “Bilhetes a preços reduzidosGazeta dos Caminhos de Ferro 359(1902).
  5. a b REIS et al, 2006:38
  6. Estação Ferroviária de Cascais na base de dados SIPA da Direção-Geral do Património Cultural
  7. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  8. Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
  9. Comboios Urbanos : Lisboa : Cais do Sodré ⇄ Cascais («horário em vigor desde 02 maio 2023»). Esta informação refere-se aos dias úteis.
  10. a b c d MARTINS et al, 1996:29
  11. a b c SOUSA, José Fernando de (16 de Abril de 1940). «O prolongamento da Linha de Carris de Ferro do Dáfundo» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 52 (1256). p. 247-248. Consultado em 10 de Junho de 2017 
  12. MARTINS et al, 1996:245
  13. COLAÇO et al, p. 21
  14. a b TORRES, Carlos Manitto (16 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 70 (1682). p. 61-64. Consultado em 8 de Junho de 2017 
  15. MARTINS et al, 1996:251
  16. MARTINS et al, 1996:252
  17. MARTINS et al, 1996:99
  18. «O que se fez nos caminhos de ferro em Portugal, em 1934» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1129). 1 de Janeiro de 1935. p. 27-29. Consultado em 16 de Fevereiro de 2013 
  19. MARTINS et al, 1996:88
  20. MARTINS et al, 1996:279
  21. REIS et al, 2006:62,151
  22. MARTINS et al, 1996:64
  23. a b MARTINS et al, 1996:214-219
  24. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85 

Bibliografia editar

  • COLAÇO, Branca; ARCHER, Maria (1999). Memórias da Linha de Cascais. Cascais: Câmaras Municipais de Cascais e Oeiras. 370 páginas. ISBN 972-637-066-3 
  • MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
  • REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X 
 
Dois veículos da série 3150 acopulados em Cascais.

Leitura recomendada editar

  • ANTUNES, J. A. Aranha; et al. (2010). 1910-2010: o caminho de ferro em Portugal. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e REFER - Rede Ferroviária Nacional. 233 páginas. ISBN 978-989-97035-0-6 
  • CERVEIRA, Augusto; CASTRO, Francisco Almeida e (2006). Material e tracção: os caminhos de ferro portugueses nos anos 1940-70. Col: Para a História do Caminho de Ferro em Portugal. 5. Lisboa: CP-Comboios de Portugal. 270 páginas. ISBN 989-95182-0-4 
  • VILLAS-BOAS, Alfredo Vieira Peixoto de (2010) [1905]. Caminhos de Ferro Portuguezes. Lisboa e Valladollid: Livraria Clássica Editora e Editorial Maxtor. 583 páginas. ISBN 8497618556 
  • SALGUEIRO, Ângela (2008). A Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses: 1859-1891. Lisboa: Univ. Nova de Lisboa. 145 páginas 
 
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Ligações externas editar

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