Itapina

distrito do município de Colatina

Itapina é um distrito do município de Colatina, no Espírito Santo.[1] Colonizada por italianos, alemães, sírios, turcos e libaneses, o distrito de Itapina viu florescer uma rica sociedade, cujo testemunho são residências e repartições comerciais que resistiram ao declínio da cidade devido ao êxodo rural.

Itapina
  Distrito do Brasil  
Localização
Estado  Espírito Santo
Município Colatina
História
Criado em 04 de julho de 1923 (100 anos)
Características geográficas
População total (2010) 2 498 hab.

História editar

Itapina foi fundada em meados do século XIX por imigrantes europeus, às margens do Rio Doce. Em 1919 foi inaugurada a Estação Ferroviária de Itapina, da Estrada de Ferro Vitória a Minas.[2]

A partir da década de 1910, Itapina viu a cidade florescer e se tornar um dos polos comerciais de café mais ricos do Espírito Santo. Lojas de carros e artigos importados, comerciantes de seda, café e outros artigos finos, faziam o comércio de Itapina mais movimentado que o da sede do município, Colatina.

O vilarejo contava com fábricas, posto de gasolina, cinema, escola particular, posto de saúde e outras benfeitorias que poucas cidades do estado contavam na época. Foi uma das primeiras cidades capixabas a ter energia elétrica, fornecida por uma hidrelétrica particular que atendia à vila e era mantida por contribuições de seus moradores.

Itapina é um povoado bucólico e já foi um dos povoados mais ricos de Colatina no início do século XX, devido à comercialização do café. A 5 quilômetros do Vale do Santa Joana e a cerca de 25 quilômetros da sede do município, o povoamento da parte sul do rio Doce considerado mais novo que outros do distrito, entrou de jusante para montante e sua população é descendente de alemães, italianos e de portugueses.

No governo de Juscelino Kubitschek, dentro do Plano de Metas estava incluído um projeto de uma ponte que passaria sobre o Rio Doce e ligaria Itapina à então em construção BR-101, e encurtaria o caminho até Colatina em até 30 minutos.[3]

Devido a falta de interesses políticos e a burocracia, a ponte foi abandonada e atualmente virou um ponto turístico da cidade. Mesmo com a erradicação do café que teve inicio na década de 1960, Itapina ainda resistiu à decadência, principalmente por seu forte comércio, sustentado pelos donos de propriedades rurais.

Decadência do vilarejo editar

 
O vilarejo, visto a partir do Rio Doce.

Desde a década de 1970 devido a um conjunto de fatores como o declínio da produção de café, o não término da ponte e o êxodo rural o vilarejo começou entrar em declínio, tendo grande parte de seus moradores se mudado para cidades maiores como Vitória e Colatina em busca de melhor qualidade de vida. Gradativamente os bares, clubes, meios de entretenimento, fábricas e até a escola particular foram fechados por inviabilidade econômica.

Atualmente a economia do vilarejo se reduz a bares, uma única farmácia e um posto de correio, e fora do perímetro urbano, de atividades agropecuárias. Logo na entrada do distrito, há uma fábrica de cerâmica artesanal, desativada há mais de 30 anos;

Após o Rompimento de barragem em Mariana, o Rio Doce ficou contaminado com detritos e metais pesados, inviabilizando a atividade pesqueira. Com isso, a economia da região ficou ainda mais abalada.

Hoje o distrito ainda conta com duas Escolas situadas no mesmo prédio. Uma de ensino fundamental e outra de ensino médio, mantida pela Prefeitura Municipal de Colatina. A EMEF "Maria Ortiz" e o EEEM "Antõnio Eugênio Rosa", que recebe alunos de várias regiões próximas a Itapina.

Geografia editar

Localização editar

Fica localizada às margens do Rio Doce, junto à foz do rio Laje, entre as cidades de Colatina e Baixo Guandu. São oito quilômetros de estrada de terra a partir da BR asfaltada.[3] O distrito também pode ser acessado pelos trens da Estrada de Ferro Vitória a Minas, operada pela mineradora Vale.[2]

População editar

Pelo Censo 2010 (IBGE) a população total do distrito era de 2 498 habitantes, e a população urbana era de 696 habitantes.[4]

Atrações turísticas editar

 
A ponte inacabada de Itapina, que encurtaria o caminho até Colatina em 30 minutos, acabou se tornando ponto turístico da cidade, vista a partir da Estrada de Ferro Vitória a Minas.
  • FeNaViola (Festival Nacional de Viola), criado em 2007 com o intuito de melhorar a repercussão do lugar, teve sua segunda edição em 2008, na qual atraiu milhares de pessoas de todo o estado e até de Minas Gerais e outros estados.O Festival já contou com conhecidos nomes da MPB, como Zé Geraldo e Jair Rodrigues. A Festa se realiza, anualmente, durante o feriado de Corpus Christi.
  • As construções preservadas, lembranças da riqueza da primeira metade do século XX;
  • Passeio de trem até Colatina, Vitória ou Belo Horizonte pela Estrada de Ferro Vitória a Minas;
  • Travessia do Rio Doce, por balsa, gratuitamente;
  • Cachoeiras conservadas e limpas;
  • Rio Doce, que atrai pescadores;
  • Reserva Ecológica de Itapina;
  • A ponte inacabada com vista para o por-do-sol no Rio Doce entre vales e montanhas.

Ver também editar

Referências

  1. «Divisão Territorial Brasileira | IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 6 de dezembro de 2023 
  2. a b «Itapina -- Estações Ferroviárias do Estado do Espírito Santo». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 10 de agosto de 2020 [ligação inativa]
  3. a b «DER-ES - Mapa Rodoviário». der.es.gov.br. Consultado em 10 de dezembro de 2023 
  4. «IBGE | Censo 2010 | Sinopse por Setores». censo2010.ibge.gov.br. Consultado em 6 de dezembro de 2023 

Ligações externas editar

 
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