A Mauser-Vergueiro foi uma espingarda (português europeu) ou fuzil (português brasileiro) de repetição, desenvolvida por José Alberto Vergueiro[1], oficial de infantaria do Exército Português, a partir da espingarda Mauser 98, adaptando-lhe um novo sistema de culatra. A arma substituiu as Kropatschek m/1886 como espingarda padrão de infantaria do Exército Português em 1904[2].

Espingarda Mauser-Vergueiro

Mauser-Vergueiro
Tipo espingarda / carabina
Local de origem Portugal
História operacional
Em serviço 1904 - 1939
Histórico de produção
Criador José Alberto Vergueiro
Data de criação 1904
Variantes m/1904 (espingarda), m/1904 (carabina) e m/1904/39
Especificações
Peso 3,9 kg (Espingarda m/1904)
3,6 kg (Carabina m/1904)
3,9 kg (m/1904/39)
Comprimento 1110 mm (Espingarda m/1904)
1100 mm (Carabina m/1904)
1110 mm (m/1904/39)
Comprimento  600 mm

Características e utilização editar

A Mauser-Vergueiro utilizava a munição de calibre 6,5 x 58 mm (também chamada 6,5 x 58 mm Vergueiro ou 6,5×58mm Português), desenvolvida especialmente para esta arma[2].

No Exército Português a arma era oficialmente conhecida por Espingarda 6,5 mm m/1904. Uma versão mais leve e mais curta da arma era designada Carabina 6,5 mm m/904. Além de Portugal, a Mauser-Vergueiro esteve ao serviço do Brasil e da África do Sul[1]. Ao serviço de Portugal e da África do Sul foi utilizada em combate na Primeira Guerra Mundial e em diversas campanhas coloniais. As próprias tropas coloniais da Alemanha utilizaram espingardas Mauser-Vergueiro capturadas às forças aliadas em África durante a Primeira Guerra Mundial, preferindo-as às suas Mauser modelo 1888 (Gewehr 88), de origem alemã[2].

Em 1939, já depois do Exército Português ter adoptado a espingarda Mauser 98k de 7,92 x 57 mm, grande parte das Mauser-Vergueiro existentes foi modificada para aquele calibre e redenominadas Espingarda 7,92 mm m/1904/39 (mais tarde, a denominação do modelo modificado foi alterada para Espingarda 7,92 mm m/1904)[2]. As Mauser-Vergueiro de 7,92 mm mantiveram-se em serviço em algumas unidades até à década de 1960, numa altura em que as espingardas automáticas já estavam em uso generalizado no Exército Português. Embora apenas em uso cerimonial, ainda é utilizada no Instituto dos Pupilos do Exército[2].

Referências

  1. a b Pires, Nuno Lemos (2014). «O Exército de Portugal no início da Guerra» (PDF). olóquio na Assembleia da República no dia 7 de outubro de 2014: “A 1ª Grande Guerra”. Consultado em 18 de junho de 2019 
  2. a b c d e TELO, António José (2004). Armamento do Exército Português - Volume I. Lisboa: Prefacio. 10 páginas