Rodrigo Lefèvre

arquiteto brasileiro

Rodrigo Brotero Lefèvre (São Paulo, 9 de fevereiro de 1938Guiné-Bissau, 9 de junho de 1984) foi um arquiteto e professor universitário brasileiro.[1]

Rodrigo Lefèvre
Nascimento 9 de fevereiro de 1938 (86 anos)
São Paulo
Morte 9 de junho de 1984
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação arquiteto, professor universitário
Empregador(a) Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo

Estudou arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), onde ingressou em 1957, graduando-se em janeiro de 1962. A partir daquele ano até 1981 foi professor de história da arquitetura contemporânea na mesma Faculdade.

Com Sérgio Ferro e Flávio Império, constituiu o grupo denominado Arquitetura Nova, expressão tomada do título do famoso artigo de Ferro que marcou, em 1967, uma espécie de manifesto de rompimento com Vilanova Artigas, a arquitetura paulista e suas relações com o projeto nacional-desenvolvimentista. [2]

O grupo desenvolveu uma crítica à arquitetura brasileira, personalizada nas figuras de Oscar Niemeyer e Artigas, propondo a valorização das relações de trabalho no canteiro de obras.[3] Do ponto de vista técnico, destaca-se o uso de construções em abóbada com o uso de material cerâmico, verificadas principalmente em residências e escolas: tal artifício transforma o teto da futura construção em uma proteção ao próprio canteiro, visto que sua execução é prioritária no cronograma da obra, valorizando, desta forma, o trabalho do operário.

Como consequência de sua participação na resistência ao regime militar, é preso em 1970, sendo torturado no DOPS e condenado à 1 ano de prisão, pena cumprida no Presídio Tiradentes em São Paulo.

Entre 1975 e 1976 atua como professor convidado na École Nationale Supérieure d'Architecture de Grenoble na França.

Lefèvre foi ainda docente da FAU-Santos (1970), do curso de arquitetura da Faculdade de Belas Artes de São Paulo (1982-1984) e da FAU da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1977-1984).

De 1973 até sua morte, Lefèvre trabalhou no Departamento de Arquitetura da empresa Hidroservice, onde participou de diversos estudos e projetos, dentre os quais a sede do DNER em Brasília (atual DNIT), o prédio dos Ambulatórios,[4] do Hospital das Clínicas de São Paulo e uma série de estudos relativos à implantação de um sistema de saúde e saneamento na Guiné-Bissau. Gravemente ferido em um acidente automobilístico em Bissau, Lefèvre foi transferido para Dakar aonde em seguida faleceu.

Em sua homenagem, os estudantes de arquitetura da FAU PUC/Campinas adotaram seu nome para o Centro Acadêmico (CAFAU Rodrigo Lefèvre) e a Cidade de São Paulo batizou de Rodrigo Lefèvre uma das praças que circundam o MASP.

Referências

Bibliografia editar

  • ARANTES Pedro Fiori. Arquitetura Nova: Sérgio Ferro, Flávio Império e Rodrigo Lefèvre, de Artigas aos mutirões, São Paulo, Editora 34, 2002.
  • GUIMARÃES, Humberto Pio. Rodrigo Brotero Lefèvre: a construção da utopia. São Carlos, SP, Tese de Mestrado, IAU-USP São Carlos, 2006
  • KOURY, Ana Paula. Grupo Arquitetura Nova: Flávio Império, Rodrigo Lefèvre e Sérgio Ferro (Coleção Olhar Arquitetônico), São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo (EDUSP), 2003.
  • LEFÈVRE, Rodrigo Brotero. O arquiteto assalariado. Módulo, Rio de Janeiro, nº 66, set. 1981
  • LEFÈVRE, Rodrigo Brotero. Rodrigo Lefèvre In: IAB (org.) Arquitetura e desenvolvimento nacional - Depoimento de arquitetos paulistas. São Paulo, Pini, 1979
  • LEFÈVRE, Rodrigo Brotero. Projeto de um acampamento de obra: uma utopia. São Paulo, tese de mestrado, FAU-USP, 1981
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