Transportes do Paraná

Transportes do Paraná faz referência ao sistema de transporte do estado do Paraná, Região Sul do Brasil. A infraestrutura é ampla e diversificada, composta por meio rodoviário, com rodovias federais, estaduais e municipais; hidroviário, com dois portos marítimos e diversos fluviais; ferroviário, com duas ferrovias; e aéreo, com seis aeroportos comerciais, sendo dois internacionais, e dezenas de aeródromos municipais e privados.

Hidroviário editar

 
Porto de Paranaguá.

O Paraná liga-se ao Brasil e ao exterior pelos portos marítimos de Paranaguá e Antonina. O porto de Paranaguá, um dos mais importantes do país, foi objeto de um intenso programa de modernização, com dragagem, ampliação do cais, renovação de equipamento, inclusive a construção de um terminal de contêineres e de silos com unidades sugadoras.[1]

Serviços de barcos atendem os moradores das vilas e povoados encontrados nas ilhas e às margens da baía de Paranaguá. Alguns saem para a Ilha do Mel, outros para Guaraqueçaba e também para Cananéia e Iguape, no estado de São Paulo, utilizando o Canal do Varadouro. Serviços de balsa (ferry boat) costumam ser realizados na baía de Guaratuba, conectando a cidade homônima (Porto Damião de Souza) e Caiobá (Porto da Passagem).[2][3][4][5]

No interior do Paraná, o transporte fluvial ainda é pouco explorado. Costuma ser realizado em maior escala na região norte, noroeste e oeste do estado, nas bacias do rio Paraná e Paranapanema. No rio Paraná as hidrovias conectam a cidade de Guaíra e o estado de São Paulo, além de balsa, com Mato Grosso do Sul.[6] Há também navegação fluvial em Foz do Iguaçu, ligando o Brasil com a Argentina, sendo uma importante ligação com o Mercosul.[7][8]

O rio Iguaçu serviu como uma importante hidrovia no século XX, ligando Curitiba ao interior do estado, passando por cidades como Porto Amazonas, São Mateus do Sul, União da Vitória e Porto Vitória. A navegação de vapores fez alavancar o desenvolvimento econômico do Paraná. Além do transporte de pessoas, diversas mercadorias eram transportadas para serem comercializadas, principalmente durante o ciclo da erva-mate.[9][10]

Rodoviário editar

 
BR-277 em Cascavel.

A rede de rodovias do Paraná conta estradas federais, estaduais e municipais, muitas delas foram, até 2021, concedidas à iniciativa privada, responsável pela manutenção e cobrança de pedágio.[11][12][13]

 
Principais rodovias do Paraná representando o anel de integração.

As principais são as conexões Ourinhos/SP-Londrina-Apucarana-Maringá-Paranavaí (BR-369/BR-376), e a Paranaguá-Curitiba-Ponta Grossa-Guarapuava-Cascavel-Foz do Iguaçu (BR-277).[14] Em direção transversal, aparecem as conexões Apucarana-Ponta Grossa (BR-376), Sorocaba-Curitiba e São Paulo-Curitiba-Rio Negro. Esta última estende-se até o extremo sul do Rio Grande do Sul e pertence à BR-116.[14]

As rodovias do Paraná recebem diversas denominações como, por exemplo: Rodovia do Café no trecho entre Paranaguá-Curitiba-Nova Londrina, abrangendo a BR-277, BR-376, PR-182 e PR-577.[15] Rodovia Engenheira Enedina Alves Marques no trecho da PR-340 entre Cacatu e Cachoeira de Cima.[16]

Ferroviário editar

 
Sistema ferroviário e econômico do Paraná na década de 1970.

O sistema ferroviário paranaense goza de notória presença na vida econômica do estado. No setor sul, as linhas da Ferroeste, conhecida como "Ferrovia da Soja", empresa estatal inaugurada em 1988 e que foi administrada pela Ferropar entre1997 e 2007, quando foi restabelecido o controle pelo governo, faz o trecho de Guarapuava a Cascavel. Hoje há estudos adiantados para sua privatização e extensão até Maracaju, no Mato Grosso do Sul, como também até Paranaguá, além de um ramal até Foz do Iguaçu.[17]

Junto à Ferroeste, em Cascavel, encontra-se o Porto Seco, terminal terrestre alfandegado, que conta com armazéns, terminais de transbordo para grãos, congelados e containeres, câmaras frigoríficas para inspeção de produtos de origem animal e silos.[18]

Outra estrada de ferro liga o Porto de Paranaguá até Curitiba, Guarapuava, Londrina, Ponta Grossa e Maringá. De norte a sul, localizam-se as linhas da Rumo ALL, ex-América Latina Logística, que corresponde à malha meridional da ex-Rede Ferroviária Federal, que também passou para a iniciativa privada na década de 1990, que liga o Paraná aos estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.[14]

Aeroviário editar

 
Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu.

No estado existem seis aeroportos comerciais, dos quais dois internacionais. O Aeroporto Governador José Richa em Londrina, o Aeroporto Internacional Afonso Pena e o Aeroporto do Bacacheri, em Curitiba, e o Aeroporto Internacional Cataratas, em Foz do Iguaçu, até então administrados pela Infraero, foram privatizados em 2021. Já o Aeroporto de Cascavel, totalmente ampliado e reformado, é administrado pela municipalidade, mas com projeto de concessão, e o Aeroporto de Maringá, em processo de modernização, administrado por uma empresa de economia mista[19][20][21][22] Por anos seguidos, o Aeroporto Afonso Pena tem sido eleito o melhor do Brasil.[23]

Os aeroportos públicos não comerciais são os de Andirá, Apucarana, Arapongas, Arapoti, Bandeirantes, Campo Mourão, Castro, Centenário do Sul, Cianorte, Cornélio Procópio, Francisco Beltrão, Goioerê, Guaíra, Guarapuava, Guaratuba, Ibaiti, Loanda, Londrina, Medianeira, Palmas, Palotina, Paranaguá, Paranavaí, Pato Branco, Ponta Grossa, Porecatú, Realeza, São Miguel do Iguaçu, Sertanópolis, Siqueira Campos, Telêmaco Borba, Toledo, Umuarama e União da Vitória, que são de responsabilidade das suas respectivas administrações municipais.[24][25] Existem diversos aeródromos privados, como o Asas de Balsa Nova, em Balsa Nova, o Aeroleve e o Executivo, em Cascavel, e o 14 Bis, em Londrina.

O Paraná não possui tradição em transporte aéreo por cabo, como os teleféricos. Até 1995 funcionou o teleférico de Matinhos, no litoral.[26] Desde 1959 funciona o Bonde Aéreo de Telêmaco Borba, o único em operação no estado.[27]

Ver também editar

Referências

  1. APPA (2009). «Infraestrutura». Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina. Consultado em 6 de outubro de 2011. Cópia arquivada em 14 de novembro de 2011 
  2. «Como chegar em Matinhos». Matinhos - Praia de Matinhos. Consultado em 20 de maio de 2021. Cópia arquivada em 13 de maio de 2019 
  3. «Travessia de ferry boat em Guaratuba será administrada por nova empresa». Tribuna do Paraná. 14 de janeiro de 2021. Consultado em 20 de maio de 2021. Cópia arquivada em 20 de maio de 2021 
  4. «Nova concessionária do ferry boat em Guaratuba assume com proposta de renovação». brtravessias.com.br. Consultado em 20 de maio de 2021. Cópia arquivada em 20 de maio de 2021 
  5. «Nova empresa começa a operar ferry boat de Guaratuba nesta quarta». Correio do Litoral. Consultado em 20 de maio de 2021. Cópia arquivada em 20 de maio de 2021 
  6. Wons 1994, p. 173.
  7. Web4Comunicação. «Porto do Rio Iguaçu -». Porto do Rio Iguaçu. Consultado em 19 de maio de 2021. Cópia arquivada em 3 de março de 2021 
  8. Heberthy Konson Daijó (2017). «O porto fluvial de Foz do Iguaçu enquanto alternativa logística ao escoamento de grãos da região oeste paranaense». Universidade Federal do Paraná. Consultado em 23 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 23 de janeiro de 2022 
  9. «A importância do Porto Amazonas: foi aqui que a navegação a vapor fez o Paraná progredir». Estúdio C. 1 de fevereiro de 2020. Consultado em 23 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 23 de janeiro de 2022 
  10. Simone Koniski Guimarães (2017). «Estado e patrimônio cultural: a memória da hidrovia do Rio Iguaçu (PR)». Universidade Estadual de Ponta Grossa. Consultado em 23 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 23 de janeiro de 2022 
  11. «Rodovias Concedidas». Agência Reguladora do Paraná. Consultado em 21 de maio de 2021. Cópia arquivada em 8 de maio de 2021 
  12. «CCR Rodonorte conclui ciclo de R$ 5 bi em investimentos». A Rede. 24 de novembro de 2021. Consultado em 22 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 23 de janeiro de 2022 
  13. Valor Econômico (29 de novembro de 2021). «CCR: Chega ao fim a concessão da RodoNorte, no Paraná». BBC News. Consultado em 22 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 15 de janeiro de 2022 
  14. a b c «Mapa Multimodal do Paraná» (PDF). Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Consultado em 20 de julho de 2011. Cópia arquivada (PDF) em 6 de fevereiro de 2015 
  15. «Decreto nº 5674» (PDF). DER - Departamento de Estradas de Rodagem. 1961. Consultado em 22 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 23 de janeiro de 2022 
  16. «Lei 20.289 - 12/08/2021 (DOE n.º 10.748)». Casa Civil do Governo do Estado do Paraná. 2020. Consultado em 22 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 23 de janeiro de 2022 
  17. «Ministro da Infraestrutura defende o avanço da Ferroeste até Mato Grosso do Sul». Correio do Estado. Consultado em 20 de maio de 2021. Cópia arquivada em 23 de janeiro de 2022 
  18. «INFORMAÇÕES GERAIS - CODAPAR». www.codapar.pr.gov.br. Consultado em 20 de maio de 2021 [ligação inativa]
  19. Paraná, Jornal Bem. «Após leilão, Paraná tem quatro aeroportos privatizados - Bem Paraná». www.bemparana.com.br. Consultado em 20 de maio de 2021. Cópia arquivada em 20 de maio de 2021 
  20. Viana, Pedro (25 de abril de 2021). «Aeroporto novinho de Cascavel (PR) será concedido à iniciativa privada». AEROFLAP. Consultado em 20 de maio de 2021. Cópia arquivada em 20 de maio de 2021 
  21. Povo, Fábio Galão, especial para a Gazeta do. «Maringá moderniza aeroporto e descarta por enquanto a privatização». Gazeta do Povo. Consultado em 20 de maio de 2021. Cópia arquivada em 20 de maio de 2021 
  22. «Aeroporto de Maringá». Site Oficial do Aeroporto. Consultado em 20 de julho de 2011. Cópia arquivada em 6 de agosto de 2011 
  23. «Afonso Pena é o aeroporto com melhor avaliação do Brasil -». Paraná Portal. 3 de março de 2020. Consultado em 20 de maio de 2021. Cópia arquivada em 20 de maio de 2021 
  24. Secretaria de Estado dos Transportes do Paraná (2009). «Aeroportos do Paraná». Site Oficial do Estado do Paraná. Consultado em 6 de outubro de 2011. Cópia arquivada em 31 de agosto de 2013 
  25. «Aeródromos Públicos e Privados». Secretaria de Infraestrutura e Logistíca. Consultado em 24 de maio de 2021. Cópia arquivada em 24 de maio de 2021 
  26. Mônica Santanna (11 de janeiro de 1995). «Teleférico cai e mata duas pessoas no PR». Folha de S.Paulo. Consultado em 23 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 16 de dezembro de 2021 
  27. Viaje Paraná (2019). «Telêmaco Borba». Secretaria de Comunicação Social do Paraná. Consultado em 23 de janeiro de 2022. Cópia arquivada em 13 de dezembro de 2019 

Bibliografia editar

  • Wons, Iaroslaw (1994). Geografia do Paraná 6 ed. Curitiba: Ensino Renovado 

Ligações externas editar