Árion

Árion ou Aríon (Ariōn), poeta lírico grego, de duvidosa existência histórica (c. 600 a.C.).

BiografiaEditar
Árion teria nascido em Metomna (ilha de Lesbos), mas viveu principalmente em Corinto, à época do tirano Periandro, sendo citado como o primeiro escritor de ditirambos do mundo grego.[1] A obra "Suda" atribui-lhe também a invenção dos coros satíricos e a autoria de dois livros de Proêmios. Se existiram, essas obras se perderam no tempo.
LendaEditar
De acordo com Heródoto,[1] Arion decidira participar de uma competição musical na Itália e contratou um navio coríntio para transportá-lo. Tendo vencido a competição, recebeu ricos prêmios. Na viagem de volta, os marinheiros do navio decidiram matá-lo para se apossarem de seus prêmios. Ciente disso, Árion pediu-lhes que o deixassem entoar seu derradeiro canto, vestido com suas roupas de cantor, após o qual ele próprio se mataria, lançando-se às águas do mar. Maravilhados, os marinheiros concordaram pois, além de conseguir o que queriam, ainda seriam brindados com a voz de tão famoso cantor.
Empunhando sua cítara, Árion entoou um cântico a Apolo, o deus dos poetas e, à medida que cantava, uma crescente quantidade de golfinhos foi se colocando em volta do navio. Findo o canto, ele lançou-se no mar, como prometera. Os marinheiros julgaram-no morto e prosseguiram sua viagem, mas ele caira sobre um golfinho, que o conduziu em suas costas até o cabo Tainaron, onde havia um santuário de Poseidon, o deus dos mares.
Seguindo por terra, Árion chegou a Corinto antes dos marinheiros, e contou sua história ao tirano Periandro, que não acreditou nela, por julgá-la fantástica. Mas quando os marinheiros chegaram e sem saber que Árion estava vivo, disseram ao tirano que ele havia decidido permanecer na Itália, Periandro compreendeu que o poeta falara a verdade e mandou executar os marinheiros.
Possível origemEditar
A suposta lenda de Árion pode ser baseada no equino Árion, filho de Poseidon e Demetra. Por causa de Árion cair no templo de Poseidon, o pai do equino da mitologia, e na pintura de William Adolphe, estar montado em um cavalo-marinho, uma referência a o equino e a o seu pai.
Referências
BibliografiaEditar
- Bowder, Diana - "Quem foi quem na Grécia Antiga", São Paulo, Art Editora/Círculo do Livro S/A, s/d
- Heródoto - "História", I.23-24