Átalo (cunhado de Pérdicas)

 Nota: Para outros significados de Átalo, veja Átalo.

Átalo foi um cunhado de Pérdicas, o primeiro regente do império de Alexandre após sua morte. Ele morreu durante as Guerras dos Diádocos.

Átalo
Nascimento século IV a.C.
Morte 316 a.C.
Cidadania Macedónia Antiga
Progenitores
  • Andromenes
Cônjuge Atalanta (irmã de Pérdicas)
Irmão(ã)(s) Amyntas, Polemon, Simmias of Macedon

Família editar

Pérdicas, cujo pai se chamava Orontes,[1] tinha um irmão, Alcetas,[2][3] e uma irmã, Atalanta, casada com Átalo.[3]

Ele teve algumas filhas.[Nota 1][4]

Comandante da frota editar

Possivelmente durante a regência de Pérdicas,[Nota 2] Átalo recebeu o comando da frota macedônia.[3]

Rebelde editar

Após a morte de Pérdicas e a chegada de notícias sobre a vitória de Eumenes da Cárdia sobre Crátero e Neoptólemo,[5] os macedônios sentenciaram à morte Eumenes e todos os partidários de Pérdicas, inclusive Alcetas.[3] Vários amigos de Pérdicas foram assassinados, inclusive sua irmã Atalanta.[3]

Quando Átalo soube da morte de Pérdicas e de Atalanta, ele levou a frota, que estava em Pelúsio, para Tiro.[6] Arquelau, um macedônio que comandava a guarnição da cidade, a entregou para Átalo, junto com 800 talentos que Pérdicas havia entregue em confiança a Arquelau.[6] Átalo fez de Tiro um refúgio para os amigos de Pérdicas que conseguiram escapar de Mênfis.[6]

Enquanto Eumenes da Cardia negociava com Antígono Monoftalmo uma cessação de hostilidades,[7] Antígono, que também estava planejando se livrar dos reis e de Antípatro, regente do império,[Nota 3][8] consultou Antípatro, que resolveu atacar Alcetas e Átalo.[7]

Derrota e captura editar

No ano seguinte, quando Apolodoro era arconte de Atenas e Quinto Popílio e Quinto Póplio eram cônsules romanos,[Nota 4] Antígono, após haver derrotado Eumenes, resolveu derrotar Alcetas e Átalo, os últimos amigos de Pérdicas que ainda tinham recursos e soldados para tentar tomar o poder.[9]

Antígono atacou o exército de Alcetas, que estava na Pisídia,[9] e o derrotou; Átalo, Dócimo e Polemão foram feitos prisioneiros, mas Alcetas escapou.[10] Alcetas se refugiou em Termesso[10] e foi traído pelos ancião da cidade, que o assassinaram.[11]

Fuga editar

No ano em que Demogenes foi arconte de Atenas, Lúcio Plótio e Mânio Fúlvio cônsules romanos e Agátocles tornou-se tirano de Siracusa,[12][Nota 5] Átalo e os demais comandantes das forças de Pérdicas, Polemão, Dócimo, Antípatro e Filotas, eram mantidos prisioneiros em uma fortaleza, porém quando souberam que Antígono Monoftalmo estava levando uma expedição contra algumas satrapias, convenceram alguns guardas a libertá-los, pegaram em armas e atacaram os guardas.[13]

Átalo e seus companheiros eram apenas oito, lutando contra quatrocentos soldados, porém graças à sua ousadia e destreza, e por terem servido sob Alexandre, eles capturaram o comandante dos guardas, Xenofeites, e o mataram, jogando-o do alto da muralha, e mataram ou expulsaram os demais guardas.[13] Em seguida, eles coloram fogo no prédio,[13] e, ao sair, receberam reforços, formando um grupo de cinquenta.[14]

Dócimo recomendou que eles fugissem, mas Átalo disse que não poderia fugir, por sua condição física agravada pelo tempo que ficara preso.[15] Nisto, chegaram tropas, mais de 3 mil homens,[15] e os rebeldes foram, de novo, cercados.[16]

Dócimo descobriu um caminho secreto e foi, com um companheiro, negociar com Estratonice, esposa de Antígono, que estava por perto, mas ele foi preso, e seu companheiro levou as forças para dentro da fortaleza.[16] Mesmo com a desvantagem numérica, os seguidores de Átalo ainda resistiram ao cerco por um ano e quatro meses.[17]

Filhas editar

Suas filhas estavam no grupo que acompanhou Olímpia a Pidna; o grupo era formado do filho de Alexandre, Roxana, Tessalônica, filha de Filipe, Deidamia, irmã de Pirro, as filhas de Átalo e outros parentes de amigos de Olímpia.[4]

Notas e referências

Notas

  1. O texto de Diodoro Sículo não diz quantas, nem fala quem foi a mãe delas.
  2. O texto de Diodoro Sículo não diz quando Átalo recebeu o comando da frota, apenas que ele comandava logo após a morte de Pérdicas.
  3. Antípatro foi regente do império de Alexandre após a morte de Pérdicas, tendo havido entre os dois um breve período em que Pithon e Arrideu foram os regentes. Os reis eram Alexandre IV, filho criança de Alexandre e Roxana, e Filipe Arrideu, meio-irmão de Alexandre, considerado incapaz.
  4. 320 a.C.. Segundo C. H. Oldfather, tradutor de Diodoro Sículo para o inglês, o texto de Diodoro foi corrompido. Os cônsules deste ano, segundo Tito Lívio, foram Quinto Publílio Filão, pela quinta vez, e Lúcio Papírio Cursor, pela segunda.
  5. 318 a.C.. Segundo C. H. Oldfather, baseado em Tito Lívio, os cônsules deste ano foram Marco Folio Flaccina e Lúcio Pláucio Veno; Plócio é a forma plebeia de Pláucio.

Referências

  1. Arriano, Eventos após Alexandre, 2, citado em epítome por Fócio, Biblioteca de Fócio [em linha]
  2. Arriano, Eventos após Alexandre, 20, citado em epítome por Fócio, Biblioteca de Fócio
  3. a b c d e Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVIII, 37.2 [ael/fr][en]
  4. a b Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 35.5 [ael/fr][en]
  5. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVIII, 37.1 [ael/fr][en]
  6. a b c Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVIII, 37.3 [ael/fr][en]
  7. a b Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVIII, 41.7 [ael/fr][en]
  8. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVIII, 41.5 [ael/fr][en]
  9. a b Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVIII, 44.1 [ael/fr][en]
  10. a b Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVIII, 45.3 [ael/fr][en]
  11. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVIII, 46.7 [ael/fr][en]
  12. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 2.1 [ael/fr][en]
  13. a b c Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 16.1 [ael/fr][en]
  14. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 16.2 [ael/fr][en]
  15. a b Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 16.3 [ael/fr][en]
  16. a b Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 16.4 [ael/fr][en]
  17. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 16.5 [ael/fr][en]