Afonso Claro Ramos Reynaud

Afonso Claro Ramos Reynaud (Setúbal, 16 de Fevereiro de 1895Palmela, 22 de Abril de 1961) foi um empresário, patrono desportivo e grande proprietário rural português, de ascendência marselhesa.

Afonso Ramos Reynaud
Afonso Claro Ramos Reynaud
Nascimento 16 de fevereiro de 1895
Setúbal, Reino de Portugal Reino de Portugal
Morte 22 de abril de 1961 (66 anos)
Palmela, Portugal Portugal

Juventude e casamento editar

Cresceu, filho de Manuel Ramos Reynaud e de Paulina da Conceição Claro, numa família de abastados e prestigiados empresários e industriais da área da conservaria de peixe no concelho de Setúbal, detentores da empresa Ramos Reynaud, & C.ª, fundada em 1892.[1]

É na década de 1920 que conhece e casa com Benvinda Carvalho de Oliveira e Silva (1896 — Palmela, 1997), filha de um dos maiores latifundiários do distrito de Setúbal, o mercador têxtil de origem judaica Francisco Carvalho de Oliveira e Silva[2] (Arganil, Folques,1853 — Palmela, 7 de Maio de 1940) e de sua mulher Ludovina Augusta Ferreira da Silva.

Os negócios editar

Começou inicialmente por criar e investir no ramo automóvel, em coordenação com a sua participação na gestão da empresa do seu pai.

Devido ao seu casamento, ao assumido desinteresse pelos anteriores investimentos e à grande proximidade que criara com o concelho de Palmela, vendeu a sua quota na Ramos Reynaud, & C.ª de modo a comprar, ao agora sogro, a Herdade de Biscaia (Palmela) e a Casa Senhorial da Quinta de S. João (Palmela, 1916), sagrando-se assim como um dos mais proeminentes latifundiários da região, explorando com sucesso e grande rentabilidade áreas como a vitivinicultura, agro-pecuária, exploração leiteira, exploração corticeira e extracção de areias.

Esta influência atraiu desde cedo a presença da autoridade do Grémio da Lavoura, no período do Estado Novo, que teria lugar num dos edifícios de apoio à Casa.

Patronato e missão social editar

Vitória de Setúbal Clube editar

Desde cedo grande adepto da modalidade do futebol, tornou-se o primeiro sócio oficial do Vitória de Setúbal Clube, que ajudou a criar, e no qual teve funções no Conselho Fiscal, no ano de 1952.[3]

É na apelidada "Era Dourada" do Clube que doa, em 1953, toda a areia usada na construção do muito esperado Estádio do Bonfim, que ironicamente só estaria concluído um ano após a sua morte, em 1962.

Santa Casa da Misericórdia de Palmela editar

Foi o 129º Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Palmela[4], salientando-se pela sua acção na gestão dos fundos da mesma, promovendo um grande incremento, à data, no auxilio social na Vila de Palmela.

Referências

  1. «Empresa: Ramos, Reynaud & Cª Lda, Setúbal». Can The Can 
  2. FORTUNA, António Matos (1990). Misericórdia de Palmela - Vida e Factos. Palmela: Santa Casa da Misericórdia de Palmela. 60 páginas 
  3. «Vitória F.C.». O Setubalense. 11 de Julho de 1959 
  4. FORTUNA, António Matos (1990). Misericórdia de Palmela - Vida e Factos. Palmela: Santa Casa Da Misericórdia de Palmela. 62 páginas