Afonso Furtado

Anadel de besteiros no reinado de D. João I

Afonso Furtado ou Afonso Furtado de Mendonça (Loures, Frielas, c. 1347 - Lisboa, c. 1423) foi um militar, diplomata e espião português[1].

Afonso Furtado
Nascimento 1347
Morte 1423
Cidadania Reino de Portugal
Filho(a)(s) Afonso Furtado de Mendoça
Ocupação diplomata
 Nota: Para outros significados de Afonso Furtado de Mendonça, veja Afonso Furtado de Mendonça (desambiguação).

Biografia editar

Afonso Furtado foi o primeiro Anadel-Mor dos Besteiros do Conto[2] desde o reinado de D. Fernando I de Portugal e Capitão-Mor do Mar[3] em tempo de D. João I de Portugal e fez parte do seu conselho real[1].

Desde novembro de 1388 até junho de 1389, está documentado como estando na Inglaterra, numa missão em que foi enviado da coroa portuguesa.[4]

Com o Prior do Crato da Ordem dos Hospitalários, D. Frei Álvaro Gonçalves Camelo, foi enviado por D. João I a Ceuta, examinar a cidade e as suas obras defensivas, na preparação da conquista daquela Praça.

A missão foi dissimulada: o Rei mandava-os como embaixadores à Rainha D. Branca I de Navarra, viúva do Rei D. Martim I da Sicília, para lhe proporem o casamento com o Infante D. Pedro de Portugal, em substituição do Infante D. João de Portugal, como estava assente.

Os dois emissários pararam em Ceuta para fazer aguada e abastecimento de provisões e puderam, à vontade, examinar a cidade. Segundo Fernão Lopes, lá terão ouvido também a profecia de que D. João I um dia conquistaria a cidade.[5]

Prosseguiram a viagem para a Sicília, onde as suas propostas não foram aceites. No seu regresso à Pátria, entregaram ao Rei e ao Conselho um relatório em forma da sua embaixada e, secretamente, um relatório que foi a base da conquista de Ceuta a 15 de agosto de 1415[6][7].

Dados familiares editar

Segundo Manuel Abranches de Soveral e Manuel Lamas de Mendonça, Afonso Furtado casou a 1.ª vez, antes de 1369, com Maria Miguéis, falecida em 1401 e sepultada na capela de Santa Maria do Paraíso em Alfama.[4] Era tia de Estevão Vasques Filipe, que também exercera o cargo de Anadel-Mor.

Casou pela segunda vez, cerca de 1411, com D. Maria de Mendonça (ou Mendoça), com quem teve só um filho:

Referências

  1. a b Um prelado em tempos de reformas: o percurso de D. Afonso Nogueira (1399-1464), por Gonçalo Melo da Silva, Lusitânia Sacra, 2ª Série, tomo 33: Mobilidades Medievais: Carreiras, Projectos, Realizações, (Janeiro-Julho 2016), pp. 161-202. ISSN: 0076-1508, nota 33
  2. Monumenta Henricina, vol. VII, pgs. 27, 116, 176, 377, 388 e 395.
  3. Monumenta Henricina, vol. I, pg. 308, nota 1.
  4. a b c Mendonça, Manuel Lamas de; Soveral, Manuel Abranches de (2004). Furtado (Os) de Mendonça Portugueses. [S.l.]: Ed. dos autores. pp. 56, 63, 63 
  5. Freire, Anselmo Braamcamp (1921). Brasões da Sala de Sintra, Livro Terceiro. Robarts - University of Toronto. Coimbra: Coimbra : Imprensa da Universidade. p. 170 
  6. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, pp. 1004 vol. XI, s. v. «Afonso Furtado»
  7. Serrão 1992, pp. 86 vol. III, s. v. «Afonso Furtado»

Bibliografia editar

  • Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. 40. Lisboa: [s.n.] 1936–1960 
  • Serrão, Joel (dir.) (1992). Dicionário de História de Portugal. Porto: Livraria Figueirinhas 
  • SOVERAL, Manuel Abranches; MENDONÇA, Manuel Lamas de. Os Furtado de Mendonça Portugueses: Ensaio Sobre a sua Verdadeira Origem. Porto: 2004, ISBN 972-97430-7-X.
  • SOVERAL, Manuel Abranches. Ascendências Visienses: Ensaio Genealógico sobre a Nobreza de Viseu: Séculos XIV a XVII. Porto: ed. a., 2004, 2 vols. ISBN 972-97430-6-1.