Albino António Freire de Andrade

Albino António Freire de Andrade (Pinhel, Alverca da Beira, 1 de Março de 1857Lisboa, Encarnação, 26 de Janeiro de 1957) foi um dos mais importantes farmacêuticos portugueses entre a 2.ª metade do século XIX e a 1.ª metade do século XX, tendo sido fundador da Farmácia Freire de Andrade & Irmão.

Albino António Freire de Andrade
Nascimento 1 de março de 1857
Morte 26 de janeiro de 1957

Biografia editar

Albino António Freire de Andrade nasceu a 1 de Março de 1857.[1] Diplomou-se pela Escola de Farmácia anexa à Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, onde terminou o curso em 22 de Dezembro de 1881[1]. Em 1885, juntamente com o seu irmão Francisco Freire de Andrade (1849-1885), adquiriu a farmácia na Rua do Alecrim que fora fundada em 1837 pelo farmacêutico Francisco Fortunato de Assis, passando a denominar-se Farmácia Freire de Andrade & Irmão, da qual foi director. Nesse mesmo ano começou a participar na farmácia um terceiro irmão, José Freire de Andrade (1863-1914).

A farmácia teve as suas instalações reformadas em 1887 e ampliadas em 1894, com a instalação de dois laboratórios, um de análises químicas, bacteriológicas, microscópicas, industriais e agrícolas, e outro para esterilizações, o qual terá sido o primeiro montado em Portugal, e nele se preparavam objectos de penso e líquidos para injectáveis em ampolas. Posteriormente, por indicação e direcção do médico e bacteriologista Luís da Câmara Pestana, foi instalado um laboratório de biologia e opoterapia para a obtenção de fermentos terapêuticos, produtos opoterápicos, soros e vacinas.

Aos laboratórios da Farmácia Freire de Andrade & Irmão deve-se o início, em Portugal, da preparação de medicamentos injectáveis em ampolas de vidro, para o que foi necessário criar uma oficina de fabrico das ampolas e de todo o material de vidro. Os primeiros injectáveis em ampolas preparados pelos laboratórios foram uma solução de glicerofosfato de cálcio, encomendados em 1894 pelo médico Bettencourt Ferreira. A farmácia e os seus laboratórios receberam diversos prémios e distinções, entre os quais se destacam a Medalha de Ouro para Produtos Farmacêuticos, na Exposição Internacional do Centenário da Independência, realizada em 1922, no Rio de Janeiro, e a Medalha da Exposição da Indústria Farmacêutica Portuguesa, realizada em 1927, em Lisboa.

Dentro da área farmacêutica, Albino António Freire de Andrade foi ainda sócio e presidente da Sociedade Farmacêutica Lusitana[1]; sócio e presidente da Associação dos Farmacêuticos Portugueses; sócio do Centro Farmacêutico Português; Vogal de duas Comissões do Estado, compostas de médicos e farmacêuticos para elaborar um projecto do exercício de Farmácia e o Regimento dos preços dos medicamentos; membro de honra e delegado da Sociedade Farmacêutica Lusitana, no 1.º Congresso Nacional de Farmácia (1927) e membro da Sub-comissão organizadora da exposição de Especialidades Farmacêuticas Nacionais; director técnico dos Laboratórios Andrómaco, lugar que desempenhou até ao fim da sua vida.

Paralelamente, foi sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa e vice-presidente da sua Comissão de Botânica; director-secretário do Montepio Geral e membro do seu Conselho Fiscal; presidente do Conselho Fiscal do Banco Nacional Ultramarino; presidente da Assembleia-geral das Companhias do Gás e Electricidade; presidente do Conselho Fiscal da Companhia de Seguros Reformadora; director da Companhia das Águas das Caldas da Felgueira; presidente do Conselho Fiscal da Companhia Agrícola das Neves; director da sociedade Sousa, Andrade & Companhia, entre outros lugares que desempenhou.

Pelos seus serviços foi agraciado por El-Rei D. Carlos com o grau de cavaleiro da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, e pelo Rei D. Afonso XIII de Espanha, com o grau de comendador da Real Ordem de Isabel a Católica.

Albino Freire de Andrade faleceu a 26 de Janeiro de 1957, com 99 anos de idade.[1]

Referências

  1. a b c d «Falecimentos. Albino António Freire de Andrade» (PDF). Revista Portuguesa de Farmácia. Centro de Documentação Farmacêutica da Ordem dos Farmacêuticos. 1957. p. 62. Consultado em 25 de fevereiro de 2017. Arquivado do original (pdf) em 25 de fevereiro de 2017 

Bibliografia editar

  • AFFONSO, Domingos de Araújo; VALDEZ, Ruy Dique Travassos, Livro de Oiro da Nobreza, Braga: Tipografia da Pax, 1932-1934
  • BASTOS, Carlos, “Praça de Lisboa. Livro de ouro do comércio e indústria da capital”, Porto, 1945
  • DIAS, J.P. Sousa, A Farmácia em Portugal. Uma introdução à sua História. 1338-1938. Lisboa: Associação Nacional das Farmácias/INAPA, 1994
  • SANTOS, Costa “Breves apontamentos sobre a Farmácia Freire de Andrade & Irmão”, In Eco Farmacêutico, nº 268, pag. 15-17, 1964
  • FARMÁCIA FREIRE DE ANDRADE, “A Farmácia Freire de Andrade & Irmão. Os seus laboratórios e os seus produtos”, Lisboa: Tipografia do Anuário Comercial, 1917
  • RELATÓRIO, Primeiro Congresso Nacional de Farmácia, Lisboa: Tipografia da Papelaria Fernandes, 1927
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