Alto Egito

Parte do Egito que se estende do atual Assuão ao sul do Cairo

Alto Egito (em árabe: صعيد مصر‎; romaniz.:Sa'id Misr) é uma faixa de terra, em ambos lados do Vale do Nilo, que se estende desde os limites da catarata ao norte do atual Assuão para a área entre El-Ayait e Dachur (que fica ao sul do atual Cairo). O trecho norte do Alto Egito, entre El-Ayait e Sohag é às vezes conhecido como Médio Egito. O Alto Egito é mais frequentemente usada como uma divisão do Egito Antigo. Os modernos habitantes do Alto Egito são conhecidos como saidis; eles geralmente falam o Sa'idi arábico. O Alto Egito era conhecido como Ta Shemau,[1] que significa “terra de juncos”.[2] Foi dividido em 22 distritos chamados nomos.[3] O primeiro nomo foi mais ou menos onde é Assuão e o vigésimo segundo foi na moderna Atfih (Afroditópolis), logo ao sul do Cairo.

Mapa do Egito antigo, mostrando grandes cidades e sítios (c. 3100–30 a.C.)

História editar

A primeira casa do Alto Egito pré-dinástico foi Hieracômpolis (em grego: Hierakonpolis),[4] cuja divindade patrono era a deusa abutre Necbete.[5] Para a maior parte do Egito faraônico, Tebas era o orifício administrativo do Alto Egito. Após a sua destruição pelos assírios sua importância diminuiu. Sob os ptolomeus[6] a cidade de Ptolemaida, assumiu o papel de capital do Alto Egito.[7] O Alto Egito era representado pela coroa branca Hedjete, e seus símbolos eram o lótus e o carriço.

Por volta de 3 200 a.C., o Alto Egito, sob Narmer, conquistou o Baixo Egito, unificando todo o território sob uma coroa.

 
Representação mitológica da unificação do território

No século XI, um grande número de pastores, conhecidos como hilálios, fugiram do Alto Egito e se mudaram para o oeste da Líbia tão quanto para Tunis.[8] Acredita-se que as condições de pastagens degradadas no Alto Egito, associados com o inicio do Período Medieval Quente, foram à causa da migração.[9]

No século XX no Egito, o título Príncipe de Saíde (significando príncipe do Alto Egito) foi usado pelo herdeiro aparente ao trono egípcio.[10] Apesar de a monarquia egípcia ter sido abolida em 1953, o título continua a ser usado por Maomé Ali e chefe hereditário, Xejque Beja Cauar Alalaqui, Príncipe do Saíde.

Bibliografia editar

  • Bard, Katheryn A. and Shubert, Steven Blake (1999) Encyclopedia of the Archaeology of Ancient Egypt Routledge, London, ISBN 0-415-18589-0
  • Chauveau, Michel (2000) Egypt in the Age of Cleopatra: History and Society Under the Ptolemies Cornell University Press, Ithaca, New York, ISBN 0-8014-3597-8
  • David, Ann Rosalie (1975) The Egyptian Kingdoms Elsevier Phaidon, London, OCLC 2122106
  • Edel, Elmar (1961) Zu den Inschriften auf den Jahreszeitenreliefs der "Weltkammer" aus dem Sonnenheiligtum des Niuserre Vandenhoeck & Ruprecht, Göttingen, OCLC 309958651, in German
  • Ermann, Johann Peter Adolf and Grapow, Hermann (1982) Wörterbuch der Ägyptischen Sprache Akademie, Berlin, ISBN 3-05-002263-9, in German

Ver também editar

Referências

  1. Ermann & Grapow, op.cit. Wb 5, 227.4-14
  2. Ermann & Grapow, op.cit. Wb 4, 477.9-11
  3. The Encyclopedia Americana Grolier Incorporated, 1988, p.34
  4. Bard, op. cit., p.371
  5. David, op.cit., p.149
  6. Ptolemaida do Nilo não deve ser confundida com Ptolemaida na Fenícia ou Ptolemaida Terom no Sudão.
  7. Chauveau, op.cit., p.68
  8. Ballais, Jean-Louis (2000) "Chapter 7: Conquests and land degradation in the eastern Maghreb" p. 133 In Barker, Graeme and Gilbertson, David (2000) The Archaeology of Drylands: Living at the Margin Routledge, London, Volume 1, Part III - Sahara and Sahel, pp. 125-136, ISBN 978-0-415-23001-8
  9. Ballais, Jean-Louis (2000) "Chapter 7: Conquests and land degradation in the eastern Maghreb" p. 134 In Barker, Graeme and Gilbertson, David (2000) The Archaeology of Drylands: Living at the Margin Routledge, London, Volume 1, Part III - Sahara and Sahel, pp. 125-136, ISBN 978-0-415-23001-8
  10. O título foi primeiro usado por Príncipe Faruque, o filho e herdeiro de Rei Fuade I. O Príncipe Faruque foi oficialmente nomeado príncipe de Saíde em 12 de Dezembro de 1933.Brice, William Charles (1981). An Historical Atlas of Islam. Leiden: BRILL. p. 299. ISBN 90-04-06116-9. OCLC 9194288