Angelo da Fonseca

pintor indiano

Angelo da Fonseca (Santo Estevão, 1902Pune, 1967) foi um pintor indiano.

Angelo da Fonseca
Nascimento 1902
Santo Estevão, Goa, Índia
Morte 1967 (65 anos)
Pune, Maharashtra, Índia
Nacionalidade indiano
Área Pintura
Movimento(s) Modernismo

Seu trabalho levou a um renascimento da arte cristã na Índia, porém, ele mostrava uma fusão da tradicional cultura indiana com as imagens de figuras importantes do cristianismo que irritaram o governo colonial português e ele acabou expulso de Goa sob a acusação de blasfêmia.[1]

Biografia editar

Angelo nasceu na ilha de Santo Estevão, em Goa, na Índia, em 1902. Era o mais novo entre os 17 filhos de um casal fazendeiros indianos cristãos. Inicialmente, Angelo pretendia cursar medicina e ele se matriculou no Grant Medical College, em Mumbai, mas ele mudou radicalmente de ideia e se matriculou na JJ School of Art, também em Mumbai, em 1930. A escola adotava um sistema ocidental que não o agradou, então ele se mudou para Calcutá para estudar com o professor e pintor Abanindranath Tagore (sobrinho do poeta Rabindranath Tagore), na Bengal School of Art, onde também foi aluno de Nandalal Bose.[1][2]

Carreira editar

Angelo era um artista bastante versátil. Ele entalhava em madeira, ilustrava pergaminhos, fazia vitrais, pintava com aquarela, óleo, fazia desenhos a lápis e até trabalhava com argila. Pintou mais de mil aquarelas, murais, telas à óleo e teve seu trabalho expostos em vários locais da Índia, em especial aqueles ligados à religião cristã, como seminários e faculdades.[1][2]

O trabalho de Henry Heras foi de grande influência em sua carreira, pois Henry encorajava artistas indianos cristãos a pintar com temas hindus ao invés de trabalhar com a temática cristã tradicional. Como Angelo era cristão, ele começou a pintar telas com cenas tipicamente cristãs, como a Santa Ceia, o nascimento de Jesus e a Anunciação com temas, cores e vestimentas indianas. Ele pintou a Virgem Maria usando sari e bindi.[1][2]

Em 1931, Angelo retornou a Goa, que na época estava sob controle português. Seu trabalho recebeu duras críticas dos portugueses e de outros católicos de Goa por seus trabalhos cristãos com temas hindus. O padre da paróquia de Santo Estevão foi um dos grandes críticos a Angelo nas ilhas e ele foi obrigado a se mudar de Goa.[1][3][4]

Angelo se mudou para Pune, ainda em 1931, para poder trabalhar sem tanta vigilância no Movimento Ashram Cristão, onde trabalhou intensamente. Lá, ele se casou com Ivy Muriel Menezes, em 1951, com quem teve uma filha Yessonda Dalton, em 1957.[1] Além de mil aquarelas, Angelo pintou mais de 50 telas e fez vários vitrais, especialmente para igrejas.[2][5]

Morte editar

Angelo morreu em 1967, em Pune, aos 65 anos, devido a uma meningite. Sua esposa, morreu em 2015.[1][2]

Referências

  1. a b c d e f g «Creating Home-Grown Gods: Angelo Da Fonseca's Cross-Cultural Paintings». Daak. Consultado em 2 de setembro de 2021 
  2. a b c d e «Destined Journeys: the paintings of Angelo da Fonseca and Vamona Navelcar». The Free Library. Consultado em 2 de setembro de 2021 
  3. «How the Goan Lost His Art». Goa Art Gallery. Consultado em 2 de setembro de 2021 
  4. Sravasti Datta, ed. (5 de agosto de 2011). «Fusing Cultures». The Hindu. Consultado em 2 de setembro de 2021 
  5. Vivek Menezes, ed. (22 de agosto de 2020). «How the Goan lost his art: The Angelo da Fonseca chapter». The Times of India. Consultado em 2 de setembro de 2021