Apsu

divindade mesopotâmica

Apsu ou Abzu (Em acádio: apsû, ; lit. "ab" = longe, "zu" = água[1]) era um deus das águas doces de fontes subterrâneas, com atribuições religiosas nas mitologias da Suméria e Acádia. Lagos, rios, poços, e outras fontes de água doce também significavam "abzu".

Apsu
Deus das águas celestiais
Outro(s) nome(s) Abzu, Engur, Engurru
Cônjuge(s) Tiamate
Filho(s) Lamu, Lacamu

Cosmogonia Suméria editar

 
"Apsu" escrito em cuneiforme.

Certas represas de águas sagradas nos pátios dos templos da Babilônia e Acádia também eram chamados de "apsu" e serviam para rituais de purificação. Alguns estudiosos as consideram origem das abluções, das casas de banho das mesquitas islâmicas e pias batismais das igrejas cristãs.[2]

No épico babilônico Enuma Elis, Apsu, o "procriador dos deuses", está inerte e sonolento mas encontra sua paz perturbada pelos deuses mais novos então decide destruí-los. Seu neto Enqui, escolhido para representar os deuses mais novos, joga um feitiço em Apsu o colocando em um sono profundo a assim o confina ao submundo. Subsequentemente Enqui cria seu lar nas profundezas das fontes aquíferas e assume todas as funções de Apsu, incluindo seus poderes fertilizadores como senhor das águas e senhor do sêmen.[2]

Divindade editar

Apsu é uma efígie de uma divindade na criação épica babilônica, o Enuma Elis, livro da biblioteca de Assurbanípal a qual é milênios mais velha. Na história, ele era um ser primordial feito das águas doces e amante de outra divindade primordial, Tiamate, que era uma criatura das águas salgadas. O Enuma Elis começa com:

Quando os céus acima não existiam ainda e nem a terra abaixo, Apsu o oceano de água doce estava lá, o primeiro, o procriador, e Tiamate, o mar de água salgada, ela que criou tudo; eles ainda estavam misturados em suas águas, e nenhuma pastagem ainda tinha sido formada, nem mesmo um pedaço de pântano...[3]

Bibliografia editar

  • Jeremy Black and Anthony Green, 1992. Gods, Demons, and Symbols of Ancient Mesopotamia: an illustrated dictionary, s.v. "abzu, apsû". ISBN 0292707940
  • Leick, Gwendolyn. Mesopotâmia: A invenção da cidade. Rio de Janeiro: Imago, 2003. ISBN 8531208602

Referências

  1. Eridu in Sumerian Literature, Margaret Whitney Green, páginas 180-182, dissertação de Ph.D., Universidade de Chicago, 1975.
  2. a b Jeremy Black and Anthony Green (1992). Gods, Demons, and Symbols of Ancient Mesopotamia.
  3. Gwendolyn Leick (2003). Mesopotâmia: A invenção da cidade. Rio de Janeiro, Imago.

Ligações externas editar

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