Arco de Darwin

arco natural que se colapsou ao sudeste da ilha de Darwin

O Arco de Darwin foi uma formação rochosa que era formada por um arco natural localizado ao sudeste da Ilha Darwin, no Arquipélago de Galápagos, no Oceano Pacífico. O arco assentava-se num planalto rochoso e submerso de forma irregular, apelidado de "o teatro".[1][2] O colapso do arco, em 17 de maio de 2021, deveu-se à erosão natural e à gravidade. Restaram apenas as duas rocas independentes no local.[3][4]

Arco de Darwin
Pilares da Evolução
Arco de Darwin
Arco de Darwin, em 2006
Coordenadas: 1° 40' 19.2" N 91° 59' 26.6" O
Geografia física
País Equador
Localização Sudeste da Ilha Darwin, no Arquipélago de Galápagos, Equador
Arquipélago Arquipélago de Galápagos
Altitude média 168 m
Fuso horário UTC−6
Área 2,33  km²

O Arco de Darwin, junto com Ilha Darwin, recebeu o nome do naturalista inglês Charles Darwin, cujos estudos na área circundante o ajudaram a formar sua teoria da evolução por meio da seleção natural. Em homenagem a Darwin e suas obras, alguns moradores e profissionais da indústria apelidaram as "torres" de pedra remanescentes de Pilares da Evolução.[5][6]

Geografia editar

 
Arco de Darwin e vista parcial do planalto, em 2003

A Ilha Darwin é uma parte do Arquipélago de Galápagos, no Equador, e uma pequena ilha desabitada com uma área de 2,33 quilômetros quadrados e uma altitude de 168 metros. O Arco de Darwin ficava 1 quilômetro a sudeste da ilha e tinha uma aparência semelhante a uma ponte, que havia sido causada pela erosão.[7] A parede do planalto desce para o mar, e o lado oceânico do arco apresentava uma "plataforma de observação" a 18 metros.[8] O arco tinha 43 metros de altura, 70 metros de comprimento e 23 metros de largura.[9]

Fauna editar

De sua extremidade sul ao canal inclinado, a fauna marinha existente são tubarões-martelo, raias manta, carapaus, sardinis, albacoras, golfinhos, grandes cardumes de espécies de peixes pelágicos e também tubarões-baleia de até 14 metros de comprimento. Os tubarões-baleia são encontrados a partir do início de julho.[1][2] Outra fauna marinha inclui ídolos-mouros, tubarões-das-galápagos, raias-águia, tartarugas-verdes e tartarugas-de-pente, tubarões-seda e de recife-de-ponta-branca, barracudas e tubarões black jack.[8][10] Muitas aves são endêmicas e a espécie comumente observada é a andorinha-do-mar-escura, que se reproduz na Ilha Darwin.[1]

Turismo editar

O arco era popular entre fotógrafos e passeios em navios de cruzeiro.[11] A rica vida selvagem ao redor do arco tornava-o um local popular para mergulho.[12] Assim como na Ilha Darwin, os turistas não tinham permissão para pisar no arco. A área circundante das Ilhas Galápagos foi declarada Patrimônio Mundial da UNESCO em 1978.[12]

Colapso editar

Em 17 de maio de 2021, às 11h20, horário de Galápagos (UTC−6),[3] o arco colapsou devido à erosão natural. Uma postagem do Ministério do Meio Ambiente e Água do Equador afirmou que "este evento foi uma consequência da erosão natural. O Arco de Darwin é feito de pedra natural que antes teria sido parte da Ilha Darwin, que não está aberta a visitas por terra".[13] O evento foi testemunhado por mergulhadores a bordo do Galapagos Aggressor III.[3]

Após o colapso do arco, as colunas de rocha restantes foram apelidadas de "Pilares da Evolução" (em espanhol: Los Pilares de la Evolución) por moradores da indústria do turismo e do mergulho.[5][14] O apelido faz alusão ao arco e à ilha próxima tendo sido nomeada em homenagem a Charles Darwin, cujos estudos da vida selvagem da área circundante contribuíram para o início de sua teoria da evolução por meio da seleção natural.[5]

Referências

  1. a b c «Darwin» (em inglês). Galapagos Conservancy. Consultado em 21 de maio de 2021 
  2. a b Steve Rosenberg; Ellen I. Sarbone (2004). The Diving Guide Galapagos Islands (em inglês). [S.l.]: Cruising Guide Publications, Inc. ISBN 978-0-944428-70-2. Consultado em 21 de maio de 2021 
  3. a b c Strauss, Rebecca (17 de maio de 2021). «Breaking News: Darwin's Arch Collapses». Scuba Diver Life (em inglês). Consultado em 21 de maio de 2021 
  4. «Galapagos Islands: Erosion fells Darwin's Arch» (em inglês). BBC News. 18 de maio de 2021. Consultado em 21 de maio de 2021 
  5. a b c Farzan, Antonia Noori (19 de maio de 2021). «Darwin's Arch, famed Galápagos rock formation, collapses from erosion». The Washington Post (em inglês). Consultado em 21 de maio de 2021 
  6. Alessandro Giannini (19 de maio de 2021). «Arco de Darwin, nas Ilhas Galápagos, perdeu o topo». VEJA. Consultado em 23 de maio de 2021. Algumas pessoas na indústria de mergulho e viagens já estão se referindo à formação agora como ‘Os Pilares da Evolução’. 
  7. Harpp et al. (2014), p. 311.
  8. a b Jackson (2008), p. 221.
  9. «Top of famed Darwin's Arch off the Galapagos collapses» (em inglês). CBC News. Associated Press. 18 de maio de 2021. Consultado em 21 de maio de 2021 
  10. Sport Diver (em inglês). [S.l.: s.n.] Janeiro 2001. p. 110. ISSN 1077-985X. Consultado em 21 de maio de 2021 
  11. «Darwin's Arch collapses, famed Galapagos Island rock formation» (em inglês). Reuters. 19 de maio de 2021. Consultado em 21 de maio de 2021 
  12. a b «Ecuador: Galapagos icon, Darwin's Arch, collapses». Deutsche Welle (em inglês). 18 de maio de 2021. Consultado em 21 de maio de 2021 
  13. Ministerio del Ambiente y Agua de Ecuador [@Ambiente_Ec] (17 de maio de 2021). «Informamos que hoy 17 de mayo, se reportó el colapso del Arco de Darwin, el atractivo puente natural ubicado a menos de un kilómetro de la isla principal Darwin, la más norte del archipiélago de #Galápagos. Este suceso sería consecuencia de la erosión natural.» [Informamos a todos que hoje, 17 de maio, foi relatado o colapso do Arco de Darwin, o atraente arco natural localizado a menos de um quilômetro da ilha principal de Darwin, a ilha mais ao norte do arquipélago #Galápagos. Este evento foi uma consequência da erosão natural.] (Tweet) (em espanhol). Consultado em 21 de maio de 2021 – via Twitter 
  14. «Famed Darwin's Arch, in Galapagos, Collapses Due to Erosion». Morning Edition (em inglês). National Public Radio (NPR). 19 de maio de 2021. Consultado em 21 de maio de 2021 

Bibliografia editar

Ligações externas editar