Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana
O Arquivo Eclesiástico Dom Oscar de Oliveira, também conhecido como Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana (AEAM), fundado em 1965, é o arquivo histórico que recolhe a documentação em fase permanente da Arquidiocese de Mariana.
Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana | |
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Organização | |
Natureza jurídica | Arquivo Eclesiástico |
Missão | Recolher, em fase permanente, documentos históricos da Arquidiocese de Mariana |
Atribuições | Funciona como arquivo histórico da Arquidiocese de Mariana |
Dependência | Arquidiocese de Mariana |
Chefia | Monsenhor Flávio Carneiro Rodrigues, Diretor |
Número de funcionários | Luciana Viana Assunção, Adelma dos Santos, Fabiane Borges Maia Moreira, Arquivistas |
Documento institucional | Estatutos do Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana, de 8 de setembro de 1965 |
Localização | |
Jurisdição territorial | Brasil |
Sede | R. Dom Silvério, s/n - Colina de São Pedro, anexo à Igreja de São Pedro dos Clérigos, Mariana, Minas Gerais, Brasil |
Histórico | |
Antecessor | Rua Direita, 102, Mariana, Minas Gerais, Brasil |
Criação | 30 de maio de 1965 |
Sítio na internet | |
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Origens
editarComo toda paróquia, diocese e arquidiocese, a igreja matriz de Mariana teve, desde sua fundação, um arquivo destinado à guarda dos seus documentos oficiais, tanto os recebidos, quanto a cópia (na época denominada treslado) dos documentos expedidos. Inicialmente, esse arquivo era guardado na própria matriz da Vila do Ribeirão do Carmo (depois Catedral de Mariana), porém à medida em que o arquivo ia se avolumando, foi transferido para vários edifícios, entre eles a primeira residência episcopal de Mariana (o antigo Palácio do Conde de Assumar, anexo à Igreja de São Francisco de Assis), depois o Palácio da Olaria ou Palácio dos Bispos de Mariana (atual Museu da Música de Mariana), em seguida na Casa Capitular, na qual em 1962 foi instalado o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra e, durante o episcopado de Dom Helvécio Gomes de Oliveira (1876-1960), na Igreja de São Pedro dos Clérigos.[1][2]
O Arquivo Eclesiástico da Diocese e, posteriormente, da Arquidiocese de Mariana, possuiu diretores próprios, eleitos entre dignitários da catedral, como foi o caso de Monsenhor José de Souza Telles Guimarães (1840-1903), conhecido por ter salvo o arquivo de um incêndio, e de Monsenhor Raimundo Otávio da Trindade (1883-1962),[3][4] que o dirigiu entre 1923 e 1944, sendo o primeiro de seus diretores a dar um caráter histórico universal para o arquivo. Em 1965, Dom Oscar de Oliveira fundou o Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana e Monsenhor Flávio Carneiro Rodrigues (1932-), diretor desde 1989, construiu uma nova sal de consulta e ampliou o acesso público ao acervo.
Fundação e instalações
editarA partir da evidenciação de sua importância, não apenas para Mariana, mas também para a Igreja Católica, para Minas Gerais e para o Brasil, o Arcebispo Dom Oscar de Oliveira fundou, em 30 de maio de 1965, o Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana, ainda na Igreja de São Pedro dos Clérigos, separando os documentos que já haviam adquirido caráter histórico e permanente, dos documentos em fase corrente da Cúria Arquidiocesana, conforme instruções do Código de Direito Canônico (cânones 482-491) e as recomendações arquivísticas internacionais.[5] Os estatutos do AEAM foram aprovados em 8 de setembro de 1965, data em que a instituição passou a funcionar juridicamente.[6][7] Em 1972, o Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana foi transferido para o recém-inaugurado edifício da Cúria Metropolitana, na esquina da Rua Direita com a Rua Dom Silvério.[8]
No segundo semestre de 2017 o acervo foi transferido para o Palácio Getsêmani, anexo à Igreja de São Pedro dos Clérigos, com auxílio do pessoal e equipamentos do Museu da Música de Mariana, tendo sido reaberto para consulta no início de 2018. Após a inauguração das novas instalações, em 15 de agosto de 2018, a instituição passou a ser denominada Arquivo Eclesiástico Dom Oscar de Oliveira.[9]
Acervo
editarO arquivo possui um grande número de séries documentais referente à matriz e depois à catedral de Mariana, aos bispos, às paróquias e irmandades da diocese e depois arquidiocese, como os livros de provisões, batismos, casamentos, óbitos, processos de dispensa matrimonial, processos de inquirição “de genere et moribus”, atas, inventários, receita e despesa, documentação de todos os bispos de Mariana, correspondências, recortes de jornais, documentação de irmandades (compromissos, receita e despesa, livros de entradas de irmãos, recolhimento de anuidades) e muitos outros. Desde 1973, o AEAM também abrigou o Museu da Música,[10] transferido para a Residência Arquiepiscopal em 1988 e para o Palácio da Olaria em 2007, ocasião na qual passou a ser administrado diretamente pela Fundação Cultural e Educacional da Arquidiocese de Mariana (FUNDARQ). A documentação do AEAM é, ao mesmo tempo, abundante e rara, pois são muito poucas as arquidioceses brasileiras que preservaram documentos tão antigos e tão completos quanto estes. Boa parte da vida em Mariana, Ouro Preto e muitas outras cidades mineiras dos séculos XVIII, XIX e primeira metade do XX pode ser conhecida por meio da pesquisa nesse arquivo.[11]
Ligações externas
editarReferências
- ↑ SANTOS, Cristian José Oliveira (2005). «Os arquivos das primeiras prelazias e dioceses brasileiras no contexto da legislação e práticas arquivísticas da igreja católica». Bibliotca Digital da Câmara dos Deputados. Consultado em 9 de julho de 2015. Arquivado do original em 26 de setembro de 2015
- ↑ SCARPATI, Riler Barbosa (jan. 2013). «Museu Arquidiocesano de Mariana: agente da civilização» (PDF). Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá (PR) v. V, n.15. ISSN 1983-2850. Consultado em 9 de julho de 2015
- ↑ TRINDADE, Cônego Raimundo (1929). Archidiocese de Marianna: subsidios para a sua historia. [S.l.]: São Paulo: Escolas Profissionais do Lyceu Coração de Jesus. pp. 3v.
- ↑ TRINDADE, Cônego Raimundo (1953–1955). Arquidiocese de Mariana: subsídios para sua história. [S.l.]: 2 ed., Belo Horizonte: Imprensa Oficial. pp. 2v.
- ↑ RODRIGUES, Flávio Carneiro (1985). Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana (AEAM). [S.l.]: O Arquidiocesano, Mariana. pp. ano 27, n.1.367, 24 nov. 1985, p.2–3
- ↑ RODRIGUES, Flávio Carneiro (24 de novembro de 1985). «Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana (AEAM)». O Arquidiocesano, Mariana. ano 27, n.1.367, p.2-3
- ↑ SANTOS, Cristian José Oliveira (jan.–jun. 2007). «Os primeiros arquivos eclesiásticos brasileiros (1551-1854): diagnóstico». Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, Nova Série, São Paulo, v.3, n.1, p.25-44. Consultado em 9 de julho de 2015
- ↑ VASCONCELLOS, Décio de (1967). O Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana. [S.l.]: O Arquidiocesano, Mariana. pp. ano 8, n.398, 30 abr. 1967, p.4
- ↑ «Inauguradas as novas instalações do Arquivo Eclesiástico». Arquidiocese de Mariana (em inglês)
- ↑ [VIDIGAL, José Renato Peixoto] (1984). Museu da Música do Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana. [S.l.]: O Arquidiocesano, Mariana. pp. ano 26, n.1302, 26 ago. 1984, p.4
- ↑ RODRIGUES, Monsenhor Flávio Carneiro (18 de maio 2010). «Palácio dos Bispos possui um rico acervo que compõe o Museu do Livro». Consultado em 9 de julho de 2015. Arquivado do original em 26 de setembro de 2015