Arrocha

gênero musical e dança brasileira

O arrocha é um gênero musical e dança brasileira originário da cidade de Candeias, na Bahia.[2]

Arrocha
Arrocha
Pablo, num trio elétrico em 2011
Origens estilísticas bolero, seresta e brega
Contexto cultural periferias e pequenas cidades do Recôncavo Baiano
Instrumentos típicos Teclado, saxofone e bateria eletrônica[1]
Popularidade Bahia e Nordeste
nacional a partir de 2020[1]
Formas derivadas Sofrência (sertanejo romântico)
Subgêneros
Arrochadeira

Originado na Bahia, se espalhou desse estado para o restante do país. Seus pioneiros foram os cantores baianos Silvanno Salles (chamado de "cantor apaixonado"[3] ou "rei do arrocha"[4]), Ademir Marques, Lairton e seus Teclados, Márcio Moreno, Pablo e Nara Costa,[1] chamada "Rainha do Arrocha", tem esse "título" disputado com Nira Guerreira.[5]

Histórico e influências editar

Surgido no começo do século XXI da influência de estilos musicais românticos, como o bolero, seresta e sobretudo o brega, tem como característica um instrumental básico de teclado, bateria eletrônica e saxofone, com letras falando de amor e uma dança "agarradinha" que deu origem ao nome: "arrochar" significa "apertar" e se consagrou porque os primeiros artistas, em suas apresentações, gritavam aos casais que dançavam: "arrocha, arrocha" (ou seja, "aperta, aperta").[1]

Segundo o especialista da Universidade Federal da Bahia, Aaron Lopes, “O arrocha é um estilo musical descendente do bolero, ritmo de origem hispânica muito popular no Brasil desde o início do século 20 e muito executado, na Bahia, nas festas de seresta e boemia. O arrocha surge como uma variação de estilização do bolero, a partir de variação rítmica, novas sonoridades e repertório fundamentalmente romântico” e que deixou de "ser uma manifestação cultural exclusivamente baiana para se tornar também um elemento da cultura nacional. Hoje em dia, o arrocha pode ser considerado um tipo de gênero musical de alcance massivo – também chamado de gênero “superpopular” – e atrai públicos das mais diferentes origens, gêneros e classes sociais”, a partir da década de 2020 através de artistas e grupos como Nenho, Tayrone e Latitude 10.[1]

O gênero influenciou a música sertaneja com a criação do estilo "sofrência", o que de certa forma prejudicou os artistas de arrocha.[1] Considerado um "subgênero" dos dois, a sofrência chegou a ser considerada um sinônimo do próprio arrocha, sobretudo quando o cantor Pablo alcançou sucesso no país em 2014 com a canção "Fui Fiel" e influenciou artistas sertanejos a copiarem o arrocha.[6]

Ver também editar

 
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Referências

  1. a b c d e f Jaqueline Ferreira (31 de maio de 2022). «Gênero musical, arrocha revela talentos do interior da Bahia para o Brasil». Estadão. Consultado em 3 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 3 de fevereiro de 2024 
  2. «Candeias: Em comemoração aos 20 anos do Arrocha, Pablo e Jai fazem previa de show no Boteko do Vaqueiro. Confira!». Bahia Notícia. 26 de outubro de 2019. Consultado em 29 de agosto de 2021 
  3. «Camaro do cantor Silvanno Salles é apreendido em Salvador, diz polícia». G1. 9 de janeiro de 2014. Consultado em 3 de janeiro de 2014 
  4. «Sem shows na pandemia, cantor Silvanno Salles investe no comércio e abre bar em Salvador: 'Trabalho em família'». G1. 21 de julho de 2021. Consultado em 3 de fevereiro de 2024 
  5. Camila Mello (24 de outubro de 2011). «Grande expoente do arrocha, Nara Costa mantém sucesso popular». iBahia. Consultado em 26 de agosto de 2021 
  6. Adriana Izel (18 de dezembro de 2014). «Vertente dentro do arrocha e do sertanejo, sofrência ganha adeptos no DF». Correio Braziliense. Consultado em 3 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 26 de dezembro de 2014 

Ligações externas editar