Artaxes do Sacastão

 Nota: Para outros significados, veja Artaxes.

Artaxes (em persa médio: rthštr; romaniz.: Ardašīr; em parta: rthštr, Ardašīr; em grego clássico: Αρταξαρ, Artaxar) foi um oficial sassânida do século III, ativo durante o reinado do xainxá Artaxes I (r. 224–242).

Artaxes
Nacionalidade Império Sassânida
Ocupação Oficial
Religião Zoroastrismo

Artaxes (Αρτάξης, Artáxēs), Adeser (Αδεσήρ, Adesēr), Artaxer (Αρταξηρ, Artaxḗr), Artaxares (Αρταξάρης, Artaxárēs), Artaser (Αρτασήρ, Artasḗr), Artasires (Αρτασείρης, Artaseírēs), Artaxas (Αρτάξας, Artáxas) e Artaxias (Αρταξίας, Artaxías) são as formas gregas[1] do parta e persa médio Ardaxir ou Artaxir (𐭠𐭥𐭲𐭧𐭱𐭲𐭥, Ardaxšīr ou Artaxšīr)[2] e do armênio Artaxir (Արտաշիր, Artašir)[3] e Artaxes (Արտաշէս, Artašēs; surgido da forma não atestada *Artašas).[1] Esses nomes derivam do persa antigo Artaxaça (𐎠𐎼𐎫𐎧𐏁𐏂𐎠, Artaxšaçā) ou o iraniano antigo Artaxatra (*R̥ta-xš-ira-),[2] que significa "cujo reinado é através da verdade".[4] Sua grafia em persa antigo também foi helenizada e latinizada como Artaxerxes (Αρταξέρξης, Artaxérxēs).[1]

 
Dracma de Sapor cunhado ca. 240-244

Artaxes era um nobre persa, possivelmente filho do xainxá Artaxes I (r. 224–242) e irmão de Sapor I (r. 240–270). Foi citado na inscrição trilíngue Feitos do Divino Sapor escrita ca. 262 por ordens de Sapor e segundo a qual era do Sacastão, uma das províncias mais orientais do Império Sassânida, sob Artaxes I. Segundo a inscrição, estava em quarto lugar na ordem de precedência da corte.[5][6] Para Vesta Sarkhosh Curtis, seu sucesso foi incompleto. Dada sua posição no tempo de seu pai, Artaxes talvez seria sucessor, mas por razões desconhecidas foi Sapor que tornou-se o herdeiro aparente;[7] talvez o próprio Sapor teve seu papel nisso.[8] Curtis sugeriu que Artaxes e Sapor enalteceram o papel de Pabeco à ascensão dos sassânidas ao poder contra os arsácidas em detrimento de Sasano por questões propagandísticas: o primeiro por temer que a aristocracia de Pérsis o consideraria como estrangeiro, a julgar pela origem no Sacastão de seu ancestral; o segundo por pretender apagar a memória do herdeiro aparente Artaxes, que ele eclipsou e que à época era governador na mesma região.[9]

Referências

  1. a b c Ačaṙyan 1942–1962, p. 305.
  2. a b Martirosyan 2021, p. 22.
  3. Ačaṙyan 1942–1962, p. 309.
  4. Wiesehöfer 1986, p. 371–376.
  5. Weber 2019.
  6. Weber 2024.
  7. Curtis 2016, p. 28.
  8. Curtis 2016, p. 29.
  9. Curtis 2016, p. 30-31.

Bibliografia

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  • Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Գարջոյլ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã 
  • Curtis, Vesta Sarkhosh; Alram, Michael; Daryaee, Touraj; Pendleton, Elizabeth (2016). The Parthian and Early Sasanian Empires: adaptation and expansion. Oxônia e Filadélfia: Oxbow Books 
  • Martirosyan, Hrach (2021). «Faszikel 3: Iranian Personal Names in Armenian Collateral Tradition». In: Schmitt, Rudiger; Eichner, Heiner; Fragner, Bert G.; Sadovski, Velizar. Iranisches Personennamenbuch. Iranische namen in nebenüberlieferungen indogermanischer sprachen. Viena: Academia Austríaca de Ciências 
  • Weber, Ursula (2024). «Personenregister» (PDF). Prosopographie des Sāsānidenreiches im 3. Jahrhundert n.Chr.