Ascensão de Cristo (Frei Carlos)
A Ascensão de Cristo é uma pintura a óleo sobre madeira de carvalho pintada cerca de 1520-30 pelo pintor português de origem flamenga do período manuelino Frei Carlos que se destinou provavelmente a um dos retábulos executados pela oficina deste mestre para o altar-mor e capelas laterais do Convento do Espinheiro, em Évora, e que se encontra actualmente no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.[1]
Ascensão de Cristo | |
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Autor | Frei Carlos |
Data | c. 1520-30 |
Técnica | pintura a óleo sobre madeira |
Dimensões | 155 cm × 121 cm |
Localização | Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa |
A autoria de Ascensão de Cristo foi atribuída a Frei Carlos pelo marquês Francisco de Sousa Holstein em 1872. E por haver no conjunto de obras do Convento do Espinheiro criadas naquela época duas pinturas datadas de 1523 e 1529 se deduz a data provável da pintura desta Ascensão de Cristo.[1]
A Ascensão de Cristo, pintura em que Frei Carlos representa o episódio bíblico da Ascensão de Jesus ao céu depois da ressurreição tal como é narrado nos Actos dos Apóstolos (Atos 1:9–11), segue de perto a iconografia do tema que se encontra na pintura portuguesa do primeiro quarto do século XVI.[1]
DescriçãoEditar
Em primeiro plano destaca-se a figura da Virgem Maria envolta num amplo manto azul e com a cabeça coberta por um véu branco, de perfil, em oração.
No lado esquerdo, descentrados na composição, encontram-se os Apóstolos que dirigem o olhar para o anjo que se encontra mais abaixo com manto branco e enormes asas de tom azulado e rosa, em parte translúcidas, e que parece explicar o acontecido.
Um outro anjo um pouco mais afastado com manto de tom rosa paira entre o grupo dos Apóstolos e a imagem de Cristo de que se vê apenas os pés e o fundo do seu manto escuro ascendendo para o céu. Apenas um dos Apóstolos, o mais afastado parece ainda olhar para o alto, enquanto os outros dirigem o olhar para o anjo que se encontra mais abaixo.[1]
Do lado direito da composição vê-se uma colina no cimo da qual, envolta em árvores de grande porte, se vêm torres de uma povoação acastelada. Em fundo, dando profundidade à pintura, vê-se uma paisagem de montanhas em tons azulados e um rio que serpenteia na direcção delas.
BibliografiaEditar
- Couto, João - A pintura flamenga em Évora no século XVI. Variedade de estilos e de técnicas na obra atribuida a Frei Carlos, Évora, 1943.
- Couto, João - A Oficina de Frei Carlos, Realizações Artis, Lisboa, 1955.
- Figueiredo, José de - "Frey Carlos", in Lusitania, Vol. I. Lisboa: Bib. Nacional, 1924.
- Holstein, Marquês de Sousa - "Grão Vasco e a História da Arte em Portugal", in Artes e Letras, Lisboa, Jan./Fev. 1872.
- Reis-Santos, Luís - "Frei Carlos" in Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. V. Lisboa, s.d.
- Reis-Santos, Luís - "Frei Carlos" in A Voz, Lisboa, 5 de junho de 1935.
- Reis-Santos, Luís - Frei Carlos, Livraria Bertrand, Lisboa, 1940.
- Rodrigues, Dalila - "A Pintura do Período Manuelino", in História da Arte Portuguesa (dir. Paulo Pereira), Vol. II. Círculo de Leitores, Lisboa, 1995.
ReferênciasEditar
Ligação externaEditar
- Página oficial do Museu Nacional de Arte Antiga [2]