Batalha de Bitola
A batalha de Bitola (em búlgaro: Битка при Битоля) ocorreu próximo da cidade de Bitola, em território búlgaro, entre o exército búlgaro sob o comando do voivoda Ivatz e o exército bizantino liderado pelo estratego Jorge Gonitsiates. Foi uma das últimas batalhas abertas entre o Primeiro Império Búlgaro e o Império Bizantino. Os búlgaros foram vitoriosos e o imperador bizantino Basílio II Bulgaróctono (r. 976–1025) retirou-se da capital búlgara Acrida, cujos muros externos foram, naquele momento, violados pelos bizantinos. Contudo, a vitória bizantino apenas adiou a queda da Bulgária para o Império Bizantino em 1018.
Batalha de Bitola | |||
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Guerras bizantino-búlgaras | |||
Data | Outono de 1015 | ||
Local | próximo do Bitola, atual Macedônia do Norte | ||
Coordenadas | |||
Desfecho | Vitória búlgara | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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Localização aproximada da Batalha de Bitola no que é hoje a Macedônia do Norte |
Prelúdio
editarNa batalha de Clídio em 29 de julho de 1014 a maior parte do exército búlgaro foi destruída. A morte do tsar Samuel (r. 997–1014) logo depois (6 de outubro) enfraqueceu ainda mais o Estado. No outono de 1014, Basílio II penetrou fundo no território búlgaro e queimou o palácio de Gabriel Radomir (r. 1114-1115), o sucessor de Samuel, nas proximidades de Bitola.[1] As hostilidades foram renovadas na primavera de 1015. O imperador bizantino foi em direção do coração da Bulgária (em torno dos lagos Acrida e Prespa) e sistematicamente sitiou cada cidade ou fortaleza em seu caminho. A reação imediata para a campanha foi a sucessão de Edessa e sua reincorporação à Bulgária no começo de 1015. Basílio II rapidamente sitiou a cidade na primavera e reassentou seus habitantes.[2] No verão os bizantinos conquistaram outra cidade importante, Moglena. Durante seu cerco eles capturaram o cã Domeciano e muitos soldados.[3][4]
As tentativas de Gabriel Radomir de estabelecer a paz falharam.[5] Basílio II continuou a guerra e simultaneamente encorajou uma conspiração bem sucedida de João Vladislau para assassinar seu primo Radomir e tomar o trono.[6][7] Após João Vladislau tomar a coroa em agosto de 1015, ele fingiu concordar com a submissão aos bizantinos.[8][9] Basílio II não confiou nele e preparou outra conspiração para matar o novo tsar búlgaro. A nova conspiração falhou e levou ao fim das negociações.[4][10]
Batalha e rescaldo
editarComo ele não confiou na proposta de João Vladislau, Basílio II imediatamente lançou uma nova campanha via Ostrovo. Os bizantinos cegaram cada búlgaro capturado.[4] Na Pelagônia ele deixou um grande exército sob o comando dos estrategos Jorge Gonitsiates e Orestes para pilhar a região e guarnecer a retaguarda bizantina entre Acrida e Bitola. O próprio Basílio alcançou Acrida e conseguiu invadir a maior parte da cidade, exceto da cidadela onde os palácios reais estavam localizados.[11][12] Contudo, sua tentativa inicial de marchar a oeste para Dirráquio falharam após as dificuldades inesperadas na retaguarda bizantina.[13] O exército que foi liderado por Gonitsiates foi emboscado pelo comandante búlgaro Ivatz e foi completamente destruído. Esta derrota forçou Basílio II a retornar rapidamente. O resto do exército bizantino entrou na Pelagônia, mas Ivatz evitou se envolver com ele, e Basílio II recuou imperturbável para Tessalônica.[14][15]
A batalha de Bitola privou Basílio dos grandes sucessos conseguidos no começo da campanha que poderiam ter destruído o Estado búlgaro tão cedo quando 1015.[16] Contudo, a devastação que o país sofreu naquele ano foi um pré-requisito para a queda final do Primeiro Império Búlgaro em 1018.[17]
Referências
- ↑ Zlatarski 1971, p. 706.
- ↑ Zlatarski 1971, p. 707.
- ↑ Zlatarski 1971, p. 708.
- ↑ a b c ТанНакРа 2004, p. 67.
- ↑ Zlatarski 1971, p. 707-708.
- ↑ Zlatarski 1971, p. 708-711.
- ↑ «Crônica do Padre de Dóclea - XXXVI» 🔗 (em russo). Consultado em 8 de outubro de 2013
- ↑ Zlatarski 1971, p. 713-714.
- ↑ Iáia de Antioquia século XI, p. 12, 58-59.
- ↑ Zlatarski 1971, p. 716.
- ↑ Gyuzelev 1983, p. 74.
- ↑ Angelov 1994, p. 59.
- ↑ ТанНакРа 2004, p. 67-68.
- ↑ Zlatarski 1971, p. 717.
- ↑ ТанНакРа 2004, p. 68.
- ↑ Mutafchiev 1992, p. 120.
- ↑ Zlatarski 1971, p. 718.
Bibliografia
editar- Angelov, D.; Cholpanov, B. (1994). História militar búlgara na Idade Média (séculos X-XV). Sófia: Editora da Academia Búlgara de Ciências
- Gyuzelev, V. (1983). Bulgária no segundo trimestre do século X para o início do século XI. Sófia: Ciência e Arte
- Mutafchiev, P. (1992). Livro para os búlgaros. Sófia: BAS Publishers
- ТанНакРа, Tangra (2004). Fontes selecionadas para a história da Bulgária/ volumes 1-4. Sófia: Kolektiv
- Iáia de Antioquia (século XI). Crônica de Iáia de Antioquia. [S.l.: s.n.]
- Zlatarski, V. (1971). História do Estado búlgaro. Sófia: [s.n.]