Beta Circini (β Cir, β Circini) é uma estrela na constelação de Circinus. Com uma magnitude aparente visual de 4,07,[1] é a segunda estrela mais brilhante da constelação, sendo visível a olho nu em locais sem muita poluição luminosa. De acordo com sua paralaxe, está localizada a uma distância de 99,7 anos-luz (30,6 parsecs) da Terra.[1]

β Circini
Dados observacionais (J2000)
Constelação Circinus
β Cir A
Asc. reta 15h 17m 30,9s[1]
Declinação -58° 48′ 04,3″[1]
Magnitude aparente 4,069[1]
β Cir B
Asc. reta 15h 17m 21,6s[2]
Declinação -58° 51′ 30,0″[2]
Características
Tipo espectral A3Va[1] / L1.0±0.5[2]
Cor (B-V) 0,100[1]
Astrometria
β Cir A
Velocidade radial 9,6 km/s[1]
Mov. próprio (AR) -97,74 mas/a[1]
Mov. próprio (DEC) -134,15 mas/a[1]
Paralaxe 32,73 ± 0,19 mas[1]
Distância 99,7 ± 0,6 anos-luz
30,6 ± 0,2 pc
Magnitude absoluta 1,64
β Cir B
Velocidade radial 9,76 ± 0,71 km/s[2]
Mov. próprio (AR) −96,7 ± 2,5 mas/a[2]
Mov. próprio (DEC) −133,1 ± 2,6 mas/a[2]
Paralaxe 33,6 ± 1,6 mas[2]
Distância 97 ± 5 anos-luz
30 ± 1 pc
Detalhes
β Cir A
Massa 1,96+0,03
−0,01
[2] M
Raio 1,3-2,0[3] R
Gravidade superficial 4,26 cgs (log g)[4]
Luminosidade 17,73[5] L
Temperatura 8 676 ± 33[2] K
Metalicidade [M/H] = 0,0 ± 0,1[2]
Rotação 61 km/s[4]
Idade 370-500 milhões[2] de anos
β Cir B
Massa 0,056 ± 0,007[2] M
Gravidade superficial 5,15 ± 0,04 cgs (log g)[2]
Temperatura 2 084 ± 150[2] K
Outras denominações
CPD-58 5875, FK5 561, GJ 9516, HR 5670, HD 135379, HIP 74824, SAO 242384.[1]
Beta Circini

Beta Circini é uma estrela de classe A da sequência principal com um tipo espectral de A3Va,[1] em que a notação 'a' indica que possui luminosidade superior à normal para estrelas desse tipo. Possui uma massa de 1,96 vezes a massa solar,[2] raio entre 1,3 e 2,0 vezes o raio solar[3] e está brilhando com quase 18 vezes a luminosidade solar.[5] Sua atmosfera irradia essa energia a uma temperatura efetiva de 8 676 K,[2] a qual dá à estrela a coloração branca típica de estrelas de classe A.[6]

Em 2015, foi publicada a descoberta por imagens diretas de uma anã marrom orbitando Beta Circini, denominada Beta Circini B, observada a uma separação de 217,8 segundos de arco da estrela primária, o que corresponde a uma separação física de 6 656 UA. As duas estrelas estão à mesma distância da Terra e possuem o mesmo movimento pelo espaço, comprovando que formam um verdadeiro sistema binário. Beta Circini B tem tipo espectral L1 e temperatura efetiva de 2 084 K. Sua massa foi estimada em 5,6% da massa solar (58,7 massas de Júpiter).[2]

Beta Circini emite excesso de radiação infravermelha, o que é explicado pela presença de um disco circunstelar ao seu redor. Estima-se que esse disco esteja a 12 UA da estrela e possua uma temperatura de 170 K.[7] É improvável que a anã marrom interaja com o disco, a não ser que esteja em uma órbita altamente elíptica, considerando sua grande separação atual.[2] O sistema Beta Circini já foi considerado possível membro dos grupos cinemáticos TW Hydrae, AB Doradus e Beta Pictoris, com diferentes graus de probabilidade, mas essas associações foram descartadas devido à incompatibilidade com a idade determinada por modelos evolucionários, que é de 370 a 500 milhões de anos.[2]

Ver também editar

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m «SIMBAD query result - bet Cir». SIMBAD. Centre de Données astronomiques de Strasbourg. Consultado em 28 de março de 2015 
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s Smith, L. C.; et al. (dezembro de 2015). «Discovery of a brown dwarf companion to the A3V star β Circini». Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 454 (4). pp. 4476–4483. Bibcode:2015MNRAS.454.4476S. doi:10.1093/mnras/stv2290 
  3. a b Pasinetti Fracassini, L. E.; Pastori, L.; Covino, S.; Pozzi, A (fevereiro de 2001). «Catalogue of Apparent Diameters and Absolute Radii of Stars (CADARS) - Third edition - Comments and statistics». Astronomy and Astrophysics. 367. pp. 521–524. Bibcode:2001A&A...367..521P. doi:10.1051/0004-6361:20000451 
  4. a b David, Trevor J.; Hillenbrand, Lynne A (março de 2015). «The Ages of Early-type Stars: Strömgren Photometric Methods Calibrated, Validated, Tested, and Applied to Hosts and Prospective Hosts of Directly Imaged Exoplanets». The Astrophysical Journal. 804 (2). 38 páginas. Bibcode:2015ApJ...804..146D. doi:10.1088/0004-637X/804/2/146 
  5. a b McDonald, I.; Zijlstra, A. A.; Boyer, M. L (novembro de 2012). «Fundamental parameters and infrared excesses of Hipparcos stars». Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 427 (1). pp. 343–357. Bibcode:2012MNRAS.427..343M. doi:10.1111/j.1365-2966.2012.21873.x 
  6. «The Colour of Stars». Australia Telescope, Outreach and Education. Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation. 21 de dezembro de 2004. Consultado em 30 de março de 2015 
  7. Morales, Farisa Y.; et al. (julho de 2009). «Spitzer Mid-IR Spectra of Dust Debris Around A and Late B Type Stars: Asteroid Belt Analogs and Power-Law Dust Distributions». The Astrophysical Journal. 699 (2). pp. 1067–1086. Bibcode:2009ApJ...699.1067M. doi:10.1088/0004-637X/699/2/1067