Black Mamba - Pelotão Feminino Contra a Caça Ilegal

pelotão feminino de guardas florestais contra a caça furtiva

A Unidade Anti-caça furtiva Black Mambas (Black Mambas APU) é uma unidade de guardas florestais maioritariamente feminina, criada em 2013 com o objectivo de proteger a vida selvagem da África do Sul, principalmente nas regiões da Reserva Natural Balule e do Parque Nacional Greater Kruger. A Black Mamba APU recebeu o Prémio Champions of the Earth em 2015, atribuído pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Black Mamba - Pelotão Feminino Contra a Caça Ilegal
Black Mamba - Pelotão Feminino Contra a Caça Ilegal
Prêmios
Página oficial
http://www.blackmambas.org

Sobre editar

As Black Mamba (nome da cobra mortal mamba negra ou Dendroaspis polylepis) são um grupo paramilitar constituído maioritariamente por mulheres, criado por  Craig Spencer, o director-chefe da Reserva Natural Balule e por Amy Clark da Transfrontier Africa. Tem como objectivo combater e prevenir a caça furtiva de animais selvagens, em particular os rinocerontes na África do Sul. [1][2][3][4][5][6][7][8][9]

A população que reside na região abrangida pela reserva vive na sua maioria numa situação de pobreza extrema que atinge de forma particular as mulheres. A caça-furtiva é normalmente uma das principais fontes de rendimento das famílias e muitas das vezes a única forma de terem de comer. Tornou-se óbvio que a protecção dos animais tinha de passar pelo envolvimento da população no processo. Assim, foram inicialmente contratadas, 26 mulheres desempregadas oriundas das aldeias que existem à volta da Reserva Balule e do Parque Nacional Greater Kruger. Para muitos delas, é o primeiro emprego depois de terminarem a escola secundária. Os seus salários são garantidos por um fundo de protecção ambiental e os restantes custos, por exemplo, com uniformes são cobertos por doações.[1][10][11][3][2][6][12]

As futuras Black Mambas são sujeitas a um treino intensivo paramilitar onde aprendem a usar armas, a encontrarem e a seguirem rastros, técnicas de combate e como agir caso se vissem frente a frente com animais selvagens como leões, elefantes, entre outros. [6][1]

Uma vez terminado o treino, recebem um uniforme militar e passam 21 dias por mês, a patrulhar a pé os 40000 hectares que compõem a reserva. Apesar de terem aprendido a usarem armas elas não as usam, o seu principal papel é vigiar, detectar, informar e tornarem-se visíveis no terreno como força dissuasora. [1][13][6][2]

Entre as suas principais tarefas encontram-se: encontrar rinocerontes mortos, remover armadilha, libertar animais que tenham ficado presos nelas.[12]

As Black Mamba já prenderam 6 caçadores furtivos, fecharam mais de 12 acampamentos de caçadores e a captura de animais selvagens sofreu um decréscimo de 76% desde 2013. Em 2015, durante 10 meses não foram capturados rinocerontes graças ao trabalho delas. Isto deve-se em parte ao treino, no qual aprendem a encontrar e a destruir armadilhas antes de o animal ser capturado. [10][14][6][11]

Para além disto, as Black Mamba também procuram sensibilizar a população para a importância da vida selvagem e para a utilização dos recursos existentes de forma sustentável através de acções de formação, visitas a escolas, entre outras actividades. A educação da população e em especial das crianças e jovens é uma das tarefas mais importantes realizadas por elas. Elas conhecem o contexto extremamente empobrecido em que muitas delas crescem em que a caça é por vezes a única forma de ter comida ou dinheiro para alimentar a família. Ao irem ás escolas, ao contactarem com a população elas mostram que existem alternativas sendo o trabalho delas uma delas. [10][8][12]

Se no início as pessoas duvidaram que elas por serem mulheres fossem capazes de fazer este trabalho tradicionalmente masculino, agora respeitam-nas e consideraram-nas heroínas. [6][11][2]

Prémios e reconhecimento editar

O trabalho desenvolvido pelas Black Mambas recebeu o reconhecimento internacional tendo sido premiado com vários prémios:

2015 - Venceu a categoria de Best Conservation Practitioner nos prémios South African Rhino Conservation.[15][16]

2015 - Recebeu o Prémio Champions of the Earth Award atribuído pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. [13][3][8]

2017 - Foram premiadas com o Prémio Eco-Warrior Silver Award [17]

Referências

  1. a b c d @NatGeoPortugal (8 de novembro de 2017). «Estas Mulheres Arrojadas Estão a Enfrentar os Caçadores Furtivos — e a Levar a Melhor». National Geographic. Consultado em 20 de agosto de 2020 
  2. a b c d Barbee, Jeffrey (26 de fevereiro de 2015). «World's First All-Female Patrol Protecting South Africa's Rhinos». The Guardian. Consultado em 22 de setembro de 2015 
  3. a b c Epatko, Larisa (10 de setembro de 2015). «'Black Mamba' Female Rangers Awarded for Anti-Poaching Efforts». PBS. Consultado em 22 de setembro de 2015 
  4. «Transfrontier Africa - The Staff & Team». www.transfrontierafrica.co.uk (em inglês). Consultado em 20 de agosto de 2020 
  5. «Mambas more effective in preventing poaching». Lowvelder (em inglês). 3 de abril de 2015. Consultado em 20 de agosto de 2020 
  6. a b c d e f Welle (www.dw.com), Deutsche. «'Black Mambas' on South African rhino patrol | DW | 30.03.2015». DW.COM (em inglês). Consultado em 20 de agosto de 2020 
  7. «Black Mambas: a tropa de elite feminina no combate à caça ilegal». Greensavers. 27 de junho de 2020. Consultado em 20 de agosto de 2020 
  8. a b c «Premiadas, mulheres lideram luta contra caça ilegal de animais selvagens na África». Revista Marie Claire. Consultado em 20 de agosto de 2020 
  9. Beasley, Sarah C. (20 de agosto de 2019). Kindness for All Creatures: Buddhist Advice for Compassionate Animal Care (em inglês). [S.l.]: Shambhala 
  10. a b c ShareAmerica (27 de fevereiro de 2017). «Black Mambas: fim à caça ilegal de vida selvagem». ShareAmerica. Consultado em 20 de agosto de 2020 
  11. a b c Frank, Priscilla (10 de setembro de 2015). «Meet The Black Mambas, South Africa's Majority-Female Anti-Poaching Unit». The Huffington Post. Consultado em 22 de setembro de 2015 
  12. a b c Martin, Bridget (2 de maio de 2019). Survival or Extinction?: How to Save Elephants and Rhinos (em inglês). [S.l.]: Springer 
  13. a b «Female-led Anti-Poaching Unit Wins Top U.N. Honor». Time. Consultado em 20 de agosto de 2020 
  14. «Mostly female anti-poaching unit from South Africa wins top UN environmental prize». UN News (em inglês). 8 de setembro de 2015. Consultado em 20 de agosto de 2020 
  15. «Winners announced for the Rhino Conservation Awards». Africa Geographic. 31 de julho de 2015. Consultado em 22 de setembro de 2015 
  16. «3 Recent Wildlife Conservation Successes | Journeys Discovering Africa». www.journeysdiscoveringafrica.com. Consultado em 20 de agosto de 2020 
  17. «The Eco-Logic Awards 2017 Publication». Issuu (em inglês). Consultado em 20 de agosto de 2020 

Ligações externas editar