Bortolo Scarmagnan

Bortolo "Bartolomeu" Scarmagnan (Boschi Sant'Anna, 24 de junho de 1848São Paulo, 8 de agosto de 1932) foi um anarquista e irredentista italiano. Imigrou para o Brasil com sua família devido a perseguições ideológicas no Reino da Itália. Foi um influenciador durante a Republica Velha e constituiu uma grande família de artistas e intelectuais, no entanto, nenhum de seus descendentes apoiava suas ideias anarquistas. Foi o avô materno dos irmãos Abramo: Lelia, Athos, Beatriz, Livio, Mario, Claudio e Fulvio.

Bortolo Scarmagnan
Bortolo Scarmagnan
Nascimento 24 de julho de 1848
Boschi Sant'Anna
Morte 8 de agosto de 1932
São Paulo
Ocupação ativista político
Ideologia política anarcossindicalismo

Foi um dos principais organizadores anarquistas da Greve Geral em Curitiba no ano de 1917, como consequência de seu envolvimento foi preso e deportado para a Ilha do Diabo, de onde foi retirado, pois sua pregação ideológica ardente estava contaminando os soldados do presídio. Voltou para São Paulo onde continuou lutando por seus ideais revolucionários.

Bortolo é lembrado por Fulvio Abramo em entrevista a revista "Teoria e Debate" em dois trechos, o primeiro trecho se refere a relação dele para com Bortolo e o segundo trecho sobre a influencia de seu avô para com suas leituras anarquistas :

"Além disso, no Dante Alighieri aprendíamos muito bem literatura universal, história etc. A Divina Comédia, por exemplo, nós passamos três anos lendo, comentando e estudando. Sem falar nos clássicos latinos e gregos. À parte esta educação clássica e aparentemente conservadora, recebíamos o influxo da participação do meu avô, que era forte dentro da família. Não apenas na minha família, mas também na família da outra filha do meu avô Bôrtolo, a Eginia, que era casada com um socialista italiano chamado Ettore Tommasini. Estavam sempre conosco, com seus filhos Alfio, um moço muito inteligente, que se dedicou precocemente à luta sindical, e o Arnaldo, mais novo. Meu avô, ajudado por seu filho Olindo, era confeiteiro. Uma vez ele juntou muito dinheiro e não achava certo um anarquista ter dinheiro. Então visitou os parentes na Itália, e quando voltou não tinha mais nenhum tostão. Como ele tinha seu próprio negócio, não era sindicalizado, mas era um anarquista superativo, que fazia discursos em praça pública. O último desses discursos que eu vi foi na praça da Sé, acho que em 1926. Ele falou por quase uma hora, naquela mistura de italiano, venetto e português, que realmente mantinha a massa empolgada. Era uma manifestação conduzida pelas centrais sindicais."

"Mas é claro. Eu passava boa parte de minhas férias na casa de meu avô, que fazia com que eu lesse pra ele, em voz alta, os velhos anarquistas, como Kropotkin e Bakunin. Eu tinha dez, onze anos. Era uma forma muito inteligente dele fazer a gente se interessar pelo assunto. Como já líamos muito bem o italiano... porque em português não havia nada.".

Bibliografia

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