Brasão de Mariluz
O brasão de armas do município de Mariluz, criado pela Lei Municipal n.° 472 de 1973 e elaborado pelo professor heraldista Arcinoé Antonio Peixoto de Faria, é um dos três símbolos oficiais do município brasileiro supracitado, localizado no interior do estado do Paraná e distante 551 km da capital paranaense, cuja representação remete à cultura e história local.[1][2] Seu uso é obrigatório no timbre de documentos oficiais emitidos pelos Poderes Legislativo e Executivo da cidade, e por demais órgãos da administração pública.
Brasão de Mariluz | |
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Detalhes | |
Detentor | Município de Mariluz |
Adoção | 8 de novembro de 1973 |
Timbre | Coroa mural de argente e iluminada de goles. |
Escudo | Em campo de blau, posta em abismo, uma flor-de-lis de argente com resplendor do mesmo e ao termo uma faixa ondada de argente cortando o campo. |
Suportes | À destra e sinistra, hastes de feijão-soja e galhos de algodão floridos: tudo ao natural, entrecruzados em ponta, sobre os quais se sobrepõe um listel de goles, contendo em letras argentinas o topônimo identificador “MARILUZ”, ladeado pela data “29 DE NOVEMBRO DE 1963”. |
O projeto de lei do modelo do escudo de Mariluz remonta à terceira legislatura municipal, aprovado pelo plenário da Câmara de Vereadores e, posteriormente, sancionado pelo então prefeito Joaquim Lopes Gutierres no dia 8 de novembro de 1973.[3][4]
Descrição
editarO escudo francês moderno, também chamado de escudo samnitico ou somático (adotado pela heráldica brasileira desde os tempos do Império),[5] possui um formato retangular cujos cantos inferiores são arredondados por arcos de círculos com raios de mesmo módulo. A cor azul que cobre o campo do escudo retrata a justiça, nobreza, perseverança, zelo e lealdade; e os seus portadores estão comprometidos a favorecer o desenvolvimento da agricultura. No centro, a flor-de-lis (figura heráldica associada à monarquia francesa) exprime a pureza e essência divina, a calma e a docilidade, e é também, no caso do Brasão, com seu resplendor de prata, o símbolo da Virgem Maria.[6] A faixa ondada que corta o campo do escudo corresponde ao Rio Piquiri, um dos maiores afluentes do Rio Paraná (que está entre os dez maiores rios do mundo).
Acima do escudo, a coroa mural de prata com oito torres, das quais cinco estão aparentes, é privativa das cidades e representa a autonomia e a evolução político-administrativa do Município. Seu desenho, inspirado noscastelos heráldicos, assemelha-se aos muros construídos entorno das antigas civilizações, cujas torres (consideradas o último reduto de defesa) simbolizam a cidade autônoma. As portas abertas, desenhadas uma em cada uma das torres, afirmam o caráter hospitaleiro do povo mariluzense e a cor vermelha é indicativa de amor-pátrio, audácia, dedicação, intrepidez, coragem e valentia.
Como suportes, os galhos de algodoeiro floridos, à esquerda e direita, relembram a extensa e riquíssima cultura do algodão que toma incremento no final dos anos 1980, alastra-se pelas terras da região, e torna o Município um dos maiores produtores do Estado.[7] Por sua vez, as hastes de feijão-soja evidenciam a riqueza econômica de Mariluz. O brasão recebe um listel vermelho, que é a moldura ou o filete com os mesmos esmaltes das armas, contendo em letras de prata o topônimo identificador “MARILUZ”, ladeado pela data de “29 DE NOVEMBRO DE 1963”, marco da emancipação político-administrativa do Município.[4][8]
Interpretação simbólica
editarO parágrafo único do art. 19 da Lei Municipal nº 472/73 estabelece que o Brasão, descrito em termos próprios de heráldica, tem a seguinte interpretação simbólica:
Original (em português): a) - o escudo samnítico, usado para representar o Brasão de Armas de Mariluz, foi o primeiro estilo de escudo introduzido em Portugal por influência francesa, herdado pela heráldica brasileira como evocativo da raça colonizadora e principal formadora da nossa nacionalidade;
b) - a coroa mural que o sobrepõe é o símbolo universal dos brasões de domínio, que sendo de argente (prata), de oito torres, das quais apenas cinco são visíveis em perspectiva no desenho, classifica a cidade representada na TERCEIRA GRANDEZA ou seja, sede do Município;
c) - é a coroa mural iluminada de goles (em vermelho), cor simbólica da dedicação, amor-pátrio, audácia, intrepidez, coragem, valentia, predicados daqueles pioneiros desbravadores dos sertões paranaenses, em que se destaca o vulto de José Alfredo de Almeida, fundador da cidade;
d) - a cor blau (azul) do campo do escudo é símbolo heráldico da justiça, nobreza, perseverança, zelo e lealdade;
e) - em abismo (centro ou coração do escudo), a flor-de-liz é o símbolo da Virgem Maria que, com o resplendor, dá o sentido parlante do brasão, lembrando o topônimo inspirado na luz que se irradia do nome de Maria;
f) - o metal argente (prata) é símbolo de paz, de amizade, trabalho, prosperidade, pureza e religiosidade;
g) - a faixa ondada de argente que corta o campo do escudo ao termo (parte inferior do mesmo), representa o Rio Piquiri, em cujo vale ergue-se a cidade;
h) - nos ornamentos exteriores, as hastes de feijão-soja e os galhos de algodão floridos, lembram os principais produtos oriundos da terra dadivosa e fértil, esteios da economia municipal;
i) - no listel de goles (em vermelho), em letras argentinas (prateadas), inscreve-se o topônimo identificador “MARILUZ” ladeado pela data de sua emancipação política “29 DE NOVEMBRO DE 1963”.Lei Municipal nº 472 de 8 de novembro de 1973,[4] Artigo 19º (em português)
Uso
editarSegundo o art. 20 da Lei nº 472/73, é obrigatório o uso do Brasão de Armas para timbrar a documentação oficial do município de Mariluz, com a representação icnográfica das cores, em conformidade com a Convenção Internacional, quando a impressão é feita a uma só cor e a obediência das cores, heráldicas, quando a impressão é feita em policromia.
Objetivando a divulgação municipalista o art. 21, da mesma Lei, estabelece que o Brasão Municipal poderá ser reproduzido em:
- decalcomanias;
- brasões de fachada;
- flâmulas;
- clichês;
- distintivos;
- medalhas;
E outros materiais, bem como apostos a objetos de arte, desde que, em qualquer reprodução, sejam observados os módulos e cores heráldicas.[4]
Ver também
editarReferências
- ↑ Prefeitura Municipal de Mariluz (2018). «Lei nº 1883, que institui o hino oficial do município de Mariluz, e dá outras providências.» (PDF). Consultado em 28 de novembro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 29 de novembro de 2021
- ↑ Tribunal Regional do Trabalho da Nona Região (2015). «Jurisdição dos Municípios por nome, distância da capital, população e jurisdição trabalhista». Consultado em 6 de julho de 2021. Cópia arquivada em 24 de julho de 2020
- ↑ Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN) (2017). «Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional do Município de Mariluz» (PDF). Consultado em 4 de janeiro de 2021. Arquivado do original (PDF) em 4 de janeiro de 2021
- ↑ a b c d Prefeitura Municipal de Mariluz (1973). «Lei nº 472/73, que dispõe sobre a forma e a apresentação dos símbolos do município de Mariluz, e dá outras providências» (PDF). Consultado em 24 de novembro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 19 de novembro de 2021
- ↑ Luz, Milton (2005). «A história dos símbolos nacionais» (PDF). Senado Federal. Consultado em 2 de dezembro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 10 de agosto de 2021
- ↑ Prefeitura Municipal de Iguape (1992). «Lei nº 1278/92, que dispõe sobre a forma de apresentação dos símbolos municipais, e dá outras providências» (PDF). Consultado em 2 de dezembro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 2 de dezembro de 2021
- ↑ Porto, Fernando (1991). «Paraná: o alvorecer de um polo têxtil». Textília.net. Consultado em 2 de dezembro de 2021. Cópia arquivada em 1 de dezembro de 2021
- ↑ Prefeitura Municipal de Campinas (2008). «Cartilha de símbolos municipais» (PDF). Consultado em 2 de dezembro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 10 de fevereiro de 2019
Ligações externas
editar- Prefeitura
- Câmara