Brushing é uma fraude de internet em que vendedores de sites de comércio on-line fazem entregas não solicitadas para forjar vendas e inflar a própria reputação. Nessas plataformas, quando mais entregas e melhores avaliações, melhor ranqueado é o serviço, por isso fazer entregas, mesmo que com certo prejuízo e correndo o risco de descoberta da fraude, pode ser benéfico.[1][2]

Para diminuir os custos, os golpistas enviam pacotes pequenos, que podem conter objetos como parafusos e porcas, bijuteria, ou mesmo outros materiais como sementes.[3]

No Brasil, o golpe chamou atenção devido ao envio de pacotes contendo sementes, divulgadas como "sementes misteriosas" ou "sementes da China".[2][4] No ano de 2020, até 6 de outubro, 258 pacotes recebidos pelos correios contendo sementes estranhas não-solicitadas haviam sido entregues ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento brasileiro para investigação. Em análises preliminares encontraram-se ácaros, fungos e bactérias vivas nos pacotes de sementes. No entanto não há sinal de que a intenção fosse introduzir organismos patogênicos no Brasil, e a melhor explicação é a da fraude movida por interesses econômicos.[5] Segundo análise, as sementes têm origem na China e Malásia. Casos semelhantes foram relatados no Canadá, Austrália, Estados Unidos, Reino Unido e outros países.[3]

A orientação oficial é que os pacotes não sejam abertos, não sejam descartados, e sejam entregues às autoridades, para evitar riscos de patógenos que podem causar prejuízos à agricultura brasileira.[3]

Referências

  1. «'Brushing': fraude pode estar por trás das sementes 'da China'». Ana Maria Braga. Consultado em 6 de outubro de 2020 
  2. a b «Conheça a fraude que pode explicar as 'sementes misteriosas'». G1. Consultado em 6 de outubro de 2020 
  3. a b c Domingo Espetacular (4 de outubro de 2020). «Entenda o que é o brushing, fraude que pode estar por trás do mistério das sementes». YouTube. Consultado em 6 de outubro de 2020 
  4. «Sementes da China: 24 pacotes já foram recolhidos no RJ». O Globo. 5 de outubro de 2020. Consultado em 6 de outubro de 2020. (pede subscrição (ajuda)) 
  5. Karine Melo (6 de outubro de 2020). «MA e AM são únicos a não registrar entrega de sementes vindas da Ásia». Agência Brasil. Consultado em 6 de outubro de 2020