Caiso (em grego: Καισος; em latim: Caisus) ou Cais (em árabe: قيس; romaniz.: Qays) foi um rei (filarco nas fontes gregas) dos quinditas (Quinda) e madenos (Maade) de 528 a 531. Filho de Salama, foi neto de Aretas (r. 498–528), irmão de Ambros e Iezido e pai de Mavia. No relato de Nonoso é denominado φύλαρχος τῶν Σαρακηνῶν (filarco dos sarracenos) e descrito como rei de Quinda e Maade, enquanto no de Procópio de Cesareia é descrito como um bom soldado.[1] Há também o nome Caisa ou Caísa, que tem origem indígena e significa “Chefe de tribo, sangue de guerra”.

Caiso
Rei de Quinda
Reinado 528 - 531
Antecessor(a) Aretas
Sucessor(a) Ambros
Iezido
 
Morte século VI
Descendência Mavia
Religião Paganismo
Soldo de Justiniano (r. 527–565)

Em 528, quando seu avô foi assassinado por Alamúndaro III (r. 505–554), assumiu o posto de filarco dos quinditas. Provavelmente no mesmo ano, recebeu uma embaixada de Abrâmio, um oficial bizantino a mando do imperador Justiniano (r. 527–565), que terminou com a conclusão dum tratado de paz, bem como o envio de seu filho Mavia para Constantinopla. No final de 530/começo de 531, recebeu outra embaixada, de Nonoso, na qual foi persuadido, sem sucesso, a ir para Constantinopla. Na ocasião, Caiso havia matado um parente de Esimifeu, um rei dos himiaritas, e tomado refúgio no deserto. Os bizantinos, que estavam em guerra com o Império Sassânida, queriam que os himiaritas o restaurassem como filarco para que depois pudessem, junto dos quinditas e madenos, lançar um ataque contra a Pérsia.[1]

Em 531, uma nova embaixada, sob Abrâmio, foi enviada à Caiso, que finalmente concordou em visitar Constantinopla. Além disso, ele cedeu seu posto de filarco para seus irmãos e recebeu do imperador Justiniano um ofício na Palestina, para onde foi seguido por grande número de pessoas subjugadas a ele.[2] Provavelmente foi nomeado filarco dos árabes da Palestina que já não estavam subjugados pelo filarco Abocarabo. Os autores da Prosopografia do Império Romano Tardio sugerem que o emprego, nas fontes, do termo Palestina no plural é um indicativo que ele exerceu ofício na Palestina Prima e na Palestina Secunda.[3]

Referências

  1. a b Martindale 1992, p. 259.
  2. Martindale 1992, p. 259-260.
  3. Martindale 1992, p. 260.

Bibliografia

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  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20160-8