Calecute

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Calecute,[1][2] Calecut,[3] Calicute[4] ou Calicut (em malaiala: കോഴിക്കോട്, AFI[koːɻikːoːɖ], por vezes transliterado Kozhikode) é uma cidade do estado de Querala, na costa ocidental da Índia. Tem cerca de 933 000 habitantes.

Calecute
  Cidade  
Estação de ônibus
Estação de ônibus
Estação de ônibus
Apelido(s) Cidade das Especiarias
Localização
Localização de Calecute em Querala e na Índia
Localização de Calecute em Querala e na Índia
Localização de Calecute em Querala e na Índia
Coordenadas 11° 15' N 75° 46' 12" E
País  Índia
Estado Querala
Distrito Calecute
Administração
Prefeito A. K. Premajam
Características geográficas
Área total 128 km²
População total (2011) 432 097 hab.
Densidade 3 400 hab./km²
Altitude 1 m
Fuso horário HPI (UTC+5:30)

Etimologia editar

O nome da cidade tem origem no calicó, tecido de algodão incluído no rol de produtos que nela se comerciavam já desde o séc. VII.[5]

História editar

 
Vasco da Gama perante o Samorim de Calecute (1498), Veloso Salgado

A cidade era dirigida pela dinastia dos samorins, corruptela portuguesa de Samutiri, o "grande senhor do mar". O porto da cidade era o mais importante da costa do Malabar, onde os árabes e os chineses cambiavam suas fazendas contra a produção local. As outras cidades da costa, como Cochim, eram suas vassalas.

Aí aportaram os navegadores portugueses Vasco da Gama (1498) e Pedro Álvares Cabral (1500). Este último tentou erigir uma feitoria para o comércio de especiarias, mas sem êxito, pois os locais saquearam a construção e massacraram dezenas de portugueses.[6] Em meio a essa construção, pereceu, em combate, Pero Vaz de Caminha.

Em 1510, foi empreendida uma malsucedida tentativa de conquista da cidade. A expedição foi organizada por dom Fernando Coutinho, o Marechal do Reino, que levara à Índia ordens específicas para o efeito. O objetivo de estabelecimento de uma feitoria só seria alcançado com Afonso de Albuquerque, que ali ergueu a Fortaleza de Calecute (1513), abandonada a partir de 1525[5], em razão do deslocamento do eixo do comércio de especiarias para outros locais, como Diu.

Em uma representação de Calecute, datada do século XVI, a legenda assinala[7]:

Em 1664, os ingleses estabeleceram uma feitoria em Calecute, o mesmo tendo feito os franceses, posteriormente, em 1698, seguidos dos dinamarqueses em 1752.[5] No entanto, em 1790, a situação de Calecute ver-se-ia devidamente consolidada, tendo sido integrada definitivamente nos domínios britânicos.[5]

 
Representação de Calecute no atlas "Civitates orbis terrarum" (Georg Braun e Franz Hogenber, 1572)

Ver também editar

 
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Notas

  1. Fernandes, Ivo Xavier (1941). Topónimos e Gentílicos. I. Porto: Editora Educação Nacional, Lda. 
  2. Paulo, Correia (Verão de 2020). «Toponímia da Índia — breve análise» (PDF). Bruxelas: a folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 4. ISSN 1830-7809. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  3. Gonçalves, Rebelo (1947). Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa. Coimbra: Atlântida - Livraria Editora. p. 104 
  4. SCHULBERG, L. Índia histórica. Tradução de J. A. Pinheiro de Lemos. Rio de Janeiro. Livraria José Olympio Editora. 1979. p. 160.
  5. a b c d Bigotte de Carvalho, Maria Irene (1997). Nova Enciclopédia Larousse vol. V. Lisboa: Círculo de Leitores. p. 1339. 1578 páginas. ISBN 972-42-1477-X. OCLC 959016748 
  6. «Configurações Políticas e Poderes Locais». Bethencourt, F., Ramada Curto, D.; A Expansão Marítima Portuguesa, 1400-1800. Lisboa: Edições 70. 2010. p. 211 
  7. In: SILVEIRA, Luís da. Ensaio de Iconografia das cidades portuguesas do Ultramar. Lisboa: 1956.
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