Capela da Senhora do Bom Sucesso

A Capela da Senhora do Bom Sucesso localiza-se na freguesia de Válega, cidade e concelho de Ovar, distrito de Aveiro, em Portugal.

História editar

Acredita-se que a sua construção remonte aos anos finais do século XVII. Está datada de 1721, tendo sido edificada numa época posterior à da construção da casa, conforme inscrição epigráfica na parede lateral direita do seu interior, a qual informa ainda que o seu instituidor foi o capitão João Vaz Correia, [1] e a obrigação de rezar anualmente sessenta missas, cujas intenções eram assim divididas:

  • vinte pelo capitão que ergueu a capela;
  • trinta pelos instituidores do vínculo (o que ocorreu em 1730); e
  • dez por pais e irmãos.

Reza a tradição que a capela foi edificada com o objectivo de impedir a filha do capitão de sair de casa, confiando-a a uma regime de clausura de grande rigor, comunicando com a capela através de uma janela do lado do Evangelho (Op. cit., p. 85).

Com a extinção desta família, a casa e a capela conheceram outros proprietários, sendo posteriormente transformada em Casa do Povo. De acordo com o Processo de Classificação, aquando da adaptação do imóvel a esta função, a casa foi objecto de profunda intervenção, que respeitou, todavia, a volumetria e alçados originais, sob projecto do arquitecto Januário Godinho, cuja memória descritiva data de 1981.

Encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Municipal pelo Edital nº 8/2005, de 24 de janeiro de 2005, publicado em 9 de fevereiro de 2005.

Em nossos dias alberga o Museu Etnográfico.

Características editar

A capela encontra-se adossada a uma casa de pavimento único, com a qual comunica interiormente.

A fachada principal apresenta uma organização simétrica na abertura dos vãos, todos eles de linhas rectas, com o portal a eixo, ladeado por dois pares de janelas de avental rectangular.

A capela insere-se numa das extremidades do alçado principal, dando-lhe continuidade. A fachada do templo é delimitada por pilastras nos cunhais, coroadas por pináculos, que enquadram o frontão triangular que remata o conjunto. Ao centro abre-se o portal, de verga recta com frontão circular, flanqueado por duas janelas de frontão em arco canopial. No interior, há a destacar o tecto de madeira em caixotões e o retábulo de talha dourada e polícroma.

No pavimento encontramos três lápides, uma das quais do próprio fundador, João Vaz Correia, datada de 1728, e outras duas de Mariana de Jesus, de 1730 e Ana Maria Soares de Almeida, de 1742. Desconhece-se a identidade das duas senhoras aqui sepultadas, mas seriam certamente familiares do primeiro proprietário.

Referências

  1. OLIVEIRA, 1981:83.

Bibliografia editar

  • OLIVEIRA, Miguel de. Válega: memória histórica e descritiva. Ovar, 1981.

Ver também editar


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