Casa de António Pedro Góis

casa em Alvito, Portugal

A Casa de António Pedro Góis, igualmente denominada de Casa Seiscentista na Rua do Conselheiro Machado, é um edifício histórico na vila de Alvito, na região do Alentejo, em Portugal.

Casa de António Pedro Góis
Nomes alternativos Casa Seiscentista na Rua do Conselheiro Machado
Tipo
Estilo dominante Manuelino e renascentista
Construção Século XVI
Património Nacional
Classificação  Imóvel de Interesse Público
(Decreto n.º 44675/62, de 9 de Novembro)
DGPC 74805
SIPA 6551
Geografia
País Portugal Portugal
Coordenadas 38° 15' 16.3" N 7° 59' 34.2" O
Mapa
Localização do edifício em mapa dinâmico

Descrição e história editar

O imóvel corresponde às portas n.º 31 a 37 da Rua do Conselheiro Machado, igualmente conhecida como Rua da Cruz, no centro histórico da vila de Alvito.[1] Consiste numa habitação unifamiliar, formada por dois blocos de alturas distintas, que rodeiam parcialmente um pátio, onde se abre um poço.[2] O edifício integra elementos manuelinos, renascentistas e vernaculares, sendo considerado como uma das casas mais pitorescas na vila de Alvito.[2] A fachada para a rua está dividida em dois corpos, um do lado esquerdo, só de um piso e aberto por várias portas, enquanto que o do lado direito tem dois pisos, com uma só porta no rés-do-chão, e um janelão no primeiro andar.[1] Uma das portas no corpo da esquerda apresenta um lintel ornamentado com dois arcos canopiais, que no centro assentam sobre uma pequena mísula.[1] Em cada um destes arcos está esculpida uma carranca de reduzidas dimensões, formando uma composição de estilo manuelino.[1][2] O janelão no corpo da direita tem um frontão ornado com volutas e um concheado no centro, e acrotérios coroados por discos.[1] Este conjunto é suportado por uma cornija de arquitrave sobre balaústres ou colonelos, num estilo inspirado no barroco.[1][2]

Outro elemento de especial interesse é a chaminé no corpo da direta, formando um ressalto em relação à parede da fachada, e com uma base recortada com mísulas,[1] de forma a emular uma sanefa, cujo formato poderá ter sido influenciado pelas chaminés no lado meridional do Castelo de Alvito.[2] Além da Casa de António Pedro Góis, existem outros edifícios de interesse na Rua da Cruz, que apresentam vários indícios de construção quinhentista,[1] incluindo a que se situa no n.º 44.[3] Com efeito, o imóvel é de interesse não só devido à presença de elementos manuelinos, mas também pela sua situação, no centro histórico da povoação, numa área que estaria dentro das muralhas romanas e medievais.[1]

O núcleo original da casa foi provavelmente construído nos princípios do século XVI, uma vez que são desta época alguns elementos decorativos na fachada principal.[1] Ainda a segunda metade dessa centúria foi instalada uma janela na fachada principal, no primeiro andar.[2] O edifício foi classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 44675, de 9 de Novembro de 1962.[4] O imóvel sofreu alguns danos pelo sismo de 28 de Fevereiro de 1969.[2] Em 1977 foi alvo de obras de restauro por parte da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, e em 1979 o seu proprietário, António Pedro Góis, propôs a sua venda ao governo.[2]

Ver também editar

Referências

  1. a b c d e f g h i j «Casa de António Pedro Góis». Património Cultural. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 26 de Janeiro de 2023. Arquivado do original em 28 de Fevereiro de 2021 
  2. a b c d e f g h MENDONÇA, Isabel; GORDALINA, Rosário (1996) [1993]. «Casa de António Pedro Góis / Casa Seiscentista na Rua do Conselheiro Machado». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 26 de Janeiro de 2023 
  3. FALCÃO, José; PEREIRA, Ricardo (1993). «Casa na Rua do Conselheiro Machado, n.º 44». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção-Geral do Património Cultural. Consultado em 4 de Fevereiro de 2023 
  4. PORTUGAL. Decreto n.º 44675, de 9 de Novembro de 1962. Ministério da Educação Nacional - Direcção-Geral do Ensino Superior e das Belas-Artes. Publicado no Diário do Governo n.º 258, de 9 de Novembro de 1962

Leitura recomendada editar

  • ESPANCA, Túlio (1992). Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Beja. Volume XII. Lisboa: Academia Nacional de Belas-Artes 
  • MANIQUE, Luis de Pina (1949). A arte manuelina na arquitectura de Alvito. Lisboa: [s.n.] 

Ligações externas editar


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