Casa de Menandro (em italiano: Casa del Menandro) é uma das casas mais ricas e magníficas da antiga Pompeia em termos de arquitetura, decoração e conteúdo, e abrange uma grande área de cerca de 1800 m2.[1] Sua qualidade significa que o proprietário deve ter sido um aristocrata envolvido na política, com muito gosto pela arte. Mussolini realizou um almoço na sala 18 quando visitou Pompeia em 1940.

O peristilo (jardim) da Casa del Menandro
Plano de Pompéia com a Casa del Menandro destacada em vermelho

A casa foi escavada entre novembro de 1926 e junho de 1932[2] e está localizada na região I, ínsula 10, entrada 4 (I.10.4) da cidade.

Propriedade da casa

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Della Corte achou que o proprietário poderia ser Quintus Poppaeus Sabinus devido a um selo e um grafite no corredor de entrada mencionando 'Quintus' e outros grafites na casa que se referem a 'Sabinus'.[2]

A nacionalidade do proprietário está mais em disputa do que seu status econômico. O clima mediterrâneo de Pompeia atraiu muitos romanos a investirem em moradias de férias no local, por isso é possível que o proprietário na época da erupção do Vesúvio em 79 d. C. fosse um turista rico, e não local.[3]

Acredita-se que a casa era guardada pelo liberto Eros, que superintendia os bens da casa, além de outros bens da família Poppaeus,[4] com o título de procurador. Seu nome foi preservado graças a uma peça encontrada junto de seu corpo.[5]

Arte, arquitetura e grafite

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Afresco

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O afresco de Menandro do qual a casa leva seu nome

A propriedade é conhecida como "A Casa de Menandro" porque há um afresco bem preservado do antigo dramaturgo grego Menandro em uma pequena sala fora do peristilo. Alguns especulam que a pintura não é realmente de Menandro, mas sim o dono da casa ou outra pessoa que lê obras de Menandro. A casa também é chamada de Casa das Pratas devido a enorme quantidade de peças de prata que estavam dentro de uma caixa, no subterrâneo da casa, totalizando 118 peças, além de outras em ouro e moedas.[6][5]

Nas salas à esquerda da entrada da casa existem afrescos de cenas da Ilíada, de Homero.[5] A casa incluía outros afrescos, incluindo um que representava a morte de Laocoonte.

Estilo clássico e helenismo

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As grandes colunas no peristilo da Casa de Menandro são representativas do estilo dórico da arquitetura, uma ramificação do estilo clássico, que também deriva da Grécia. A ênfase na cultura grega na arquitetura de Pompeia não é surpreendente, já que os marinheiros gregos usavam o porto como um posto comercial antes dos oscanos fundarem a cidade no século VI aC.[7][8]

Grafite

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Inúmeros exemplos de grafite romano podem ser observados nas paredes externas da casa.[9] A casa é também repleta de grafites internos, permitindo a conclusão de que havia uma movimentação grande de pessoas na casa, como a criadagem, amigos, gladiadores, conhecidos, pobres em geral, além de estranhos, pois o dono do imóvel possuía um bar e quartos alugados ao lado da casa, na esquina. Soma-se a isso o fato de Eros, como procurador do proprietário, recebia muitos clientes da família Poppaeus em seu escritório.[4]

Referências

  1. http://pompeiiinpictures.com/pompeiiinpictures/R1/1%2010%2004%20plan.htm
  2. a b «Casa del Menandro». www.stoa.org. Cópia arquivada em 8 de janeiro de 2014 
  3. «Visiting Pompeii: 11 Top Attractions, Tips & Tours - PlanetWare». www.planetware.com 
  4. a b FUNARI, Pedro Paulo (2003). A Vida Quotidiana na Roma Antiga. [S.l.]: Annablume. p. 115. ISBN 9788574193823 
  5. a b c SANTINI, Loretta (2002). Pompeia e a vila dos mistérios. [S.l.]: Plurigraf. p. 106. ISBN 9788872808085 
  6. Carlos Heitor Cony. «Pompéia, a cidade-fantasma, sepultada viva». Folha de S. Paulo. Consultado em 11 de abril de 2020 
  7. Roberts, Adam, Classical Architecture. London, Penguin Books. 1990
  8. Curran, Leo, Pompeii: House of Pansa: Atrium and Peristyle, 1988
  9. «Archived copy»