Chacina de Camocim

A chacina de Camocim foi uma chacina que ocorreu em 14 de maio de 2023 na cidade de Camocim, Ceará, quando o inspetor da Polícia Civil Antônio Alves Dourado matou quatro colegas na Delegacia Regional. Após cometer o crime, ele se entregou no quartel da Polícia Militar da cidade, onde foi preso.[1][2]

Chacina de Camocim
Local do crime Camocim, Ceará
Data 14 de maio de 2023
Tipo de crime Assassinato
Vítimas Antônio Cláudio dos Santos

Antônio José Rodrigues Miranda Francisco dos Santos Pereira Gabriel de Souza Ferreira

Mortos 4
Réu(s) Antônio Alves Dourado
Situação Réu preso aguardando julgamento

Ele está detido preventivamente, aguardando julgamento, na Unidade Prisional Regional de Sobral (UP-Sobral). [3] [4]

Crime editar

Na madrugada de 14 de maio, Antônio Alves Dourado, que estava de folga, chegou à Delegacia Regional e atirou nos colegas. "Três foram mortos dentro da delegacia e um do lado de fora", reporta o portal g1. O portal Sobral On Line reporta que o réu "invadiu a delegacia pelos fundos e passou a disparar contra as vítimas, que dormiam após concluírem um flagrante". [2][4]

Após cometer o crime, ele foi para casa e gravou um vídeo onde falou sobre as razões de sua ação. Depois foi até o quartel da Polícia Militar da cidade e se entregou.

Segundo a advogada do criminoso, ele estava "em estado de choque" e sem "condições de prestar esclarecimentos" depois de cometer o crime.[2]

Vítimas editar

  • Antônio Claudio dos Santos: escrivão
  • Antônio Jose Rodrigues Miranda: escrivão
  • Francisco dos Santos Pereira: escrivão
  • inspetor Gabriel de Souza Ferreira: inspetor

Motivação editar

O réu alegou sofrer assédio moral e perseguição por parte dos colegas.

Investigações editar

Após o crime, durante as investigações, a família de Dourado disse que ele havia recebido um atestado por causa de problemas psicológicas, mas que o afastamento havia sido negado pelo delegado. A Polícia Civil, no entanto, negou ter recebido o documento. Uma psicóloga que havia atendido o réu relatou que havia recomendado descanso e acompanhamento psiquiátrico, mas que "em nenhum momento ele detalhou problemas pessoais ou profissionais", reporta o UOL. [5]

Uma desembargadora que em janeiro de 2024 ajudou a julgar um pedido de habeas corpus disse que ele "se apresentou de forma lúcida”, após o crime, pois o fato de ter algemado a si mesmo na hora de se entregar, seria "incompatível com alguém que não possui capacidade de autodeterminação ou de discernimento a respeito da ilicitude da sua conduta”. [4]

Prisão e julgamento editar

Depois do crime, Dourado pegou uma viatura da corporação e saiu dirigindo até o quartel da Polícia Militar da cidade, onde se algemou à viatura e se entregou, tendo sido preso preventivamente. Ele foi transferido posteriormente para a Unidade Prisional Regional de Sobral (UP-Sobral)l, onde em julho de 2023 se envolveu em uma "ocorrência de vias de fato", tendo agredido seu colega de cela usando uma barra de ferro. [3]

Sua defesa tentou a suspensão da ação penal através de um habeas corpus, alegando insanidade mental, mas em janeiro de 2024 o ministro Edson Fachin do STF negou o recurso. [4]

Ele aguarda julgamente por quatro homicídios e também por tentativa de homícidio no incidente acontecido na prisão.

Reações editar

Em seu Twitter, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, escreveu no dia do ocorrido que estava "absolutamente consternado diante do trágico episódio ocorrido na delegacia de Camocim, quando quatro policiais civis perderam a vida após ataque de um colega, segundo registro policial. Manifesto a minha solidariedade às famílias, amigos e profissionais da Segurança Pública do estado. O governo do Ceará dará todo o apoio necessário aos familiares das vítimas".[1]

A Polícia Civil cearense emitiu uma nota, onde se le que "neste momento de dor e tristeza, a Polícia Civil do Ceará reforça que todo o aparato da instituição encontra-se disponível para os familiares e amigos das quatro vítimas, que são homens honrados que tanto contribuíram no combate à criminalidade no Ceará".[6]

O Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará (Sinpol) também emitiu um comunicado, onde declarou que "infelizmente famílias estão devastadas e destruídas, são filhos que não terão mais seus pais, esposas que não encontrarão mais seus maridos e mães, que nesse dia tão significativo, não terão mais seus filhos para abraçar, beijar".[2]

Já a prefeitura da cidade decretou luto oficial de três dias, junto a uma nota, onde se lê que as vítimas eram "honrados e respeitados policiais civis".[7]

Referências

  1. a b «Policial civil mata quatro colegas em delegacia de Camocim, no Ceará». Agência Brasil. 14 de maio de 2023. Consultado em 14 de maio de 2023 
  2. a b c d «Policial civil mata quatro colegas de trabalho em delegacia, foge em viatura e depois se entrega». G1. Consultado em 14 de maio de 2023 
  3. a b «Dourado, autor da chacina em Camocim agride detento dentro da penitenciária regional e industrial em Sobral». Sobral On Line. 17 de julho de 2023 
  4. a b c d Povo, O. (17 de janeiro de 2024). «STF nega suspensão de processo contra policial que matou quatro colegas». O POVO (em Portuguese). Consultado em 7 de abril de 2024 
  5. «Policial que matou colegas recebeu atestado psicológico dias antes do crime [16/05/2023]». noticias.uol.com.br. Consultado em 7 de abril de 2024 
  6. Povo, O. (14 de maio de 2023). «Quatro policiais são mortos em Camocim; suspeito também é policial». O POVO. Consultado em 14 de maio de 2023 
  7. Passos, Edionas (14 de maio de 2023). «DECRETO Nº 0514001/2023 - DECRETA LUTO OFICIAL NO MUNICÍPIO DE CAMOCIM E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.». Prefeitura de Camocim. Consultado em 14 de maio de 2023