Chen Guangcheng (12 de novembro de 1971) é um ativista chinês de direitos civis que trabalha em questões de direitos humanos em áreas rurais na República Popular da China. Cego desde a infância e autodidata em Direito, Chen é frequentemente descrito como "advogado de pés descalços" que defende os direitos das mulheres e o bem-estar dos pobres. É mais conhecido por expor os supostos abusos na política oficial de planejamento familiar, muitas vezes envolvendo alegações de violência e abortos forçados.

Chen Guangcheng
Chen Guangcheng
Chen Guangcheng na Embaixada dos Estados Unidos em Pequim em 1 de maio de 2012.
Nascimento 12 de novembro de 1971 (52 anos)
 China
Nacionalidade chinesa (1971 - 2021)
norte-americana (2021 - )
Cônjuge Yuan Weijing
Ocupação ativista dos direitos civis

Em 2005, tornou-se internacionalmente conhecido por organizar uma ação coletiva contra a cidade de Linyi, na província de Shandong, pela aplicação excessiva da política do filho único. Como resultado deste processo, Chen foi mantido prisão domiciliar entre setembro de 2005 e março de 2006, e em prisão formal em junho de 2006. [1][2] Durante o julgamento, os advogados de Chen foram proibidos de acessarem o tribunal, deixando-o sem um defensor apropriado. Em 24 de agosto de 2006, Chen foi condenado a quatro anos e três meses por "danificar propriedade e organizar multidão para perturbar o tráfego".

Chen foi libertado da prisão em 8 de setembro de 2010, após o cumprimento integral da pena, mas permaneceu sob prisão domiciliar em sua casa em Dongshigu Village (东 师 古村).[3][4] Chen e sua esposa foram espancados em 9 de fevereiro de 2011, logo após um grupo de direitos humanos divulgarem um vídeo de sua casa sob vigilância policial intensa.[5]

O caso de Chen recebeu a atenção internacional, em especial do Departamento de Estado dos Estados Unidos, da Secretaria Britânica de Estrangeiros, da Human Rights Watch e da Anistia Internacional, que emitiram apelos por sua libertação: esta última designou Chen como um prisioneiro de consciência.[6] Chen é um dos laureado em 2007 com o Ramon Magsaysay Award e em 2006 teve seu nome listado entre as 100 personalidades mais influentes pela Revista Time.[7]

Em 22 de abril de 2012, Chen escapou de sua prisão domiciliar e fugiu para a embaixada dos Estados Unidos em Pequim.[8][9] Após negociações com o governo chinês, ele deixou a embaixada para tratamento médico em 2 de maio de 2012,[10] e foi relatado em 4 de maio de 2012 que a China consideraria a permissão para Chen viajar aos Estados Unidos para estudar.[11] No mesmo dia, a Universidade de Nova Iorque o convidou para ser estudante visitante.[12] Em 19 de maio de 2012, Chen, sua esposa e seus dois filhos tiveram os vistos concedidos e partiram de Pequim em um voo comercial, chegando no mesmo dia em Nova Iorque.[13][14]

Referências

  1. Pan, Philip P. (8 de julho de 2006). «Chinese to Prosecute Peasant Who Resisted One-Child Policy». Washington Post. Consultado em 28 de abril de 2010 
  2. «Chronology of Chen Guangcheng's Case». Reuters, Human Rights Watch. 19 de julho de 2006. Consultado em 26 de julho de 2006 [ligação inativa] 
  3. Andrew Jacobs; Jonathan Ansfield (17 de fevereiro de 2011). «China's Intimidation of Dissidents Said to Persist After Prison». The New York Times. Consultado em 19 de fevereiro de 2011 
  4. Grammaticas, Damian (10 de fevereiro de 2011). «China activist Chen Guangcheng 'under house arrest'». BBC News 
  5. Jo Ling Kent and Jaime Florcruz (11 de fevereiro de 2011). «Rights groups: prominent Chinese activist and wife beaten». CNN News 
  6. «China: Torture/Medical concern/Prisoner of conscience, Chen Guangcheng». Amnesty International. 21 de junho de 2007. Consultado em 27 de abril de 2012 
  7. Beech, Hannah (30 de abril de 2006). «Chen Guangcheng – A Blind Man with Legal Vision». Time (magazine). Consultado em 28 de abril de 2010 
  8. «Blind dissident's escape tests US-China ties». Al Jazeera English. 29 de abril de 2012 
  9. «Chen Guangcheng's escape sparks China round-up». BBC News. 29 de abril de 2012 
  10. Jane Perlez (2 de maio de 2012). «Blind Chinese Dissident Leaves U.S. Embassy for Medical Treatment». The New York Times. Consultado em 2 de maio de 2012 
  11. http://www.ft.com/intl/cms/s/0/8dba0cbc-95a8-11e1-a163-00144feab49a.html#axzz1tmVPri5f
  12. «NYU invites Chen to be visiting scholar». CNN. 4 de maio de 2012. Consultado em 4 de maio de 2012 
  13. Andrew Jacobs and Steven Lee Meyers (19 de maio de 2012). «Chinese Dissident's Arrival in U.S. Ends Diplomatic Drama». The New York Times. Consultado em 19 de maio de 2012 
  14. «Chinese human rights activist Chen arrives in U.S.». © 2012 Cable News Network. 19 de maio de 2012. Consultado em 19 de maio de 2012 
 
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