Chocolate da Bahia

cantor e compositor brasileiro

Raimundo Nonato da Cruz, mais conhecido como Chocolate da Bahia (Salvador, 30 de agosto de 1943), é um cantor, compositor, instrumentista e comerciante brasileiro, que fez sucesso na Bahia na década de 1970.[1]

Chocolate da Bahia
Nascimento 30 de agosto de 1943
Salvador
Cidadania Brasil
Ocupação cantor, compositor

Biografia

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Olha, o meu nome é Chocolate da Bahia / Sou do Mercado Modelo, da cachaça e poesia
 
Chocolate da Bahia e Djalma Correa, "Não deixo, não".

Seus pais foram Odete Guimarães da Cruz e João Cupertino da Cruz, que era sapateiro e comunista.[2]

Chocolate era comerciante de artigos religiosos no Mercado Modelo onde, nas rodas de samba, aprendeu a tocar vários instrumentos como maraca, berimbau, agogô ou tamborim, e ganhou o apelido pelo qual ficou conhecido em razão da "cor da pele e da simpatia".[1]

Durante a ditadura militar Chocolate compôs um samba em 1967 (e gravada apena em 1975) onde, para burlar a censura, usou da "malandragem" para enganar os censores, ao falar do exílio de Caetano Veloso e da morte do ditador Castelo Branco, intitulado "A Cobra Mordeu Caetano", como explicou: "A cobra era uma referência a Castello Branco, mas eles não perceberam. A música começa assim: 'A cobra mordeu Caetano / Veja o que aconteceu / Caetano está cantando / E essa cobra já morreu'"; sobre o período o cantor se recorda: "O Mercado Modelo era um quartel general de desabafo. A gente ficava a noite inteira sambando".[3]

Em 1968, durante a visita da Rainha da Inglaterra à capital baiana, esta decidiu fazer uma visita ao Mercado Modelo e, ali, Chocolate se apresentou a ela, tocando berimbau; pouco tempo depois o cantor Eduardo Araújo gravou uma de suas composições.[2]

Em 2014, então com 71 anos de idade, teve sua saúde agravada com lesão nos brônquios, vindo a ser internado e colocado em coma.[1]

Com a pirataria, dedicou-se a compor jingles, especialmente para políticos como os então candidatos Jaques Wagner e Rui Costa ou seus concorrentes, como Marco Prisco - contando com a ajuda dos filhos nesse trabalho.[4]

Discografia

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Chocolate tem canções gravadas por diversos artistas como Martinho da Vila (“Não rolou, mas vai rolar”), indo por vários estilos como o axé “Haja Amor”, gravada por Luiz Caldas ou “Menina do Cateretê”, sucesso com Chiclete com Banana,[4] Nelson Rufino e Jair Rodrigues.[2]

  • 1977 - Barraca do Chocolate, LP da SomLivre, com textos de Jorge Amado e Dorival Caymmi na capa (obra relançada 40 anos depois, em CD, pela Discobertas).[5]

Referências

  1. a b c Mariana Mendes (15 de setembro de 2014). «Chocolate da Bahia segue internado com lesão nos pulmões». A Tarde. Consultado em 6 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 6 de outubro de 2020 
  2. a b c Deputado Pastor Sargente Isidório. «Projeto de Resolução Nº 2.462/2016». ALBA. Consultado em 6 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 6 de outubro de 2020. Arquivo do word arquivado em html 
  3. Verena Paranhos (18 de março de 2014). «Era proibido proibir também na música erudita e no samba». A Tarde. Consultado em 6 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 6 de outubro de 2020 
  4. a b João Pedro Pitombo (7 de agosto de 2014). «Uma tarde com o compositor de jingles mais requisitado da Bahia». Folha de S.Paulo. Consultado em 6 de outubro de 2020 
  5. Mauro Ferreira (5 de outubro de 2017). «Álbum de Chocolate da Bahia sai em CD 40 anos após lançamento em 1977». G1. Consultado em 6 de outubro de 2020. Cópia arquivada em 6 de outubro de 2020