Os Chouans eram insurgentes monarquistas da Bretanha, Maine, Baixa Normandia e norte de Anjou durante a Chouannerie.

Bretão como sentinela diante de uma igreja, pintura de Charles Loyeux.

Ativos ao norte do Loire, os chouans são distintos dos "vendeanos", ativos na sua parte a sul do rio, em Bas-Poitou, a sul de Anjou e no Pays de Retz bretão.

Origem do nome editar

 
Jean Chouan (1757–1794), óleo sobre a tela por L. de Labarre, 1840.

Os membros da família Cottereau tinham esta alcunha de "Chouan" (em língua galo "coruja-do-mato"[nota 1], ou "chouin", nome local dessa coruja), segundo alguns, porque o seu antepassado era naturalmente triste e taciturno; segundo outros, porque, ao contrabandearem sal, imitavam o grito da coruja-do-mato para se avisarem e reconhecerem mutuamente.

Esta versão é dada por Jacques Duchemin des Cepeaux, que afirma ter este detalhe do último irmão de Jean Chouan:

O sobrenome de Jean Chouan era Cottereau; a alcunha Chouan foi dada ao avô porque ele era naturalmente taciturno e triste, e porque, nas reuniões, ficava sempre num canto separado. A partir daí ele foi chamado de Chouan (coruja[nota 2]). Desde então, a família Cottereau manteve essa alcunha. Foi então dada a todos os homens que se reuniram para lutar sob as ordens de Jean e, finalmente, aos outros monarquistas armados nas províncias ocidentais.[3].

Jean Chouan pegou em armas em 15 de outubro de 1792 em Saint-Ouën-des-Toits para se opor ao recrutamento de voluntários.[4]

Este nome de “chouans» aparece pela primeira vez num documento da administração republicana em 27 de outubro de 1793, quando o distrito de Fougères informou no seu registo de deliberações: "Os agricultores estão preocupados e alarmados, os bandidos estão em Balazé, quinze bandidos da Pequena Vendeia à frente dos quais estão os irmãos Chouan. Parece que estes homens eram os mesmos que fizeram uma incursão em meados de agosto em Montautour, Châtillon, Parcé".[5][3] O termo entrará rapidamente em uso para designar os insurgentes do norte do Loire.[5][3]

Historiadores do século XIX — Savary; Joseph Lequinio[6], autor das Memórias de um Administrador dos Exércitos Republicanos na Vendeia; especialmente Joseph de Puisaye,[7] mais bem informado do que ninguém, visto que era o líder supremo da Chouannerie — afirmam que os irmãos Chouan deram o seu nome à insurreição que foram os primeiros a organizar.

Ver também editar

Notas

  1. Em francês "chat-huant", literalmente "gato [chat] piando [huant]". Esse nome deve-se à semelhança entre o som produzido pela coruja-do-mato-europeia (também conhecida como "hulotte" em francês) e o gato.[1]
  2. O termo "mocho" aplicar-se-ia melhor, não fosse a tradução menos precisa, porque também significa "homem tristonho e misantropo".[2]

Referências

  1. «CHAT-HUANT : Définition de CHAT-HUANT». www.cnrtl.fr. Consultado em 15 de abril de 2024 
  2. S.A, Priberam Informática. «Dicionário Priberam da Língua Portuguesa». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Consultado em 15 de abril de 2024 
  3. a b c Dupuy 1997, p. 7-8.
  4. Dupuy 1997, p. 26.
  5. a b Dupuy 2004, p. 158.
  6. Rapport au Comité de salut public, 30 ventôse an III.
  7. Mémoires.