Nota: Para outras pessoas de mesmo nome, veja Ciro.

Ciro, o Jovem (ca. 424 a.C.401 a.C.), filho de Dario II (Dārayavahuš) e Parisátide,[1][2] filha de Artaxerxes I,[2] foi um príncipe e general persa. A data do seu nascimento é desconhecida, mas sabe-se que morreu em 401 a.C. A história de Ciro e da retirada dos gregos é citada por Xenofonte na sua obra Anábase. Outro relato, provavelmente de Sofeneto de Estinfália, foi utilizado por Éforo. Mais informação está contida em excertos de Ctésias de Fócio; também nas biografias de Artaxerxes II e Lisandro de Plutarco.

Ciro, o Jovem
Ciro, o Jovem
Nascimento século V a.C.
Morte 401 a.C.
Battle of Cunaxa
Progenitores
Cônjuge Aspasia the Younger
Irmão(ã)(s) Amástris, Artaxerxes II, Ostanes, Amástris (filha de Dario II)
Ocupação oficial
Causa da morte morto em combate

Ciro era o segundo dos quatro filhos de Dario e Parisátide, que eram Artaxerxes II, Ciro, Ostanes e Oxatres.[2]

Lisandro e Tissafernes

editar

Segundo Xenofonte, Ciro, o Jovem nasceu após a ascensão ao trono do seu pai em 424 a.C. Em 408 a.C., após as vitórias de Alcibíades, Dario II decidiu continuar a guerra contra Atenas e apoiar fortemente os espartanos. Enviou Ciro o Jovem à Ásia Menor, como sátrapa da Lídia e Frígia e também da Capadócia, e comandante das tropas persas, "juntas no campo de Castolos", i.e. do distrito militar da Ásia Menor.

No general espartano Lisandro, Ciro encontrou um homem disposto a ajudá-lo; uma vez que o próprio Lisandro esperava tornar-se governante absoluto da Grécia, com a ajuda do príncipe persa. Ciro colocou então todos os seus meios à disposição de Lisandro na guerra do Peloponeso,[carece de fontes?] mas negou-os ao seu sucessor Calicrátidas.[3]

Por essa altura Dario adoeceu e chamou o seu filho ao seu leito de morte; Ciro cedeu todos os seus tesouros a Lisandro e partiu para Susã. Após a ascensão de Artaxerxes II em 404 a.C., Tissafernes denunciou os planos de Ciro contra o seu irmão mas, por intercessão de Parisátide, foi perdoado e enviado de volta à sua satrapia.

Lisandro venceu a batalha de Egospótamo e Esparta tornou-se mais influente no mundo grego. Ciro conseguiu reunir um grande exército ao iniciar uma disputa com Tissafernes, sátrapa da Cária, sobre as cidades jónicas; pretendia também preparar uma expedição contra os pisídios, uma tribo dos Montes Tauro, que nunca se submetera ao império.

A batalha de Cunaxa

editar

Na primavera de 401 a.C., Ciro reuniu todas as suas forças no grupo hoje conhecido como os Dez Mil e avançou desde Sardes, sem anunciar o propósito da sua expedição. Através de uma gestão destra e grandes promessas ultrapassou os escrúpulos das tropas gregas contra a duração e perigo da guerra; uma frota espartana de 35 trirremes enviada à Cilícia abriu a passagem para a Síria e trouxe-lhe um destacamento espartano de 700 homens sob as ordens de Querisófo. O rei havia sido avisado por Tissafernes apenas no último momento e reuniu um exército apressadamente; Ciro avançou pela Babilónia antes de encontrar o inimigo. Em Outubro de 401 a.C., deu-se a batalha de Cunaxa. Ciro contava com 10 400 hoplitas gregos e 2 500 peltastas, e um exército asiático de aproximadamente 10 000 homens sob o comando de Arieu.

Ciro viu que o desfecho dependia do destino do rei; por isso queria que Clearco, comandante dos gregos, tomasse o centro contra Artaxerxes. Clearco, por pura arrogância, desobedeceu. Como resultado, a ala esquerda dos persas sob o comando de Tissafernes ficou livre para enfrentar as restantes forças de Ciro; Ciro no centro, atirou-se contra Artaxerxes, mas foi morto numa luta desesperada. Tissafernes fingiu ter matado ele próprio o rebelde, o que resultaria na vingança cruel de Parisátide sobre o assassino do seu filho favorito. As tropas persas, em lugar de atacarem frontalmente os gregos, atraíram-nos para o interior, para lá do Tigre, atacando-os depois. Era um plano inteligente e sólido, mas mesmo após os seus comandantes terem sido feitos prisioneiros, os gregos conseguiram forçar a sua passagem até ao Mar Negro. Este feito demonstra a potencial superioridade dos soldados gregos frente aos seus adversários persas. Pensa-se que terá sido esta a razão pela qual Filipe II da Macedónia formulou a sua estratégia para derrotar o Império Aquemênida utilizando um exército compacto e bem treinado: um feito mais tarde conseguido pelo seu filho, Alexandre o Grande.

Referências

  1. Cláudio Eliano, Varia Historia, Livro XII, Capítulo I, Aspásia
  2. a b c Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Artaxerxes, 1.1
  3. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Lisandro, 6.1-7

Ligações externas

editar