Colestase intra-hepática da gravidez
Colestase intra-hepática da gravidez, também denominada colestase obstétrica, icterícia da gravidez e prurigo gravidarum,[1] é uma condição médica em que ocorre colestase durante a gravidez. Geralmente manifesta-se apenas por prurido intenso (coceira) no terceiro trimestre, mas pode levar a graves complicações para a mãe e para o feto. Afeta 0,1% a 0,2% das grávidas.[2]
Colestase intra-hepática da gravidez | |
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O principal sintoma é a coceira nas mãos e nos pés, pior a noite, que passa para o corpo todo e não melhora com anti-alérgicos comuns. | |
Especialidade | obstetrícia |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | O26.6 |
CID-9 | 646.73 |
CID-11 | 1576251337 |
DiseasesDB | 6884 |
eMedicine | 1562288 |
MeSH | C535932 |
Leia o aviso médico |
Sinais e sintomas
editarSentir mais coceira é normal na gestação, mas os sintomas mais comuns de colestase são[3]:
- Coceira (prurigo) principalmente nas mãos e nos pés, mas que pode ser por todo o corpo, sem erupções cutâneas
- Coceira pior a noite e que não melhora com anti-histamínicos (anti-alérgico)
- Olhos e pele amarelados (ictericia)
A sintomatologia menos frequente e que indicam colestase mais grave inclui:
- Urina mais escura e fezes menos escuras
- Mais náusea
- Menos apetite
- Mais cansaço (fatiga)
- Dor no quadrante superior direito do abdômen (onde está a vesícula biliar)
- Maior tempo de coagulação (por falta de vitamina K)
- Mau humor
Fatores de risco
editarÉ mais frequente em mulheres com[4]:
- Antecedentes de colestase
- Estrogênios elevados
- Progesterona elevada
- Predisposição genética
- Durante o inverno
- Gêmeos
Complicações
editarSe não tratado os ácidos biliares em sangue causam diversos transtornos. As consequências maternas incluem o seguinte:
- Escoriações ao coçar aumentam o risco de infecções de pele
- Trabalho de parto prematuro
- Menos coagulação significa mais hemorragia
As consequências fetais incluem:
- Sofrimento fetal
- Ingestão de mecônio
- Natimorto (em 1,5% dos casos)
Diagnóstico
editarAlém da clínica, um exame de função hepática revela enzimas hepáticas e bilirrubina elevados, mas o padrão-ouro é detectar ácidos biliares em sangue.[5] Deve-se descartar outros problemas hepáticos como fígado gorduroso da gravidez, hepatite viral, hepatocarcinoma, alergia, toxinas na pele ou efeito colateral de medicamentos.
Tratamento
editarApós o diagnóstico, muitos médicos prescrevem ácido ursodesoxicólico e vitamina K até alguns dias após o parto. Banhos gelados e corticosteroides tópicos ou orais e gelo ajudam a controlar a coceira. A cada duas semanas deve-se examinar o bem estar fetal e ácidos biliares em sangue. Com o parto a colestase geralmente melhora, portanto pode ser uma indicação relativa para induzir o parto a partir da semana 35 de gestação.[6]
Referências
- ↑ Rapini, Ronald P.; Bolognia, Jean L.; Jorizzo, Joseph L. (2007). Dermatology: 2-Volume Set. St. Louis: Mosby. ISBN 1-4160-2999-0
- ↑ Tunzi M, Gray GR (Janeiro de 2007). «Common skin conditions during pregnancy». Am Fam Physician. 75 (2): 211–8. PMID 17263216
- ↑ Tunzi M, Gray GR (January 2007). "Common skin conditions during pregnancy". Am Fam Physician. 75 (2): 211–8. PMID 17263216.
- ↑ Pusl T, Beuers U (2007). "Intrahepatic cholestasis of pregnancy". Orphanet J Rare Dis. 2: 26. doi:10.1186/1750-1172-2-26. PMC 1891276
- ↑ Reyes H, Sjövall J (March 2000). "Bile acids and progesterone metabolites in intrahepatic cholestasis of pregnancy". Ann. Med. 32 (2): 94–106. doi:10.3109/07853890009011758. PMID 10766400.
- ↑ http://americanpregnancy.org/pregnancy-complications/cholestasis-of-pregnancy/