Cristóvão Esteves de Espargosa

Dr. Cristóvão Esteves de Espargosa foi um jurista português.

Cristóvão Esteves de Espargosa
Cidadania Portugal

Família editar

Filho de Branca Esteves, de Mértola, amante de D. João de Sousa, do qual teve Cristóvão Esteves de Espargosa que, com grande número de testemunhas e alguns papéis deixados por sua mãe, provou a filiação, demonstrando estar já concebido quando ela casou com Mestre Estêvão Castelhano.[1]

Branca Esteves, mãe de Cristóvão Esteves de Espargosa, casou, com se disse, com Mestre Estêvão Castelhano, morador e Boticário na cidade de Beja, de nacionalidade Castelhana, Cristão-Novo, que se diz ser Afilhado de Bernardim Freire de Andrade e chamar-se, antes de purificado pelo Baptismo, Isaac. Deste casamento teve Bernardim Esteves de Alte, feito Fidalgo de Solar por D. João III, por Carta e Alvará de 21 de Fevereiro de 1550, na e no qual sana o defeito de nascimento. Uma vez viúva, Branca Esteves teve, de João Pedroso, Tabelião de Beja, Mateus Esteves de Alte, casado com Ana Pais, filha de Vicente Fernandes Janeiro e de sua mulher Maria Pais de Matos, ambos de Cuba, de quem teve dois filhos e duas filhas, dos quais descendem os deste Apelido, tomado da Quinta da Salsa de Alte, que ficava no termo da vila de Serpa. Diz-se que depois se recebeu novamente com Cristóvão Velho, natural de Cuba.[2]

Se bem que Cristóvão Esteves de Espargosa não fosse filho de Mestre Estêvão, foi-lhe suprido o defeito de nascimento por Carta Régia de 29 de Agosto de 1533, o que parece demonstrar a origem Judaica dos de Espargosa.[3]

Biografia editar

Este Cristóvão Esteves de Espargosa, letrado de grande capacidade e bom procedimento, foi do Conselho de D. João III de Portugal, do seu Desembargo do Paço, e casou com Isabel Pinto, filha de João Lopes Pinto, de quem teve diversos filhos, que seguiram o seu Apelido, tomado da Quinta de Espargosa, que o Rei lhe deu por Solar.[1]

Cristóvão Esteves instituiu, com a mulher, Morgado das suas terças e das legítimas de dois filhos, Estêvão de Espargosa e Guiomar de Espargosa, Freira no Mosteiro de Cós. Nesta instituição chamaram para 1.º Administrador o filho Estêvão de Espargosa e seus descendentes e, na falta destes, sua filha Branca de Espargosa, casada com o Desembargador Rodrigo Monteiro, seus filhos e descendentes e, na falta de todos, ao parente mais próximo. Era cabeça deste Morgado uma quinta no Vale da Pinta, termo de Santarém, com todas as pertenças, casais, vinhas e olivais, matos e casas, o casal foreiro à Ordem do Hospital, a Quinta de Espargosa com a Herdade do Moutinho, no termo de Mértola, várias casas em Évora, a Quinta da Silveira, no termo desta cidade, e outra quinta no termo de Lisboa, com várias propriedades. A escritura da instituição foi feita a 7 de Junho de 1543, em Lisboa, na Ribeira, onde moravam, pelo Tabelião Henrique Nunes.[4]

As Armas dos de Espargosa, concedidas por Carta de 3 de Novembro de 1533 ao Licenciado Cristóvão Esteves de Espargosa, são: de azul, com um castelo de prata, lavrado de negro, aberto de verde, e um leão de ouro brocante sobre o lado esquerdo do castelo e rampante contra a porta; timbre: o castelo do escudo, rematado por um ramo de espargueira de ouro, florido do mesmo.[3]

Casamento e descendência editar

Casou primeira vez com Isabel Pinto, filha de João Lopes Pinto, de quem teve um filho e quatro filhas:

  • Estêvão de Espargosa e Sousa, casado com D. Joana de Eça, filha de D. Francisco de Eça e de sua mulher Maria de Ataíde, de quem teve três filhos e quatro filhas
  • Brites de Espargosa, casada com D. Luís de Noronha, filho de D. Afonso ou Rodrigo de Noronha e de sua mulher Beatriz Penteado, de quem teve dois filhos e uma filha
  • Violante ou Isabel de Espargosa, casada com Nuno Fernandes de Mariz, filho de Afonso Anes de Andrade e de sua mulher Beatriz de Mariz, de quem teve quatro filhos e duas filhas
  • Branca de Espargosa[5], casada com Rodrigo Monteiro, de quem teve dois filhos e uma filha
  • Violante de Espargosa[6], casada com Diogo Fernandes de Carvalho

Casou segunda vez com Isabel Coutinho, sem geração.

Referências

  1. a b "Armorial Lusitano", Afonso Eduardo Martins Zúquete, Editorial Enciclopédia, 3.ª Edição, Lisboa, 1987, p. 198
  2. "Armorial Lusitano", Afonso Eduardo Martins Zúquete, Editorial Enciclopédia, 3.ª Edição, Lisboa, 1987, pp. 45, 46 e 199
  3. a b "Armorial Lusitano", Afonso Eduardo Martins Zúquete, Editorial Enciclopédia, 3.ª Edição, Lisboa, 1987, p. 199
  4. "Armorial Lusitano", Afonso Eduardo Martins Zúquete, Editorial Enciclopédia, 3.ª Edição, Lisboa, 1987, pp. 198 e 199
  5. Por vezes chamada Ana Brandão.
  6. Por vezes chamada Violante de Alte.