Dissidência Universitária de São Paulo

A Dissidência Universitária de São Paulo (DISP) foi uma organização[1] que surgiu de uma dissidência surgida no Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1966. Sua duração foi muito breve, existindo até 1968. Foi uma atitude de características urgentistas, que o PCB sempre alertou. Sua formação se dava no Comitê Universitário do Partido em São Paulo. As divergências eram superficiais, até que a organização reconheceria a sugestão de apoio a algumas candidaturas do MDB (Movimento Democrático Brasileiro) nas eleições. Porém, antes disso, em 1967, a DISP era totalmente contrária as resoluções do VI Congresso do Partidão e a organização decidiu criar uma revista chamada "Tema de Debates".

O trabalho da DISP no meio universitário conseguiu uma façanha: quebrar a hegemonia da AP (Ação Popular) nas eleições da União Estadual dos Estudantes. Seu principal líder era o então estudante José Dirceu. Em 1968 a organização foi bastante eficaz, mas teve seus trabalhos resumidos ao Estado de São Paulo, ao lado de outras organizações às vezes mais amplas, tais como: ALN (Aliança Libertadora Nacional), MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e COLINA.

Mesmo antes do AI-5 houve a desintegração da DISP pela carência de uma orientação mais profunda para seus militantes. Após o Ato nº 5 a organização não conseguiu superar o atual quadro político e seus membros migraram para a ALN e para a VPR. Naquele cerco impulsionado pelo AI-5, a DISP teria como resultado de um tiroteio a perda de um de seus mais destacados dirigentes: Fernando Borges de Paula Ferreira (Fernando Ruivo), e ainda a morte sob tortura, no CODI do Rio de Janeiro, de um importante líder estudantil: Chael Charles Schreler. Porém os dois morreram quando já se encontravam na VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares), depois de terem passado pela VPR.

Referências