Descolamento de retina
Descolamento de retina é uma enfermidade oftálmica onde ocorre a separação da retina da parede do fundo do olho.[1] Os indivíduos acometidos apresentam como sintomas um aumento no número dos grumos denominados "moscas volantes", flashes de luz e sombras em parte do campo de visão (devido a deterioração da visão periférica).[2][1] Essa condição pode ocorrer bilateralmente em cerca de 7% dos casos.[3] Sem tratamento, normalmente o quadro evolui para a perda permanente da visão.[4]
Descolamento de retina | |
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Imagem de lâmpada de fenda demonstrando o descolamento da retina em indivíduo com Síndrome de Von Hippel-Lindau. | |
Especialidade | oftalmologia |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | H33 |
CID-9 | 361 |
CID-11 | 357208479 |
OMIM | 312530, 180050 |
DiseasesDB | 11417 |
MedlinePlus | 001027 |
eMedicine | oph/504 |
MeSH | D012163 |
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A causa mais comum do descolamento é a ruptura da retina, que permite que o humor vítreo extravase e a pressione para a frente. A ruptura pode ocorrer a partir do descolamento do vítreo posterior, traumatismo, glaucoma, em pacientes com cirurgia prévia de catarata, miopia, complicações do diabetes mellitus ou inflamações graves.[1][5] Mais raramente, o descolamento de retina pode ser provocado por tumores de coloide.[6] O diagnóstico é feito por exames de fundo de olho ou de ultrassonografia.[1][4]
Em pacientes com ruptura da retina, utiliza-se a crioterapia ou a fotocoagulação a laser para evitar seu descolamento. Quando o descolamento já ocorreu, o tratamento deve ser feito imediatamente. A terapia de escolha pode incluir introflexão escleral, onde uma esponja de silicone é suturada na esclera, retinopexia pneumática, onde é injetado gás para dentro do olho, ou vitrectomia, onde o vítreo é parcialmente removido e substituído por gás ou óleo.[1][7][8][9]
Descolamentos de retina afetam anualmente entre 0,6 e 1,8 em cada 10.000 pessoas, sendo mais comum em homens entre os 60 e os 70 anos de idade.[1][3] Estima-se que aproximadamente 0,3% da população será afetada por essa patologia em algum momento da vida.[10] Os resultados a longo prazo dependerão do tempo do descolamento e se este atingiu a mácula.[1] Se tratado antes desse evento, o prognóstico é geralmente bom.[4][10]
SintomasEditar
Acompanhada de vários sintomas como flashes de luzes, manchas escuras se movendo, conhecidas como moscas volantes, e perda parcial de visão. Sua percepção não determina o descolamento de retina, mas sim pelo aumento desenfreado seguido do surgimento de pequenas manchas, em tom roxo, nas regiões periféricas da visão.
Fatores de riscoEditar
É mais comum em maiores de 50 anos, obesos e hipertensos.[11] Outros fatores de risco para descolamento de retina incluem[12][13]:
- Câncer de olho,
- Complicações da cirurgia de catarata,
- Doença de Von Hippel-Lindau
- Eclampsia,
- Emergência hipertensiva,
- Miopia grave,
- Retinopatia diabética,
- Tabagismo,
- Trauma ocular,
- Tumor benigno ocular,
- Uveíte,
- Síndrome de Marfan.
TratamentoEditar
Um oftalmologista deve ser consultado o mais rápido possível. O tratamento pode incluir a utilização de laser, rioterapia e várias técnicas cirúrgicas específicas, tais como retinopexia com introflexão escleral, retinopexia pneumática e vitrectomia.[14]
Referências
- ↑ a b c d e f g Fraser, Steel 2009.
- ↑ «Facts About Retinal Detachment». National Eye Institute. U.S. Department of Health and Human Services - National Institutes of Health. 2009. Consultado em 19 de Agosto de 2016
- ↑ a b Mitry et al 2010, p. 678-684.
- ↑ a b c Gelston 2013, p. 515-519.
- ↑ Viebahn et al 2016, p. 629-632.
- ↑ Adegbehingbe 2008, p. 50-53.
- ↑ Takasaka et al 2012, p. 377-379.
- ↑ Rosa et al 2006, p. 101-105.
- ↑ Escarião et al 2013, p. 253-256.
- ↑ a b Gariano, Chang-Hee 2004, p. 1691-1699.
- ↑ Farioli A, Hemmingsson T, Kriebel D (July 2016). "Vascular risk factors and rhegmatogenous retinal detachment: a follow-up of a national cohort of Swedish men". Br J Ophthalmol. 100 (7): 907–913. doi:10.1136/bjophthalmol-2015-307560. PMID 26472402.
- ↑ Mayo Clinic: Retinal detachment - Risk factors
- ↑ Yanoff & Duker 2008, p. 724
- ↑ holhospaulista.com.br. «Cirurgia de Descolamento de Retina». Consultado em 31 de janeiro de 2018. Arquivado do original em 16 de janeiro de 2018
BibliografiaEditar
- Adegbehingbe, B.O. (março de 2008). «Blindness from bilateral bullous retinal detachment: tragedy of a Nigerian family». African Health Sciences. 8 (1): 50-53. ISSN 1680-6905. Consultado em 21 de agosto de 2016
- Escarião, P.; Luchsinger, P.; Araújo, E.H. (2013). «Fotocoagulação a laser em pacientes portadores de descolamento de retina regmatogênico periférico» (PDF). Arquivos Brasileiros de Oftalmologia. 72 (4): 253-256. ISSN 1678-2925. Consultado em 21 de agosto de 2016
- Fraser, S.; Steel, D. (2009). «Retinal detachment» (PDF). BMJ Clinical Evidence (2009:0710). ISSN 1752-8526. Consultado em 19 de agosto de 2016
- Gariano, F.R.; Chang-Hee, K. (abril de 2004). «Evaluation and management of suspected retinal detachment». American Family Physician. 69 (7): 1691-1699. ISSN 1532-0650. Consultado em 21 de agosto de 2016
- Gelston, C.D. (outubro de 2013). «Common eye emergencies» (PDF). American Family Physician. 88 (8): 515-519. ISSN 1532-0650. Consultado em 19 de agosto de 2016
- Mitry, D.; Charteris, D.G.; Fleck, B.W.; Campbell, H.; Singh, J. (junho de 2010). «The epidemiology of rhegmatogenous retinal detachment: geographical variation and clinical associations». British Journal of Ophthalmology. 94 (6): 678-684. ISSN 1468-2079. Consultado em 19 de agosto de 2016
- Rosa, A.A.M.; Primiano Jr, H.P.; Nakashima, Y. (2006). «Retinopexia pneumática e fotocooagulação a laser para tratamento de descolamento secundário à fosseta de disco óptico: relato de caso» (PDF). Arquivos Brasileiros de Oftalmologia. 69 (1): 101-105. ISSN 1678-2925. Consultado em 21 de agosto de 2016
- Takasaka, I.; Chaves, F.R.P.; Panetta, H.; Torigoe, A.M.S.; Silva, V.B.; Lira, R.P.C. (2012). «Scleral buckle is good option for treatment of uncomplicated retinal detachment» (PDF). Revista Brasileira de Oftalmologia. 71 (6): 377-379. ISSN 1982-8551. Consultado em 21 de agosto de 2016
- Viebahn, M.; Barricks, M.E.; Osterloh, M.D. (outubro de 1991). «Synergism between diabetic and radiation retinopathy: case report and review» (PDF). British Journal of Ophthalmology. 75 (10): 629-632. ISSN 1468-2079. Consultado em 21 de agosto de 2016